quinta-feira, 30 de abril de 2015

O que ha por trás da manifestação dos professores do Paraná

Os noticiários estão focados na manifestação de professores do Paraná.

Imagens chocantes mostram feridos e uma truculência policial repudiante.
A primeira vista causa comoção social.

Mas, é preciso conhecer melhor a questão.

Não aplaudo repressão gratuita.
Nem cala boca autoritário.

Sou a favor da livre manifestação.

Entretanto, não é isso que acontece.

Há uma provocação orquestrada contra a autoridade.
E ela precisa responder.
Senão vira bagunça.

Houve excessos?
Sim, claro que houve.
Mas, esse era o objetivo das lideranças do movimento.
Promover o caos.
Quanto mais feridos, melhor.
Professores, então, que são símbolos importantes para os cidadãos, é favo no mel.

Ha uma estratégica luta política protagonizada pelo PT contra os governos tucanos.

Acontece o mesmo aqui em São Paulo, com a interminável greve dos professores.

O objetivo é desgastar o governo.

Todos sabem que a pauta que justifica tal greve é impossível de ser atendida.

Essa técnica é adotada, também, para embolar a corrupção petista desvendada e escancarada.

A intenção é parecer que tudo é podre e único.

A inspiração dessa estratégia baseia-se no conceito de hegemonia e bloco hegemônico de Antonio Gramsci de tomar o poder do estado sem uso das armas.

A má sucedida experiência guerrilheira dos petistas foi determinante para provar-lhes o que dizia Gramsci.

“Nas sociedades com forte presença da sociedade civil o golpe de Estado não funciona.”

Entenderam os guerrilheiros de outrora, que através da força das armas não conseguiriam prosperar em suas ambições.

Resolveram, então, tomar o Estado dentro da legalidade.

Chegaram ao poder por eleições democráticas!

Como acontecia no passado guerreiro, tomar o estado é como tomar uma fortaleza avançada.

Irapuan Costa Junior, em texto publicado em Goiânia no Jornal Opção, que transcrevo abaixo com alguns retoques, expressou a estratégia petista em curso:

Atrás da fortaleza estão inúmeras “trincheiras e casamatas” a serem neutralizadas.

Gramsci se re­fe­ria às organizações burguesas como igreja, sindicatos, universidades, imprensa.

Dizia que é preciso fazer uma “guerra de posição”, desgastar essas trincheiras e casamatas, neutralizá-las para que, tomado o Estado, se tenha também o poder, e não surjam resistências.

O mesmo deveria ocorrer com valores morais e éticos, de modo a neutralizar as trincheiras burguesas.

O Judiciário deveria ser criticado em suas decisões legalistas, e incentivado a adotar decisões “sociais”, ignorando os dispositivos legais.

Pressão deveria ser exercida nas decisões que pudessem prejudicar o partido, seus membros, simpatizantes, ou simples elementos das “classes subalternas”, independente das cominações legais a que estivessem sujeitos.

As casas legislativas deveriam ser objeto de constante crítica e desmoralização, enquanto os representantes do partido “proletário” surgiriam como únicos acima das críticas.

As Forças Armadas deveriam ficar sob constante açulamento, e deveriam ser vistas como desnecessárias, perdulárias, ignorantes, ditatoriais.

As polícias seriam sempre acusadas de truculência, violência e corrupção, enquanto a marginalidade deveria ser alvo da proteção dos direitos humanos e da tolerância, por pertencer à classe subalterna.

Se o bandido age à margem da lei é apenas por falta de opções, sendo a marginalidade fruto, pois, da injustiça social e da exclusão burguesa.

Nada mais justo, pois, que os burgueses sofram na pele, sem reclamar, o castigo de serem “expropriados” de seus bens, e até às vezes “justiçados” pelos “excluídos”.

Todo o sistema capitalista deveria ser demonizado: os fazendeiros como latifundiários exploradores de mão de obra escrava, depredadores da natureza; os industriais como gananciosos apropriadores da mais valia e sonegadores; os banqueiros como parasitas especuladores; os órgãos de imprensa como vendidos ao capital nacional e estrangeiro.

Os intelectuais tradicionais deveriam ser cooptados, e os intelectuais da “classe”, os dito orgânicos,isto é, todos os cidadãos que fossem inteiramente obedientes ao partido, deveriam ser estimulados a um incessante trabalho de convencimento e doutrinação.

Esta é a fase da hegemonia.

Numa última fase, neutralizados os organismos burgueses da sociedade civil, quando a sociedade já aceita a imposição de novos valores culturais, éticos e morais, já não mais tem mecanismos de reação, é hora de tomar o poder, instituir o socialismo e caminhar para a etapa final, o comunismo.

Agora, o partido é quem detém, na verdade a hegemonia.

É um partido único, embora pulverizado em várias agremiações.

Esse partido é quem aponta os dirigentes.

É o “moderno príncipe”, como dizia Gramsci, admirador de Maquiavel.



terça-feira, 28 de abril de 2015

A verdade sobre a greve dos professores

Essa greve dos professores no estado de São Paulo transcende a intolerância de ambos os lados.
Tanto dos professores quanto do governador.
Há um forte componente politico travestido de luta pela classe.
Poucos sabem, mas Dilma sancionou uma lei estabelecendo um prazo, acredito que ate 2018, para que haja uma equiparação salarial minima para todos os profissionais com nível universitário.
Claro, que seja funcionário publico.
Porque quem estiver no mundo privado, nada disso existe.
Ou seja, um professor deve ganhar o mesmo que qualquer outro profissional de nível universitário funcionário do estado.
Ate ai parece justo, pois deveria haver uma hegemonia salarial.
Mas, ai também se esconde um artificio que foi utilizado para que muitas categorias profissionais do serviço públicos tivessem um acelerado ganho salarial nos anos petistas.
Se por um lado é bom para eles, do outro é ruim para nos contribu
intes.
Que é quem paga a conta.
Se o orçamento aperta, mais impostos são necessários.
E a carga tributaria ultrapassou o limite do razoável faz tempo!
O que Dilma fez foi fazer cortesia com chapéu alheio.
O fato é que a promessa foi criada por lei.
Mas, sem programar a disponibilização de recursos a médio prazo para todos os estados cumprirem. 
O PT tem essa característica.
Pensa que governo tem um saco sem fundo de dinheiro.
É só querer que o dinheiro brota.
Sabemos que não é assim.
Ainda que Dilma não tenha criado a ideia de execução no curto prazo, é verdade, criou a expectativa.
Espertamente a APEOESP, que é o sindicato dos professores do estado de São Paulo, mas leia-se PT, resolveu abraçar essa ideia para criar embaraço politico para o governo do estado.
A APEOESP, mesmo sabendo que não ha recursos orçamentários disponíveis, quer que o estado de São Paulo cumpra a lei agora em 2015. 
Um absurdo!
E pior é que levou alguns professores e ate cidadãos acreditarem que isso é possível.
Não concordo.
Não quero pagar mais impostos.
Eles que esperem haver recursos para atender suas justas revindicações.

