sábado, 20 de março de 2021

Prenuncio de uma ditadura




A situação politica e econômica brasileira esta instável!
Temos de um lado um Supremo Tribunal Federal desmoralizado por eles próprios, através de decisões estapafúrdias e autoritárias.
Não tem moral para tentar pacificar a nação.
De outro um Congresso voltado para os interesses das lideranças politicas que o integra, absolutamente desconectado da necessidade urgente de um parlamento cívico. 
E no poder executivo um presidente obstinadamente negacionista, com discurso contra o distanciamento social e uso de mascara.
Os arroubos messiânicos do presidente, que subjugou a unica solução mundialmente adotada antes da vacina contra os efeitos econômicos deletérios da covid 19, mostraram-se como a pior escolha.
Ainda que tenha tomado corretamente as ações determinadas pelo Congresso de apoio através de Programa Emergencial para ajudar empresas e Renda Emergencial para dar suporte financeiro a trabalhadores, foram medidas circunstanciais.
Faltou agilidade na aquisição de vacinas, que é a solução para conter a pandemia e para trazer um otimismo na economia.
O resultado é que enfrentamos uma crise econômica terrível, que sabia-se ser inevitável, mas que poderia ter sido amenizada se houvesse uma união nacional no combate a pandemia.
Isso é passado.   
Hoje, Bolsonaro tanto pode cair como dar um golpe de estado.
O Congresso dificilmente ira para um impeachment.
Prefere negociar com Bolsonaro uma estabilidade para mante-lo no governo para poder usufruir do poder acessando cargos públicos de seu interesse politico. 
Por outro lado temos um governo militarizado.
Muitos cargos de primeiro e segundo escalão destinados a civis hoje estão ocupados por militares.
Essa combinação impede uma insurgência dos mesmos caso aja uma tentativa de um golpe militar.
Preferirão calar-se, como fez o General Pazuello, da ativa, que para manter-se no cargo de Ministro da Saúde, submeteu-se as ordens erráticas do presidente.
Ninguém quer perder seu cargo e suas benesses. 
Outro passo foi dado.
Bolsonaro colocou seu aparato de governo para enquadrar seus opositores na Lei de Segurança Nacional, entulho da ditadura militar que não foi revogada. 
Começou o cala boca da oposição.
Por outro lado ha um cenário da economia nacional deteriorada.
As inevitáveis medidas de fechamento das atividades econômica podem levar a população a não ter o que comer.
E ser criado um ambiente de revolta popular.
Bolsonaro já lançou mão esse discurso.
O próximo passo, ainda que conduzido por lideranças plantadas para promover  movimentos populares de rebelião contra o fechamento das atividades, sera o ato final que justificara que Bolsonaro imite Getulio Vargas que, com apoio dos militares, deu um golpe de estado em 1930.
O caminho esta traçado.
Quem ira ficar contra?
O Congresso?
Esse era o primeiro a ser fechado.
O STF?
Idem.
Os governadores de estados. se insurgirão contra a ditadura como foi a revolução paulista de 1932?
Para isso terão que se utilizar da policia militar.
Mas a policia militar esta disposta a enfrentar o exercito?
Difícil.
Sabem quem perderão a guerra.
Não estão preparados para enfrentar o exercito, como ocorreu em 1932.
A população ira para uma guerra civil?
Impossível.
Quem se amou com as liberalizações promovidas por Bolsonaro foi sua militância que o apoia.
Restara ao povo uma manifestação pacifica, que em muitos lugares do mundo acabou com uma sangrenta matança de inocentes.  



terça-feira, 9 de março de 2021

A estratégica decisão de Fachin


Fachin sempre foi sabidamente PTista, antes de ser nomeado ministro do STF.
Suas raízes tiveram que ser contidas ao assumir o posto, pois semelhante a um governante eleito, após a eleição ele não é mais o candidato de um partido, mas o governante de todos os cidadãos, daqueles que o elegeram e daqueles que não elegeram.
Pelo menos em tese.
Diziam ate que Fachin era um defensor da Lava Jato.
Por isso, circula uma narrativa de que Fachin teria decidido anular as condenações de Lula para ajudar tanto Lula como Moro.
Com essa atitude preservaria os efeitos da Lava Jato para os demais.
Isso porque está próximo o julgamento da suspeição de Moro nos julgamentos de Lula, pelo STF.
O que poderia fazer com que todos os condenados fossem inocentados.
Parece uma decisão acertada.
Vão-se os anéis, mas ficam os dedos.
Não concordo com essa visão.
Para mim, por onde passa o boi, passa a boiada.
Se mantida a anulação do julgamento de Lula, todos os demais condenados vão pegar carona na decisão suprema e livrarem-se da condenação.
Fachin esperou o momento certo para livrar Lula de suas condenações porque ardentemente sempre quis inocentar o líder político que sempre devotara.
As condições para isso, apesar de parecer fazer parte de uma conspiração, na verdade aconteceram ao acaso, com certa premeditação de roteiro, mas sem combinações entre os participes.
Moro foi convidado por Bolsonaro para ser ministro de seu governo.
Posso ate suspeitar que o objetivo fosse tira-lo do cargo de juiz e enfraquecer a Lava Jato.
Mas, prefiro acreditar que Bolsonaro o convidou para dar credibilidade em seu governo.
Chegou ate a prometer que o indicaria para ministro do STF!
Seria apenas bazofia?
Se com uma mão Bolsonaro colocou um símbolo da Lava Jato em seu governo, na outra indicou como procurador geral Aras, que manifestava intenção de acabar com o grupo de procuradores da Lava Jato.
E o fez mais tarde.
Inclusive com o próprio Bolsonaro afirmando que encerraria a Lava Jato porque em seu governo não havia mais corrupção.
Em seguida, com o envolvimento de Flavio, filho do presidente, na suspeita de ter participado de rachadinhas na ALERJ, para tentar conter a onda de uma pretensa condenação, Bolsonaro desarticulou os poderes de Moro ate que este fosse compelido a sair do governo.
No lugar de Moro, para ministro do STF, Bolsonaro indicou Nunes Marques, que nem bem assumiu o cargo também jogou uma pá de cal na Lava Jato.
Finalmente, foram eleitos na presidência das duas casas do Congresso membros do Centrão.
Já aliados de Bolsonaro.
Que sabidamente participaram do governo Lula nos butins praticados em seu governo.
Alguns dos componentes do Centrão tiveram condenações.
Outros continuam como investigados ou denunciados.
Portanto, queriam ver o fim da Lava Jato e de suas consequências.
Está criado o momento oportuno.
Afinal, o que se pretende com tudo isso?
Em primeiro lugar canonizar todos os políticos e torna-los santos!
Mas, para Bolsonaro pode parecer que foi uma derrota.
Lula sendo inocentado estará livre para concorrer em 2022.
Isso é realmente ruim para Bolsonaro?
Pode parecer que é, mas não é.
Em 2018 a luta contra o PT foi o mote da campanha, que o levou a ganhar a eleição.
O temor do retorno do PT continuara sendo o mote para 2022, agora fortalecido com a presença do líder maior do PT.