A palavra que mais ouço ultimamente é “as instituições”.
Toda vez que ouço, fico imaginando tratar-se de uma figura a imagem e semelhança ao homem, que cuida de nós enquanto nação.
Seria um deus?
Parece que sim, pois como aquele deus que guardamos lembrança tem toda uma estrutura de anjos, santos e demais assessores que o auxiliam.
No caso, no cuidado da coisa publica.
O fato é que veneramos “as instituições” como realmente fosse um deus.
Mas, afinal o que vem a ser “as instituições”?
Primeiro é preciso entender que não existe pessoa jurídica sem que haja pessoas físicas.
A pessoa jurídica não mais é do que uma abstração que nos ajuda a nos unir para um determinado propósito.
Sem as pessoas físicas que a compõe, não existe!
Porque são as pessoas físicas que agem em nome da pessoa jurídica como se fossem células de uma única pessoa.
Quando há uma harmonia entre as pessoas físicas a pessoa jurídica consegue sair-se bem.
Quando não, a pessoa jurídica torna-se desastrosa.
As instituições não mais são do que pessoas jurídicas, dentro de uma estrutura de pessoas jurídicas as mais variadas, que compõe aquilo que chamamos de máquina pública ou governo.
Então temos as intuições legislativas, jurídicas, policiais, de saúde, de educação, econômicas, financeiras e por ai vai.
Dentro de cada uma dessas instituições há um corpo pessoas físicas, escalonadas numa estrutura de poder, cada uma exercendo desde um micro poder ate um poder mais abrangente.
O interessante é que cada uma dessas partes, por menor que seja, pode afetar a vida de cada um de nós.
Assim por exemplo, quando nos deparamos com um policial ou agente de transito que acredita que cometemos uma pequena infração de transito, ele vai exercer seu pequeno poder e nos aplicar uma punição, como uma multa de transito.
Se nos sentirmos injustiçados porque de fato não cometemos tal infração, poderemos recorrer ate um juiz que decidira se somos ou não culpados.
Cada um desses membros da instituição que pertence agira em nome da instituição e dentro de uma hierarquia de poder poderá chegar a mudar nossos destinos na medida em que estejamos no âmbito de suas atuações.
Desta forma a pessoa física que esta agindo em nome da instituição deve seguir o que determina a Lei para que possamos ter confiança de que não estaremos sendo injustiçados.
Quando é quebrada essa confiança, sentimo-nos inseguros.
A corrupção é uma dessas quebras de confiança.
A corrupção é operacionalizada pelo corrupto e pelo corruptor.
Quando se esta alinhado, via corrupção, com a pessoa física que representa determinada instituição, momentaneamente, pode-se ter a benevolência da ajuda.
Nesse caso a pessoa se sentirá congratulada com o sucesso.
E, como alguns fizeram, colocarão guardanapos na cabeça para comemorar em Paris a vitoria dos corruptos.
O fato é que a maioria da população não compactua com a corrupção.
Pelo menos no nível atual.
Afinal a origem da corrupção esta no famoso “jeitinho brasileiro”, que todos temos um pouco em nossa forma de agir.
Mesmo aqueles que são favoráveis à corrupção, mas naquele momento estão impossibilitados de pratica-la, porque não há uma ligação que possa unir os diferentes interesses e possibilitar que a corrupção ocorra, todos serão atingidos pela ação nefasta da corrupção.
Os efeitos da corrupção são democráticos.
Atinge a todos indistintamente.
Quando afirmamos que “as instituições” funcionam bem no Brasil, não é uma verdade por inteiro.
Parte das “instituições” funciona sim.
Mas, parte não!
Porque não são apenas os corruptos que prejudicam “as instituições”.
Há aqueles que agem sem comprometimento com “a instituição”.
Trabalham por obrigação.
Não vem a hora de ir embora pra casa.
Outros passam a vida interia esperando a hora de se aposentar.
Atendem com ma vontade e desprezo.
Sem paixão pelo seu oficio.
Somadas a parte podre, acaba anulando parcialmente tudo aquilo que a parte boa faz.
Por isso a população não consegue sentir que “as instituições” funcionam bem.
Como resolver essa questão?
Primeiro precisamos acabar com a corrupção para depois acabarmos com os péssimos profissionais.
Porque a corrupção os ajuda a se manter em seus postos!
O fato é que aqueles que detêm os poderes que poderiam impor um firme combate à corrupção são os próprios corruptos.
Estamos diante de um desafio histórico.
Como tira-los do poder?
Não é uma resposta fácil.
Mas, se todos aqueles que são contra a corrupção nos unirmos e formamos uma massa critica notável, e tivermos a mesma audácia que tem os corruptos em querer chegar ao poder, talvez possamos expulsar os corruptos do poder e fazer uma revolução cultural.