sábado, 25 de abril de 2015

Em discussão o novo Plano Diretor de São Paulo

Mais uma vez em discussão na Câmara de  Vereadores projeto que altera o Zoneamento de São Paulo...
Para pior!
É sempre assim.
Nunca houve alguém com coragem para  propor a redução do uso e  ocupação da cidade.
Minto.
Figueiredo Ferraz, prefeito de São Paulo na década de 70, dizia:
"São Paulo precisa parar."
Infelizmente, ninguém deu-lhe ouvidos.
Ao contrario.
Aqueles que o sucederam estão sempre dando um jeito de São Paulo crescer ainda mais.
Esquecem-se de que para uma cidade funcionar adequadamente precisa de infra estrutura!
Como exemplo, a água....
Esta cada vez mais escassa e distante para se encontrar.
Como ter saneamento básico sem água?
Impossível!
Isso sem falar no sistema de transporte.
Ônibus e metros estão sempre com sua lotação máxima.
Quanto ao sistema viário atingiu seu grau máximo de utilização.
As vias estão sempre congestionadas.
Novos investimentos são custosos e demorados.
A cidade sempre cresce em ritmo mais acelerado que as obras necessárias.
Assim, a qualidade do serviço nunca consegue melhorar.
Piora a cada dia que passa.
Mas, os políticos não vem isso. 
Ou ha outros interesses por trás?

E Dilma virou a pagina...

Cada vez mais me certifico de que ha pensadores de peso no PT.
Como um Maquiavel dos trópicos, mostrou ao nosso Príncipe, no caso Princesa Dilma, o caminho a percorrer.
Sabedor das dificuldades que o novo mandato de Dilma teria pela frente, nosso Maquiavel recomendou a máxima que diz:
“Não é preciso cumprir uma palavra dada quando ela se torna prejudicial. Um príncipe prudente não pode nem deve, guardar a palavra dada, quando isso se torna prejudicial ou quando deixem de existir as razões que haviam levado a prometer. “
Assim, Dilma esqueceu tudo que havia prometido em sua campanha eleitoral.
Deu uma guinada de 180 graus e surpreendeu a todos.
Mas, sem antes ter ouvido outra máxima:
“Faça o mal de uma vez e o bem aos poucos."
Dilma apresentou no inicio deste mandato todas as maldades.
Aumentou os preços da energia elétrica, dos combustíveis, anunciou medidas fiscais que desagradaram a muitos.
Enfim, mostrou o mal de uma vez!
Para consecução desse plano, cirurgicamente usou de outra máxima:
“Para punir use terceiros e para elogiar apareça...os príncipes devem fazer os outros aplicarem as punições e eles próprios concederem as graças.
Assim, nomeou Joaquim Levy e sua equipe para anunciar as maldades.
Se tudo der errado na economia, eles serão os culpados!
Se tudo der certo, ela soberbamente cantara a vitoria.
Finalmente, aplicou mais uma recomendação maquiavélica:
“É preciso enfraquecer os poderosos, agradar aos súditos, manter os amigos e proteger-se dos companheiros. Entre seus inimigos estão companheiros. Considere teus inimigos todos os insatisfeitos pôr estares no poder, mesmo aqueles companheiros mais próximos, que te ajudaram a ali chegar, pois não terás como atender a todos os desejos desses como, os mesmos, gostariam.
Assim, assistiu de camarote seus aliados serem envolvidos na operação lava a jato, enquanto passava ao largo, incólume.
Por outro lado, fez reformas no comando ministerial e acabou colocando seu vice como primeiro ministro.
Entretanto restava ainda uma recomendação a ser observada:
“Mais importante do que ser é parecer ser. Não é necessário ter todas as qualidades, mas é indispensável parecer tê-las. Se as tiver e utilizar sempre, serão danosas, enquanto, se parecer tê-las, serão úteis"
Assim, já na construção do “bem” aos poucos, apresentou o balanço da Petrobras, acalmando o mercado e vangloriando-se de que a Petrobras vira a pagina e acerta passo.
O fato é que o pior momento de Dilma, já passou.
Havia um forte movimento nas ruas apoiando o “fora Dilma”.
Foi a chance da oposição crescer e aparecer.
Mas tinha que ser rápida.
Enquanto isso, ficou discutindo o sexo do anjos.
Mais uma vez a oposição viu esvair-se por suas mãos a aplicação de um impeachment.
Que ficara para as calendas gregas.
A oposição perdeu o “timing”.
Daqui para a frente, querendo ou não as coisas começam a se ganhar uma nova dinâmica.
Diante de uma melhora, sem que Maquiavel nos ensine, sabemos todos que:
 “O povo tem memória curta.”
E “la barca va.”


A favor ou contra o desarmamento?

Recorrentemente a discussão sobre o desarmamento volta a tona.
A meu ver, essa questão do desamamento sempre nos conduz a uma encruzilhada de caminhos diametralmente opostos.
Queremos uma sociedade mais ou menos violenta?
Evidentemente que com mais armas disponíveis,  a sociedade poderá ser mais violenta.
Afinal mais armas significa mais potencial para a violência.
Ao mesmo tempo, ha uma falsa sensação de mais segurança individual.
Falsa, porque, embora portando-se uma arma, não significa que sempre estaremos em condições de usa-la a nosso favor.
Antagonicamente, acredita-se que com menos armas disponíveis, a sociedade poderá ser menos violenta. 
Imagina-se que haverá, ainda que falsa, uma sensação de mais segurança individual e coletiva.
Afinal, havendo menos armas disponíveis, determinados crimes de desavenças poderão não ocorrer.
Também é uma sensação falsa porque população desarmada, não significa toda sociedade desarmada.
Os bandidos sempre a portarão.
Não ha lei que os proíba de estarem armados.
O fato é que para que haja um minimo de certeza de que uma população desarmada é melhor do que uma população armada, alguns fatores devem acontecer.
Começa com a sociedade sendo menos tolerante a corrupção.
Tanto em seus próprios atos.
Quanto nos atos praticados por terceiros.
Por outro lado, as instituições publicas democráticas tem que assumir o compromisso de oferecer a segurança publica em toda sua plenitude.
Para isso o Legislativo tem que ser mais eficiente na confecção de Leis.
Com estabelecimento de regras nos julgamentos que observem ritos mais céleres e sem permissão de protelações infindáveis.
Com estabelecimento de penas rigorosas.
Para isso a Policia tem que ser mais eficiente.
Com investigações bem feitas e que resultem em inquéritos bem elaborados.
Com pulso firme na repressão aos bandidos.
Para isso o Judiciário tem que ser mais eficiente.
Com juízes aplicando rigorosamente as penas previstas na legislação.
Para isso o Sistema Penitenciário tem que ser mais eficiente
Com condenações cumpridas rigorosamente nos termos da legislação.
Mas, hoje isso acontece no Brasil?
Não!
Daí que há uma sensação de insegurança generalizada.
Daí que, diante dessa insegurança, muitos pretendem voltar a uma sociedade mais armada.
Mas, entendo, que não podemos retroceder.

