sábado, 11 de setembro de 2021

A historia do Golpe frustrado e o Contragolpe exitoso




O que deu errado para que Bolsonaro não concretizasse seu tão sonhado golpe?
O que efetivamente aconteceu para que os planos golpistas fossem frustrados?
Seria apenas um erro de cálculo de Bolsonaro?
Seria o fato de o Brasil ter "instituições fortes"?
Muitas versões serão divulgadas do que aconteceu no dia 7 de setembro de 2021.
Há os fatos que aconteceram, que é de conhecimento publico, e os bastidores que, como toda versão, é mera especulação.

Os fatos:

Jair Bolsonaro convocou o povo brasileiro para uma manifestação de apoio a seu governo com antecedência de meses.
Aguardava reunir pelo menos um milhão de pessoas em Brasília.
Para sucesso desse objetivo, diversos apoiadores bolsonaristas disponibilizaram recursos, para que interessados em participar da manifestação, fossem a Brasília com as despesas pagas e, segundo alguns relatos, ate um premio de R$100,00 foi pago a esses manifestantes.
Entretanto, o ministro Alexandre de Morais, do Supremo, de posse das informações de inteligência, mapeava o financiamento dos movimentos e bloqueava as contas certas e as chave-pix, asfixiando os financiadores de Bolsonaro.
Muitas "caravanas" de locais perto de Brasília não puderam sair por conta da falta de dinheiro.
O resultado foi o número reduzido de apoiadores.
Mesmo assim, desde o início da semana, os hotéis de Brasília foram sendo ocupados.
Especialmente os mais baratos, que abrigaram os manifestantes financiados.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha Junior, bolsonarista declarado, resolveu se ausentar do estado.
A partir das 12horas do dia 6, a Policia Militar do Distrito Federal iniciou os planos de isolamento da Esplanada dos Ministérios, como parte do plano de segurança que é imposto compulsoriamente em dia de manifestações.
Por volta das 18h, do dia 6, um grupo de cerca de 600 pessoas passou a retirar as barreiras e abrir espaço para que os grandes caminhões, que já estavam na cidade, rompessem o bloqueio.
Esse "destacamento avançado", com missão de reconhecimento, foi abrindo espaço sem a resistência da Policia Militar do Distrito Federal.

A especulação:

A ausência do governador facilitaria uma pequena indisciplina da Policia Militar de Brasília, pretexto para que se incendiasse o país inteiro.
A fúria com que os bolsonaristas progrediam destruindo as barreiras na Esplanada, seguidos da complacência inicial da Policia Militar,chegou ao conhecimento do presidente do Supremo, Luiz Fux, que, com a corte em uníssono, entrou em contato direto com a Policia Militar do Distrito Federal exigindo providências.
A resposta inicial da Policia foi protocolar.
O STF não é a autoridade imediata a quem a Policia seria obrigada a responder.
Fux ligou direto para os comandantes militares, ainda durante a madrugada, avisando que caso a Policia seguissem o comportamento leniente, ele chamaria a GLO- Garantia da Lei e da Ordem, convocando as Forças Armadas para deter os manifestantes.
As Forças Armadas esperavam primeiro a mobilização popular prometida, para então apoiarem o levante.
O que o STF fez foi precipitar uma tomada de decisão do Exército Brasileiro.
Se as Forças Armadas negassem a ordem de Fux o golpe estaria consumado.
Entretanto, como o apoio a Bolsonaro não era uma decisão previamente acertada entre eles, prevaleceu a prudência.
Os comandantes militares não quiseram correr o risco de serem processados por insubordinação, caso o golpe não desse certo..
A exigência da decisão ainda no dia 6 quebrou o plano bolsonarista.
Na falta do governador Ibaneis, seu vice, Paco Britto, atuou diretamente com a Policia exigindo que esta contivesse os mais exaltados.
Com a recomposição das linhas hierárquicas do Exército e com a lealdade da Policia garantidas, a margem de sucesso do golpe de Bolsonaro ficou pequena.
No final do dia 6, percebendo os planos naufragar, os filhos do presidente foram até os manifestantes que faziam a "frente" para o movimento na tentativa de insuflar o apoio necessário para a sedição no dia seguinte.
Era preciso que Brasília, pela manhã, desse o tom do golpe.
Não funcionou.
Tirando os apoiadores mais exaltados, os restantes dos apoiadores de Bolsonaro, mais racionais, não quiseram ser buchas de canhão.
A tensa madrugada do dia 06 de setembro, que virou com fogos de artifício o tempo todo, determinou o fracasso do golpe do dia 7.
O golpe naufragou.
Ate a próxima tentativa!

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