terça-feira, 15 de abril de 2025

As ANISTIAS





O atual movimento pro anistia assemelha-se à anistia promovida pela ditadura militar.
Os pontos em comum:
Em ambas situações envolvem militares, que cometeram crimes.
No passado, várias patentes militares praticaram investigações por suspeitas, sem evidencias de crimes; detenções sem mandato judicial, com desaparecimentos sumários dos detidos; torturas cruéis; mortes sem devolver o corpo à família; e simulados suicídios, acontecidos nas prisões militares, para justificar a morte de presos. 
Foram crimes terríveis, considerados como crimes contra a humanidade.
Atualmente, os militares de alta patente participaram de tentativa de golpe de estado, chegando a, supostamente, planejar o assassinato do Presidente e Vice presidente eleitos, bem como de um Ministro do Supremo.
As diferenças:
No passado, a anistia foi aceita por todos.
Hoje, ha uma divisão naqueles que a apoiam contra naqueles que não a querem.
No passado, quem concedeu a anistia foi a própria ditadura militar, que em seus estertores, pretendeu, primeiramente, proteger seus membros de eventual punição rigorosa aos militares envolvidos,  quando  do retorno ao poder civil.
Para parecer equilibrada, contemplava também civis que cometeram crimes contra o estado.
Foram agraciados terroristas, que participaram de assaltos, sequestros e violentos atentados, com morte de inocentes, que tiveram suas penas anuladas; e adversários políticos, alguns que estavam asilados no exterior e puderam voltar ao Brasil.
Agora é o Congresso Nacional que parecendo demonstrar sensibilidade contra o rigor das punições impostas pelo Supremo aos participes da tentativa de golpe de estado, no fatídico 8 de janeiro, quer anular tais punições, embora muitos dos que serão beneficiados estejam presos ha tempo, sem que ate agora nada fizeram. 
É verdade que eles cometeram o crime de depredação de patrimônio e deveriam ser punidos por isso.
Crimes graves, mas nada parecido, no grau, com os crimes praticados durante a ditadura militar 
Os presos e/ou condenados pelo 8 de janeiro são pessoas simples, indignadas com a péssima situação da politica nacional, dos abusos cometidos pelo sistema judiciário nacional, que queriam dar um BASTA, através de manifestações para mostrar sua indignação.
Mas, pela sua fragilidade racional, acabaram sendo seduzidas por Bolsonaro e comparsas que o melhor caminho para resolver os problemas nacionais seria o retorno à uma ditadura militar.
Talvez por desinformação histórica não enxergaram que os militares, quando estiveram no poder, não tiveram um bom desempenho para reconstruir institucionalmente o Brasil.
O resultado esta ai.
O Brasil só piorou por falta de estruturas realmente democráticas.
Os militares ate tiveram um momento de relativo progresso, executando obras de infra estrutura, no governo Médici, com o apoio de financiamento facilmente obtido no mercado internacional.
Haviam dólares sobrando para serem emprestados.
A conta veio depois com hiperinflação e uma impagável divida externa, que, de certo modo, foi um dos fatores que contribuiu para a devolução do poder aos civis.
O fato é que a turma da festa de Selma do 8 de janeiro foi insuflada, por Bolsonaro e comparsas, a ir clamar nas portas do quarteis o retorno à uma intervenção militar e, depois, a causar o tumulto em 8 de janeiro, que acabou na abominável depredação do patrimônio publico.
Mas, eles são apenas o pano de fundo da anistia.
Na verdade, os políticos não tem aquela compaixão que muitos acreditam.
O objetivo real é anistiar Bolsonaro, seus comparsas e os militares que o apoiaram e sofrem as consequências judiciais.
Estes sim é que deveriam estar presos pelo mesmo tempo que os de 8 de janeiro.





3 comentários:

  1. Nada que venha desse STF tem meu respeito. Não encontrei na Constituição qualquer artigo que autoriza qualquer membro do STF a utilizar critérios políticos para tomar decisões jurídicas.

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  2. Parabéns, Geraldo. Para quem viveu esses dias com os olhos abertos, seu artigo só retrata a verdade. Pena que nem todos aproveitem. Dalva.

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  3. Quisera todos pudessem alcançar essa clareza de raciocínio. Seria o sonho da lógica tomando seu lugar, pondo por terra a manipulação dos menos avisados.
    Parabéns Geraldo Barbisa

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