Temos que exigir que as instituições publicas democráticas cumpram seu papel.
Essa é a luta que devemos abraçar.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Greve dos caminhoneiros - Não apoio

E essa greve dos caminhoneiros?
Eu não apoio.
Explico.
De onde eles encontraram amparo legal que lhes assegure o direito de bloquear o livre transito nas estradas?
A policia rodoviária tem que combater rigorosamente esses bloqueios, sim.
Tem que permitir o livre fluxo nas estradas.

Essa moda de, por qualquer razão, bloquear estradas e vias públicas não pode ser tolerada.

Não é admissível que um grupelho, por mais justas que sejam suas reivindicações, prejudiquem milhares de outros cidadãos.

Por acaso eles são melhores que os outros?

Não o são.

Agora, imergindo nas razões da greve.

Muita gente apoia, acreditando ser justa.

Afinal, eles reivindicam um valor de frete mínimo que os possibilite trabalhar confortavelmente.

Mas, espera ai.

O estabelecimento do valor do frete é um problema deles.

O preço de serviço, quem decide é o prestador junto com o tomador.

Livre concorrência é praticada assim.

Quem não tem competência não se estabeleça.

De mais a mais, quem não estiver satisfeito com o que ganha, mude de profissão.

Até quando não conseguiremos entender que é a lei da oferta e da procura que regula os valores dos negócios?

O governo não tem nada a ver com isso.

Não adianta seguirmos acreditando, ingenuamente, que para cada problema individual há sempre uma solução estatal.






quinta-feira, 23 de abril de 2015

Aprovação da Terceirização na Câmara - dois passos para trás!

E essa aprovação do projeto de lei da terceirização na Câmara.
O tiro saiu pela culatra.
E tende a piorar!
Vai pro Senado, que se mostra contrario à ideia de avanço. 
Sabe-se la o que mais inventarão.
Quando esse projeto de lei foi gestado, as cabeças pensantes deste pais tinham como objetivo dar mais agilidade na operação das empresas.
Dar mais competitividade.
Aproximar o Brasil das relações operacionais que são praticadas no primeiro mundo.
Mas, não.
Aqui ao se tentar dar um passo a frente, da-se dois para trás!
Sim, inventaram uma obrigação de fazer, que ate então não existia.
Se o Senado mantiver essa excrecência e não houver vetos na presidência, por ocasião do sancionamento da lei, as empresas contratantes das terceirizadas terão que reter e recolher o INSS sobre a folha de pagamento da sua terceirizada.
O governo petista é contra a terceirização, mas, imediatamente quando pode, terceiriza sua obrigação de cobrança de impostos! 
E não remunera a empresa por isso.
Já os bancos, que recebem o pagamento de impostos, são remunerados.
Mas, isso é outra história.
A lei nos moldes que se apresenta é um retrocesso!
Melhor seria deixar como esta.

terça-feira, 21 de abril de 2015

O papel da familia

Tenho assistido muita discussão sobre família.
O conceito de família era, tradicionalmente, representado por um casal, um pai, ele macho, e uma mãe, ela fêmea, que se uniam e se reproduziam, tendo filhos.
Hoje esse conceito é tão abrangente que transcende os laços genéticos.
Ainda que sempre houvesse a alternativa de adoção de crianças pela chamada família tradicional.
Mas, como disse, esse conceito vai mais longe.
Hoje se admite uma família cujo pai e mãe, originariamente, ambos são do mesmo sexo.
Pela impossibilidade física de se reproduzirem, são obrigados a adotar filhos.
Grande parte da sociedade manifesta-se contra esse modelo.
Argumentam uma serie de razões morais, religiosas e tudo mais.
Por outro lado, observo um esfacelamento da família tradicional.
Muitos casais separados.
Já há muito tempo nos deparamos com famílias onde a mãe é mãe e pai ao mesmo tempo.
O mais comum é a formação de novas famílias, cujos filhos têm irmãos de pais ou mães diferentes.
Diante de todo esse quadro atual, que entendo não ser motivo de tanta celeuma por ele próprio, vejo problemas maiores que acabam não sendo diagnosticados e discutidos.
A violência infanto juvenil.
No modelo de família tradicional, os filhos eram criados com a presença mais atuante da mãe.
As mães tinham afazeres domésticos, mas o contato próximo permitia uma melhor atenção aos filhos.
Outras mães quando trabalhavam, contavam com a presença da avó para representá-las.
Pois esta ficava em casa.
Como grande parte dessas famílias vivia no campo ou em cidades pequenas, era possível um contato das mães durante as refeições.
Era quando havia o contato entre mãe e filho.
Quando havia a troca de carinhos.
Por outro lado, nesse meio todos se conheciam.
Havia uma ligação mais forte entre as pessoas.
A sociedade tinha outros hábitos, outros valores.
Com o crescimento das cidades, as mães tiveram que trabalhar distantes de sua casa.
Não havia mais a possibilidade de fazerem as refeições juntos com seus filhos.
Por outro lado, em muitos casos, não havia mais a avó disponível para substituir a mãe.
Nesse novo modelo social muitos desses filhos não recebiam carinho de suas mães ou de seus familiares.
Mesmo que sob os olhares de um parente ou de uma vizinha cuidadora, ficavam soltos na rua, em contato com o que desse e viesse.
O fato é que não recebiam a educação moral e cívica para o convívio social disciplinado.
E, indisciplinados, foram buscar uma compensação do afeto em atividades não convencionais.
Por outro lado, nesse novo cenário, as pessoas começaram a perder sua identidade.
Eram incógnitos no meio da multidão.
E mais um ingrediente foi acrescido nesse caldeirão.
Sem serem identificados, esses menores iniciam, alguns timidamente, com pequenas transgressões.
Como não há quem os advirta ou lhes imponha limites, essas transgressões crescem, ate chegar ao crime.  
Ai acontece aquelas cenas dramáticas que assistimos de mães chorando pelos seus filhos na porta de educandários, quando menores, ou nas delegacias ou nas penitenciarias, quando maiores de idade.
Estão la desesperadas, lamentando pela sorte deles.
Mas, agora é tarde.
O processo de criminalização teve inicio la atrás.
Apesar de muitos acreditarem que possam ser recuperados, dependendo do grau do crime cometido, acho difícil uma reversão do quadro.
Principalmente porque as instituições publicas responsáveis por essa tarefa estão falidas.
A maioria ao sair dessas instituições sai pior do que entrou.
Concordo que haja níveis de doenças mentais, cujo efeito criminoso se equipare ou se mostre pior do que dos jovens cuja descrição relatei.
Nesses casos deixo as conclusões para os especialistas.
Também não pretendo ser simplista a ponto de acreditar que não haja outros fatores contributivos para a violência.
Mas, fundamentalmente, acredito que quando uma criança é tratada, desde sua tenra idade, com muito amor e carinho, com educação para convivência social, muitos desses males podem ser diminuídos ou até contidos por toda a vida.
Concluo, então, que não importa como sejam constituídas as famílias.
O importante é haver uma boa e sadia convivência familiar.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Este é o pais da impunidade! E não é de hoje!

