Estava no
meu carro parado, aguardado o semáforo liberar o transito.
Olhei ao
lado e vi um carro da Prefeitura com quatro pessoas dentro.
Percebi que,
desde o motorista ate aquele que acreditei ser o chefe da missão, um ar de
superioridade em seus olhares.
Fiquei pensado.
Sentem-se,
dentro daquele carro, empoderados.
Mas, não
apenas la.
Em seus
postos de trabalho, em suas casas devem também se sentir donos de poder.
Os
ocupantes do carro em questão não deviam ser nenhuma personalidade importante
dentro da maquina publica.
Mas, tem
pequenos poderes.
Poderes o
suficiente para, em nome da Lei, de alguma forma, criar alguma dificuldade para
o cidadão comum.
É verdade
que há, poucos, mas há, que exercem sua função porque gostam do que fazem e o
fazem para realmente ajudar o próximo seja ele quem for.
Não importa
quem esta do outro lado.
Orientam
corretamente e contribuem para que o cidadão ao final sinta-se bem atendido.
Gostam de
servir.
A maioria,
mesmo cumprindo sua função com regularidade, não tem uma postura de servir, mas
de superioridade.
Sabem no
seu intimo, que podem atrapalhar aquele que de alguma forma não simpatizarem.
Atrapalharão,
também, quando identificarem uma oportunidade para levar alguma vantagem
indevida.
Ai criam
dificuldades para vender facilidades.
O contrario
também acontece.
Podem ajudar
alem de suas atribuições.
Quando identificam
na outra pessoa alguém merecedora de seu beneplácito ajudam para satisfazer seu
psique.
A pessoa
merecedora deve ter, de alguma maneira, tocado seu sentimento de compaixão.
Ao final, sentem
reconfortados porque fizeram um bem.
Podem
ajudar também, ainda que não seja para obter alguma vantagem indevida, sob o
ponto de vista de corrupção.
Quando
determinado superior hierárquico, ou mesmo um colega de trabalho, ou algum político
com quem tem relacionamento mais próximo solicita, ele atende bem.
A motivação
é manter com o solicitante uma demonstração de laços de amizade firme, para que
no futuro possa, quando precisar, solicitar alguma reciprocidade.
O semáforo abriu e fui embora sem ser tocado pelos pequenos poderosos.