Iniciava-se o ano de 1986.
Nessa época era sócio de uma pequena construtora e incorporadora.
Havíamos construído alguns prédios de quatro andares na praia da Enseada, no Guarujá.
Queríamos realizar uma nova incorporação, mas estávamos pessimistas.
Os negócios fluíam em ritmo muito lento.
Já vinha nesse ritmo há anos.
Tanto é que em 1984 resolvemos diversificar nossas atividades entrando no ramo da gastronomia.
Construímos uma pizzaria, no bairro de Moema, que foi um sucesso de publico.
Em seguida, em 1985, adquirimos um outro restaurante, nos Jardins, que atendia almoço executivo.
Outro sucesso de publico.
A inflação estava alta, mas o negocio de alimentação não se ressentia tanto.
Afinal, as pessoas comem com ou sem crise.
Jose Sarney, que assumira a presidência da Republica em decorrência da morte de Tancredo Neves, lança o Plano Cruzado.
Os negócios deram uma guinada e aceleraram o ritmo.
A economia soltou as amarras.
O mercado imobiliário agitou-se.
As pessoas começaram a procurar imóveis para comprar.
Imediatamente, vislumbramos uma oportunidade de deslanchar nosso negocio imobiliário.
Resolvemos, então, nos desfazer dos negócios gastronômicos e focar na construção de prédios.
Tínhamos um terreno de estoque na Vila Mascote, em São Paulo.
Rapidamente, realizamos o lançamento imobiliário, vendendo as unidades em curto espaço de tempo.
Enquanto isso, procurávamos outro terreno para um lançamento de prédio no Guarujá.
Foi quando encontramos um terreno com uma casa velha, que um casal desejava vender.
Eles nos contaram que pretendiam vender sua casa e comprar outra, mais nova e mais próxima da praia.
Informaram-nos que já haviam encontrado a casa para adquirir.
E que estavam até em negociação avançada com o proprietário.
Mas, dependiam dos recursos com a venda da sua casa para fechar a compra.
Diante dessa situação redonda, fechamos o negócio rapidamente.
Como a operação era casada, pois efetuaríamos a quitação do valor ajustado ao mesmo tempo em que o casal faria o mesmo com os outros vendedores, marcamos a lavratura das escrituras no Cartório de Registro no mesmo dia.
Afim de que fossem obtidos os documentos legais de ambos os vendedores tivemos que aguardar alguns dias.
Dois ou três dias antes da data marcada para a lavratura da escritura, o vendedor da casa, que o casal pretendia comprar, telefonou a eles avisando que sua esposa não poderia comparecer ao evento.
Como moravam no interior de São Paulo e sua esposa estava acamada, por estar muito doente, não seria possível o deslocamento e comparecimento dela.
Mas, disse ele, que estaria de posse de uma procuração publica dela, se concordassem.
O casal achou estranho.
Pediram um tempo para analisar a questão.
Sabedores de que nós tínhamos pressa na aquisição, o casal ponderou qupoderíamos encontrar outro terreno.
Se isso acontecesse eles acabariam perdendo aquela oportunidade tão desejada de mudar para uma casa melhor.
Chegaram a conclusão de que se não concordassem com o pleito, o negocio teria que ser adiado para vai saber quando.
Comunicaram, então, ao vendedor que não se opunham que ele comparecesse à lavratura da escritura munido de uma procuração publica da esposa.
Mas, a senhora do casal ficou preocupada com a saúde da outra senhora vendedora.
Afinal, ela também como esposa, colocou-se na posição da outra.
Ficou imaginando quanto aflita estaria aquela senhora em vender sua casa e não conhecer quem a compraria.
Essa ideia ficou latejando em sua cabeça.
Na noite anterior a lavratura da escritura decidiu telefonar para ela e perguntar como estava.
Ao fazer a ligação telefônica, do outro lado, atendeu um parente.
Ao perguntar como estava o estado de saúde da senhora que vendia a casa obteve como resposta:
- Ela esta morta.
Abalada com a noticia ficou sem saber o que falar.
Ficou imaginando mil coisas.       
O que teria acontecido que a doença se agravara a tal ponto que a senhora faleceu assim, de repente.
Ficou preocupada com o viúvo.
Como ele deveria estar se sentindo.
Deveria estar sofrendo duplamente.
Vendia a casa e perdia a esposa.
Mas, ainda assim, conseguiu transmitir votos de condolências.
Para seu espanto ouviu como resposta:
- A senhora já faleceu há anos!
Ai ela se espantou de vez.
Ficou perplexa e muda.
Imaginou outras mil coisas.
Não conseguia entender como o marido estava vendendo a casa alegando que a mulher estava doente.
Talvez porque estando sua esposa morta e não ter sido regularizado essa situação no Registro de Imóveis, ele quis usar desse expediente.
Mas, estava agindo de forma incorreta.
Agora, com essa descoberta, o negocio poderia ate não mais se concretizar.
No mínimo, teria que ser regularizado tudo para só depois passar a escritura.
Ela não aceitaria pactuar com um negocio mal feito.
Muita abalada recompôs-se.
Desculpou-se por não saber do fato e pediu para conversar com o viúvo.
Este atendeu a ligação, estranhando o telefonema.
Ela, então, disse que lamentava os fatos que tomara conhecimento e que diante disso estava suspensa a lavratura da escritura no dia seguinte.
Nova surpresa.
Este respondeu que não estava vendendo sua casa no Guarujá.
Nem a havia colocado a venda.
E quis saber exatamente o que estavam fazendo em seu nome.
Chocada ela contou tudo.
Ao final, ela viu seu sonho se desintegrar.
Em seguida nos telefonou e contou os fatos.
E disse que manteria a venda conosco.
Afinal, palavra dada é palavra empenhada.
concluiu dizendo que, depois, com tranqüilidade, escolheriam outra casa.
Talvez até melhor que aquela que não mais poderiam comprar.
Afinal, com dinheiro na mão, tudo fica mais fácil para fazer um bom negócio.
No dia seguinte, à tarde, ao chegar ao cartório, o casal avisou ao escrivão que não faria a outra escritura.
Ele já sabia.
O verdadeiro dono já havia avisado e solicitara a presença da policia.
Que estava no cartório.
Os policias estavam a paisana, aguardando o momento certo para prender o estelionatário.
Logo em seguida o falso vendedor chegou.
Todo sorridente e amável.
Para caracterizar o crime, o protocolo de lavratura foi mantido ate o momento do pagamento, quando os policiais entraram em cena e prenderam o sujeito, levando-o algemado para a delegacia.
Em seguida, com o ambiente conturbado, conseguimos lavrar a nossa escritura.
Ainda ficamos algum tempo conversando e tomando conhecimento dos detalhes de tudo o que havia acontecido.
Foi quando, para surpresa geral, veio a noticia que o estelionatário já estava solto.
Este é o pais da impunidade!


quinta-feira, 16 de abril de 2015

PJ – Terceirização interna

Já faz tempo que disseminou-se no mercado a terceirização interna de trabalho, também conhecida como PJ.

Mas, o que é uma PJ?

Trata-se da empresa constituída por um profissional ou um grupo de profissionais que irão prestar serviço em uma empresa, 
não na condição de empregado registrado, mas como terceirizados.  

A PJ serve para que o profissional receba seu “salario”.

A PJ é interessante quando atende aos dois que se relacionam.

O empregador e o funcionário.

O empregador que reduzirá parte de seu custo trabalhista.

E o empregado que receberia antecipadamente seus rendimentos de direito, oriundos da relação trabalhista.

Explicando melhor.

O empregador tem como obrigação trabalhista pagar o salário nominal, o 13º salário no final do ano e as férias com 1/3, após um ano de trabalho.

Ainda deve efetuar mensalmente o recolhimento de INSS e de FGTS.

Quando demite o funcionário deve pagar o aviso prévio ou uma indenização de 30 dias e pagar a multa de 50% do valor depositado na conta de FGTS do funcionário.

Além de arcar com os custos dos chamados benefícios, como vale refeição, plano de saúde, seguro de vida, entre outros.

Na questão do INSS, a empresa é obrigada a recolher em torno de 27% do valor nominal pago a seu funcionário.

Já o funcionário é descontado de seu salario
, dependendo da faixa salarial, pela alíquota de 8 a 11% sobre o valor nominal de seu salário.

Entretanto, diferentemente da empresa o valor do INSS pelo funcionário está limitado a R$513,01.

Isto ocorre porque o salário máximo de contribuição é de R$ 4.663,75.

Ou seja, para quem receber acima de R$4.663,75, a empresa irá dispender um valor maior, enquanto o empregado vai dispender um valor fixo de R$513,01.

Por exemplo, um funcionário com salário de R$5.000,00 a empresa deve recolher um INSS de R$1.350,00, enquanto o funcionário contribui com R$513,01.

Já se o salário for de R$10.000,00 a empresa deve recolher um INSS de R$2.700,00, enquanto o funcionário continuará contribuindo com R$513,01.

Não esquecendo que o INSS também incide sobre o 13º salário e sobre as férias.

Agora vamos a uma abstração filosófica, que deve ter ocorrido num determinado momento no passado.

O empresário resolveu fazer a conta para avaliar quanto custa um funcionário para sua empresa.

Foi anotando os seguintes gastos mensais:

a) Salário bruto de R$10.000,00

b) INSS no valor de R$2.700,00

c) Parcela correspondente a 1/12 do 13º salário bruto, no valor de R$833,33

d) INSS sobre a parcela correspondente a 1/12 do 13º salário bruto, no valor de R$224,99

e) Parcela correspondente ao valor de R$800,00, que deve depositar na conta de FGTS do funcionário.

f) Parcela correspondente a 1/12 do valor da multa de 50% do FGTS, no valor de R$400,00

g) Parcela correspondente a 1/12 das férias bruta, acrescidos do 1/3, no valor de R$1.083,33

h) INSS sobre a parcela correspondente a 1/12 das férias bruto, no valor de R$224,99

i) Parcela correspondente a 1/12 do Aviso Prévio indenizado, no valor de R$833,33.

j) INSS sobre a parcela correspondente a 1/12 do Aviso Prévio Indenizado, no valor de R$224,99

k) Plano de Saúde no valor de R$200,00

l) Vale refeição no valor de R$550,00

E conclui que gasta R$18.074,96!

Ou seja, um funcionário que ele imagina que paga R$10.000,00 por mês, custa-lhe na realidade R$18.074,96.

Ai imaginou se não haveria uma forma de reduzir esses custos.

Foi quando ouviu falar na PJ.

Resolveu, então, propor ao funcionário, um “bem bolado” para reduzir seus custos.

Propôs ao funcionário que constituísse uma empresa, a tal PJ.

Ofereceu um salário maior do que recebia como empregado.

Como exemplo, vamos fazer as contas para um empregado com salário de R$10.000,00.

Esse funcionário, recebe liquido o valor de R$7.599,72.

Sim, pois do seu salário nominal de R$10.000,00 é deduzido o valor de R$1.886,67, referente ao IRRF, e o valor de R$513,61, referente ao INSS.

Assim, se o empresário propusesse pagar o valor do salário PJ de R$12.444,11 , que correspondente a soma das seguintes verbas:

a) Salário líquido de R$7.599,72

b) Parcela correspondente a 1/12 do 13º salário, no valor de R$633,31

c) Parcela correspondente ao valor de R$800,00, que seria depositado mensalmente em sua conta de FGTS

d) Parcela correspondente a 1/12 das férias acrescidos do 1/3, no valor de R$911,08,

e) Verba a título de reembolso de impostos e despesas que o funcionário terá que gastar na sua PJ, no valor de R$2.500,00.

Para o funcionário, seria o valor equivalente ao que receberia como registrado.

Em geral, o empresário faz as contas que resulta num salário de R$12.716,66, que corresponde a soma das seguintes verbas:

a) Salário bruto de R$10.000,00

b) Parcela correspondente a 1/12 do 13º salário bruto, no valor de R$833,33

c) Parcela correspondente ao valor de R$800,00, que seria depositado mensalmente em sua conta de FGTS

d) Parcela correspondente a 1/12 das férias bruta, acrescidos do 1/3, no valor de R$1.083,33

Muitas vezes, arredonda entre R$13.000,00 e R$14.000,00.

E acaba concedendo 15 dias de férias para cada ano trabalhado.

Na demissão, acaba avisando com alguns dias de antecedência.

Dessa forma o empresário economiza mensalmente R$4.074,96.

Por ser uma proposta  “ganha ganha”, pois ambos saem ganhando, foi o que acabou acontecendo na pratica.

Muito embora haja uma insegurança jurídica.

Acontece que há casos de funcionários, que trabalhavam no esquema PJ, terem ajuizado reclamação trabalhista e em algumas vezes até ganharam parcialmente a demanda.

A nova lei de terceirização, entre outros assuntos, busca regularizar essa situação, trazendo mais segurança jurídica para o empresário contra demandas trabalhistas.

Entretanto, muitos temem que com a nova lei de terceirização, haverá prejuízo do empregado.

A lei em si não trará prejuízo a nenhum funcionário, quando aplicada no sistema “ganha ganha”.

Entretanto, não se pode negar que a melhora ou a piora da remuneração do trabalhador é determinada pela conjuntura econômica.

E hoje vivemos uma conjuntura desfavorável.

Melhor seria se essa lei, que tramita no Congresso há mais de 10 anos, tivesse sido aprovada lá atrás, quando a conjuntura econômica era mais favorável.

Assim não haveria esse temor.

Mas, não se pode negar também que, por ser uma alternativa que pode reduzir o custo do empresário, de certa forma poderá impedir mais demissões indesejadas.

Mesmo que isso resulte em perda parcial da remuneração do funcionário.

Afinal, melhor do que estar desempregado é ter um emprego remediado.






quarta-feira, 15 de abril de 2015

Terceirização


Tenho visto muitos comentários sobre o assunto terceirização.
Inclusive de alguns que nem sabe ao certo o que vem a ser uma terceirização.
Pois sempre trabalharam como terceirizados.
Gostam disso, pela liberdade e autonomia que tem e....
Sem se dar conta, são contra!
Quando fui sócio de uma construtora, já na fundação da empresa tínhamos ideias de vanguarda para a época.
Não tínhamos almoxarifado central.
Não tínhamos equipamentos próprios.
Não tínhamos operários.
Anos depois da nossa opção formulou-se a ideia do “just in time”, que nada mais era do que nossa filosofia de comprar o que precisávamos quando precisávamos, sem manter materiais em estoque num almoxarifado central.
Quanto a ferramentas e equipamentos, aproveitamos a introdução da opção de locação, que se iniciava.
Surgia a terceirização de ferramentas e equipamentos!
E os operários contratávamos de empreiteiros.
Era a terceirização da mão de obra.  
Minha empresa era focada em captar serviços e gerencia-los.
As preocupações com estoque, aquisição e manutenção de ferramentas e equipamentos, e contratação de mão de obra delegávamos a terceiros.
Era uma empresa enxuta e, talvez por essa razão, nunca tive grandes problemas financeiros.
Terceirização não significa perda de direito algum.
Todos os nossos operários eram registrados.
Exigíamos isso.
Não porque fossemos benévolos.
Mas, porque a legislação trabalhista estabelece solidariedade entre o tomador de mão de obra e o contratado.
Não queríamos encrenca com processos trabalhistas.
Ainda que, mesmo assim, sempre sobrava alguma coisa nessa área.
Enfim, risco de negocio.
Terceirização, enfim, é uma forma de contratação.
Um empregado de uma empresa terceirizada não significa que não terá registro trabalhista.
Quando ocorre a contratação sem registro, não se chama terceirização.
Denomina-se, simplesmente, contratação informal.
Que sempre existiu.
Ou a contratação de um profissional autônomo.
Ja este, também é um terceirizado quando presta serviço a uma empresa.
Por que empresas privadas e públicas adotam essa forma de contratação?
As empresas privadas, como fazia quando era empresário, querem focar em seu negócio.
Não desejam montar estruturas pesadas e custosas.  
Querem ter musculatura para serem ágeis, para poderem se adaptar as condições de mercado do momento.
O mundo é constituído por milhares de micro e pequenas empresas, que de alguma forma contratam outras ou são contratadas por outras.
Isso chama-se cadeia de produção.
O governo, em tese, também que ver-se livre das amarras da legislação trabalhistas do funcionalismo público, que engessam o serviço público, tornando-o obsoleto e desqualificado.
Sempre fui favorável a terceirização.



terça-feira, 14 de abril de 2015

Sem parar!

Eu não utilizo o sistema  “Sem Parar”, pois acho um absurdo você ter que comprar um aparelho, além de pagar o mesmo valor do pedágio.
Em qualquer lugar civilizado do mundo, o aparelho seria gratuito e o valor teria um desconto.
Claro que deveria acontecer o mesmo por aqui.
Não há necessidade de mão de obra, risco de roubo ou assalto, enfim, a concessionaria sai na vantagem com o sistema.
O pior não é esse absurdo.
Que há como contornar, ainda que nos resulte enfrentar filas.
Agora, colocar uma cancela para bloquear a livre passagem do usuário do sistema, a meu ver é criminoso!
Como se pode constatar, desta vez na região de Ourinhos, quando a cancela não abriu e provocou 2 acidentes de transito, envolvendo caminhões, na mesma praça de pedágio, num curto espaço de tempo.   
Em um desses acidentes um carro ficou prensado entre 2 caminhões!
O motorista do carro não morreu de forma inexplicável.
Agora pergunto.
Pra que cancela?
Sim, não ha necessidade alguma.
Há radares fotográficos que possibilitam multar aquele que passar sem pagar.

E mais, se houver um problema de leitura, a mesma foto possibilitara a consulta pela placa do usuário e verificado que ele é aderente ao sistema, cobra-se o pedágio não cobrado e fica tudo resolvido.
Fico pasmo em ver que todos aceitam isso e ninguém fala nada sobre isso.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

A corrupção no Brasil

Este final de semana estava assistindo um programa na TV fechada quando me surpreendi com uma propaganda estranha.
Havia um chamado para que cidadãos brasileiros denunciassem suborno de funcionários públicos por companhias americanas.
Ao ver isso fiquei surpreso e prestei atenção.
A principio pensei tratar-se de uma brincadeira.
Mas, não.
Na continuidade vi que em contra partida da denuncia, havia a oferta de uma recompensa substancial e o anonimato ao denunciante.
Confesso que não acreditei.
Os USA estão preocupados com a eventual participação de empresas americanas em atos de corrupção no Brasil!
O fato é que nos USA há uma lei anti corrupção vigente que visa investigar e combater atos de corrupção transnacional e funciona.
Não é objeto de pronunciamento do presidente americano, como fez Dilma na cúpula das Américas.
Numa tentativa vã, para não dizer mentirosa, anunciou que combate a corrupção com firmeza.
Oras bolas, que conversa fiada é essa?
Todos os Mensaleiros da cúpula Petista já estão livres, leves e soltos.
Graças a uma lei de anistia, habilmente editada por Dilma para beneficiar os companheiros.
Que teve efeito justamente ao contrario ao combate a corrupção.
Ampliou a sensação de impunidade aos amigos do rei.

Enquanto isso, os políticos envolvidos no Petrolão, que fizeram parte do governo dela, continuam a margem do processo penal. 
É muito cinismo!

Uma visão sobre Cuba

Tive a oportunidade de assistir um documentário no canal Globo News sobre Cuba.
Imperdível!
Comentário que o repórter constatou:
“Em Havana não se encontra ninguém em situação miserável, passando fome ou sem ajuda medica, por outro lado, são poucas as pessoas que conseguem ter um pouco mais do que o mínimo necessário.”
O povo tem direito a uma cesta básica disponibilizada pelo estado.
O que me chamou a atenção é que cada cidadão tem direito a apenas um pão francês por dia.
Para comprar os itens da cesta básica, ao invés de um cartão digital como é no Bolsa família, a compra é feita pela anotação numa caderneta, chamada  Libreta.
Assim como os carros antigos, essa Libreta me remeteu ao túnel do tempo, conduzindo-me ao final da década de 50.
Fez-me recordar das compras a fiado na qual os donos dos Empórios e Mercearias controlavam as contas de cada cliente nas antigas cadernetas.  
Entre outras pérolas recolhidas pela excelente reportagem selecionei essa:
Um motorista de táxi, defensor do socialismo, disse que a medicina em Cuba é de graça, diferente dos países capitalistas que cobram caro.
Como assim?
De graça?
Nada é de graça.
Esse coitado foi tão “cubaduzido” pelos alienígenas que dirigem aquela nação que acha que os serviços públicos caem do céu!
Ele acredita que do nada surge o tudo!
Não entende que o estado, quando disponibiliza qualquer serviço, o faz porque há uma arrecadação de recursos dos cidadãos.
Seja através de impostos, como é no sistema capitalista.
Seja através de coloca-los a trabalhar para o estado com um salário vil, como lá é o caso.
Em Cuba aplica-se a mais valia do estado.

Que dá um retorno pífio, mas engana bem.

domingo, 12 de abril de 2015

Greve dos professores parte II

Dando continuidade ao tema, recebi vários comentários, que aproveito para melhorar a qualidade da minha visão.
E como não podia deixar de ser, para compartilhar com aqueles que também se interessam sobre o assunto.

Pelo fato de não estar autorizado não vou citar os nomes das fontes, pois são pessoas do meio acadêmico.
Recebi essa informação:

“Infelizmente os salários dos professores da rede pública e as condições de trabalho estão tão pouco atrativos que têm atraído profissionais de qualidade duvidosa.”

É complementada pela explicação do porque da existência dos profissionais de qualidade duvidosa:

“Hoje, as faculdades que formam professores acabam atraindo alunos de qualidade inferior.
Um exemplo: A USP oferece os cursos de bacharelado e licenciatura.
Bacharelado é um curso diurno de 40 horas por semana e dura 4 anos.
Licenciatura é um curso noturno de 20 horas por semana e dura 5 anos.
Daí já se percebe que o professor sai com uma bagagem bem menor.
O aluno que presta Bacharelado tem que ter nota mínima em Química, Física, Matemática e Português.
Se não atingir nota mínima é desclassificado, mesmo que sobrem vagas.
Mas isso raramente acontece, a concorrência é de 8 a 10 alunos por vaga.
O aluno que presta Licenciatura tem que ter nota mínima só em Português e se zerar em Química, Física, e Matemática não tem problema.
Se tiver vaga ele entra!
Por quê?
Porque se não as vagas não são preenchidas!
A procura é baixa justamente porque o profissional que decide ser professor sabe que será mal remunerado.”
Ou seja, está formado o circulo vicioso!
Uma coisa aqui ficou patente.
Todos os que se encaminham para a educação publica sabem das condições desfavoráveis.

“O salário é injusto e... se eles continuam a exercer a profissão em escola pública é sim por terem se submetido a um concurso público que os qualificou para tal cargo!!!”

Ora, se mesmo assim, prestam concursos é uma decisão de foro intimo, que não cabe discussão.
Entretanto, o argumento de que prestaram concurso publico e viraram donos do cargo é de uma miopia estonteante.
Aliás, essa questão de vitaliciedade no cargo deveria ser extinta.
Como em qualquer atividade privada, o profissional antes de ser contratado, de certa forma também é submetido a um concurso.
E mais, ao longo de sua trajetória está submetido o tempo todo a avaliação de seu desempenho.
O que não acontece no serviço publico!
Mas, de volta à questão salarial.

“E os professores que se formam, se conseguem ser bons, são absorvidos pela rede particular.
Que paga bem melhor que a rede pública.
Por isso tem menos greve.
Na escola particular, geralmente a empresa acolhe o que foi determinado no dissídio entre o sindicato dos professores e o sindicato dos patrões.
Mas, se em determinada escola os professores não ficaram contentes com o acordado, tem-se como negociar com o patrão.
Já teve vezes que o patrão precisava mudar algumas coisas, como tirar alguma conquista do empregado mesmo. Chamava-nos, conversávamos e de novo chegávamos a um acordo.”

Perfeita essa colocação.
O dialogo não é só para aumentar.
Mas, recuar, quando necessário.
Essa é vantagem da empresa privada.
Eu tenho uma visão sobre como deveria ser o ensino publico.
As escolas públicas deveriam ser auto sustentadas.
Seriam concessões a quem fosse da área, receberia um valor do estado por aluno.
Operariam de forma isolada e com as regras das empresas privadas.
Quanto a questão do conteúdo educacional, seriam avaliadas 
pelo ogão do estado para continuarem ou não atuando.
Sei que existe modelo semelhante no ensino superior e de certa forma é bem sucedido.
Sei também que muitas faculdades são mal avaliadas e continuam abertas.
Claro, tudo isso depende de uma gestão cuidadosa.
Coisa que não vemos em todas as esferas públicas.
E continua com o seguinte:
“Mas, na escola pública o patrão é o governador.
Quem conversa é o sindicato, que nem sempre representa os professores da melhor maneira.
O governador não vai chamar todos para uma reunião.”

É bem verdade que o governador não é patrão de ninguém.
O estado é o patrão.
O governador é apenas o gestor do estado.
Ainda que se pretenda misturar as coisas, são bem distintas.
E o estado tem varias categorias profissionais, cada uma com pauta diferente.
Mas, o orçamento é um só!
De qualquer forma, sabemos que a situação do ensino esta péssima.
E tende a se agravar mais!
Pois se não tivermos professores formados, o que acontecerá?
Para a escola publica!
Aliás, já esta capengando, como se observa no seguinte:
.
“O Estado põe 50 alunos na sala de aula, põe professor de filosofia para dar aula de matemática, põe estagiário, aluno de faculdade de primeiro, segundo, terceiro ano para dar aula, e o ensino vai ficando cada vez pior.”

Por outro lado há a estrutura educacional.

“Hoje a regra é manter o aluno na escola e passar de ano mesmo sem o aprendizado estar adquirido.
O professor está sempre sujeito às regras do Sistema Educacional e recebe pouca ou quase nenhuma condição material.”

Importante salientar que o Sistema Educacional vigente foi arquitetado por integrantes da área.
Pode até ter sido motivado, desconheço, por determinação expressa do dirigente político de plantão.
Mas, seria o mesmo que culpar o dirigente porque, por exemplo, os engenheiros projetaram um prédio que desabou.
São profissionais da área.
Devem propor as soluções tecnicamente adequadas.
Ou não?
Não é porque um dirigente quer que eu economize cimento e aço que vou executar um prédio sem condições estruturais.
Se o fizer, não sou um profissional, mas serei um imbecil a serviço de um governo imbecil.
De qualquer forma, sem julgar o mérito, foi implantado um Sistema sem que houvesse discordância de seus pares.
Acredito ate que muitos o endossaram.
Se hoje se concluiu que foi um ato equivocado, que se mude.
Ou os dirigentes especializados que estão no poder são imbecis a ponto resistirem a mudanças necessárias?
Ou então, são capachos do governo para não perderem sua boquinha?
Em qualquer situação, havendo uma maioria contra o Sistema deveria exigir, não com greves, mas com abertura de dialogo com os dirigentes.
Sem nunca esquecer que os professores não são os donos do cargo.
O estado ou a empresa privada é que são donos dos cargos.
A meu ver, quem decide se o serviço é bom ou não é quem o recebe.
Imagina se numa empresa o empregado fará greve para melhorar a qualidade do serviço que a empresa presta.
Isso não existe.
Ele que faça o melhor de si para que a empresa preste o melhor serviço.
Claro que se a empresa não tem como objetivo prestar serviço de qualidade, pouco adiantará sua dedicação.
E a empresa se não melhorar perde seus clientes e quebra.
Mas, há uma diferença.
Ainda que isso aconteça você não esmoreceu.
E se persistir sua insatisfação, que peça demissão.
O que é mais importante: seu emprego ou sua dignidade?
No meu ponto de vista, as pessoas perderam o “certo orgulho em trabalhar nas escolas públicas!”
Querem é garantir o seu salário e benefícios e o resto que se dane.
Em geral, pensam:
Deixa pra lá. É assim mesmo!
Essa questão da qualidade do ensino não deveria ser uma bandeira exclusiva dos professores.
Mas, da sociedade, que em ultima instancia é quem será beneficiado ou não.
Se a sociedade é passiva, é passiva, fazer o que.
Por outro lado e bem lembrado assistimos a questão do vandalismo. 
Não só nas escolas, mas na sociedade como um todo.

“O professor está sempre sujeito às regras e recebe pouca ou quase nenhuma condição emocional contra as agressões dos alunos e depredação da escola por invasores”.

É verdade.
Mas, esse assunto esta mais afeto à legislação que é  complacente com os bandidos.
Conseqüência da impunidade e corrupção que se alastra em toda a sociedade.
A conclusão que chego é que o serviço público está falido.
Não será uma greve de uma categoria que fará as mudanças necessárias.
Temos todos ir às ruas e exigirmos mudanças.
Mas, não sem antes, nós mesmos, fazermos uma reflexão do que queremos para construir uma nação.

sábado, 11 de abril de 2015

Greve dos professores

A greve dos professores no estado de São Paulo virou moda.
Todo ano tem, na mesma época.
São Paulo Teacher Week.
Ainda que no caso já passe de um mês!
Merece atenção sim.
Por que fazem greve?
Essa discussão sobre os professores tem vários planos e ângulos diferentes
É uma ação política de opositores do governo, que paralisam por paralisar, com o objetivo de desgastar a imagem do governante?
É uma ação de reivindicações de ajustes salariais?
É uma ação para apresentação de propostas para melhoria do ensino publico?
Confesso que fico na duvida.
Talvez haja ate mais assuntos.
Ou uma mescla de todos.
Vamos tentar analisar ponto a ponto.
Então vejamos a questão salarial.
Ah! Antes disso, vamos lembrar que há professores da rede publica e da rede privada.
Já ai ha um divisor.
Será que um professor da escola privada ganha muito mais do que o professor da escola publica?
Confesso que não sei.
Mas, deve haver mesmo uma diferença salarial a maior dos professores da  escola privada.
Sim, porque não vejo professores das escolas privadas fazerem greves.
Mas, mesmo que haja uma diferença a favor da escola privada, não deve ser expressiva.
Pois se fosse, por que os professores da rede publica não pedem demissão e vão trabalhar na escola privada?
Particularmente, acredito que a questão salarial não deve ser o motivo para tanta greve.
Afinal, quando o professor escolheu a carreira não sabia que aquela profissão não era assim tão bem remunerada?
Digo isso porque professor no Brasil nunca foi uma profissão bem remunerada como outras profissões o são.
Sem discutir o mérito, pois de passagem já digo que sou favorável que professor seja bem remunerado.
E que deva ganhar, no mínimo, em iguais condições a outras profissões universitárias.
Apenas para ilustrar, quem estudou, no passado, na rede escolar publica, como eu, teve uma excelente formação.
Poucas eram as escolas privadas bem conceituadas.
Hoje, inverteu.
A escola publica, em geral, é de baixa qualidade e em geral a privada é melhor.
Ou não?
Parece-me que o problema não esta no salário.
Que, realmente, deixa a desejar.
Minha visão sobre o problema é que a estrutura educacional esta mal formulada.
Enquanto a escola privada quer se distinguir em qualidade, a maioria das escolas publicas não tem essa preocupação.
Nem os responsáveis pelas Secretarias de Educação do estado ou do município.
Aliás, este problema de qualidade esta em todo serviço publico.
De uma forma geral, o servidor publico, acha que o emprego é dele.
Ele fez um concurso e passou e agora ele é o dono do cargo.
Faz o que quer, como quer, quando quer.
Não precisa dar satisfação a ninguém.
Nós contribuintes somos uns chatos, que atrapalham suas vidas.
Perai!
O emprego não é dele não!
Esse é outro lado da questão.
É preciso acabar com essa estrutura arcaica de que o concursado é dono do emprego.
Temos que repensar toda a estrutura do serviço publico e acabar com esses feudos.
O servidor publico deve satisfação do que faz como qualquer trabalhador da iniciativa privada.
E quando não atende os interesses da empresa, pode ser demitido.
Mas, não é isso que vejo como propostas dos grevistas.
Querem aumentos salariais e que se dane o resto.
Alias, tanto pensam assim que estão em greve ha um mês, com prejuízo de todos os estudantes e o que eles fazem?
Nada.
Deixam os estudantes a própria sorte.
Deixam os pais dos estudantes desesperados.

Como querer exigir que a sociedade os apoie se eles mesmos dão as costas para a sociedade negando ensino que é sua obrigação de fazer.