quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Percepção



O mecanismo da percepção entre nos humanos não é objetivo.
Muitas vezes vemos o que queremos ver.
Há muitos componentes que agirão na conclusão final do que realmente acontece.
Se perguntarmos a um bandido se ele se sente um criminoso, ele certamente negara.
Nunca se colocara no papel de um criminoso.
Apresentara uma enorme lista de justificativas para seu ato, todas o inocentando.
E não é diferente para qualquer um de nós quando agirmos contra a ordem estabelecida.
Sempre há uma justificativa para inocentarmo-nos.
Se assim não o fosse a justiça seria mais fácil de ser exercida.
O sujeito reconheceria seu erro e se submeteria a punição prevista.
Mas, isso é utopia!
Outra percepção equivocada de como é a essência do ser humano.
Mas, muitos acreditam em utopias.
Acham que o mundo é perfeito.
Não é!
E que nesse exato momento, aqui no Brasil, “bandidos” tomaram o poder e assaltam os cofres públicos.
Mas, um dia encontraremos os humanos certos que galgarão o poder e serão justos.
Enquanto a essência do ser humano for esta que conhecemos, isso nunca vai acontecer.
Podemos ate encontrarmos algo que se assemelhe a um mundo utópico em determinadas regiões do mundo.
Para que isso ocorra deve haver uma homogeneidade cultural que permite que nos aproximemos de um mundo utópico.
Além do conformismo de aceitar a posição que tivermos.
Assim haverá a formação de castas imexíveis.
Como já houve na Índia.
Mas, sempre haverá alguém que rompe essa homogeneidade.
Ainda bem, pois esse é o motor do nosso desenvolvimento tecnológico.
Se nos fixássemos em uma maneira de seriamos iguais aos homens da caverna ate hoje.
Outras vezes agimos como cegos e não vemos nada daquilo que realmente se apresenta.
É o que acontece quando acreditamos em um determinado “dogma”.
Não há nenhum argumento que nos permita contestar.
Não nos permitimos ouvir os argumentos de outro ponto de vista diferente do nosso, como se sentíssemos medo de ser atraídos pelo contraditório e sucumbirmos.
Preferimos ignora-los para ter certeza que nossos dogmas continuarão dogmas.
Isso acontece também com determinados mitos que estabelecemos.
O atual mito é Temer.
Enquanto se apresentava como “o salvador da pátria” do furacão Dilma que arruinou o país, era bem visto.
Bastou ser pego no flagrante da JBS e tornou-se o bandido do momento.
Não que antes fosse inocente.
Mas, aquele flagrante arruinou seus planos de uma reforma mais ampla na economia brasileira.
O resultado é que a reforma da Previdência, antes aceita com bons olhos, depois desse fato começou a ser mal vista por ter origem num presidente “bandido”.
E uma série de justificativas foi apresentada para contesta-las.
Muita dessa argumentação tem frases isoladas que são verdadeiras.
Porém, quando misturadas e bem articuladas por quem é contra a reforma da Previdência cria uma falsa verdade, que é aceita por muitos.
Sem entrar no mérito dos valores apontados nessas frases de efeito, que não posso concordar ou discordar, pois não tenho essa informação, vou me fixar no campo das ideias.
Por exemplo, insistem que ha roubalheira dos políticos.
É verdade.
Roubaram num determinado momento.
Não vão continuar, pelo menos não com a mesma gula.
Mas, ela é pontual no tempo.
Então se parar de roubar não ira resolver o problema.
O custo da maquina publica é continua, mas o roubo não.
Outro exemplo, há o argumento de que há uma divida fabulosa de empresas para com o INSS.
É verdade.
Entretanto, um valor expressivo dessa divida é de empresa que não pagaram o imposto devido no passado e vieram a falir.
Ou seja, enquanto operavam, por ma gestão ou negócios mal estruturados, aconteceu de não terem condições de pagar o imposto devido.
E esse dinheiro nunca mais vira para o governo.
Há aquelas empresa que não pagaram o imposto devido no passado.
Alguns porque foram autuados e contestam a cobrança que acham abusivas.
Outros, porque a conjuntura foi adversa, deixaram de pagar, mas recuperando-se da adversidade acabam negociando uma eventual quitação.
Outros ainda, por uma questão de estratégia, deixam de pagar e depois se beneficiam de anistias, que ocorrem frequentemente.
Esses então deixam da pagar juros e multas que faz parte da divida declarada.
Há ainda sonegadores contumazes que devem ser cobrados exaustivamente.
Mas, a grande maioria das empresas paga seus impostos corretamente.
Mas, esse “não pagar o imposto” também é pontual.
Uma vez resolvido, seja porque foi pago, seja porque é incobrável, acabou.
O custo da maquina publica é continua, mas a divida atrasada não.
Com isso, é perceptível que a discussão do assunto é multifocal.
Cada um dos argumentos deve ser encarado e resolvido.
Mas não pode ser argumento para impedir a reforma na Previdência.
A despesa publica segue ano após ano.
Para reduzirmos no futuro essas despesas, hoje, temos que impor regras para os futuros custos públicos.
E esse ponto é o fator crucial para o restabelecimento do equilíbrio fiscal.
Hoje, não se consegue acabar com todas as benesses e privilégios dos atuais beneficiados.
Sejam políticos ou funcionários públicos.
Veja, por exemplo, a questão do teto de salários.
Obedecem?
Não!!!
E não são os políticos.
São a elite dos funcionários públicos, como juízes, desembargadores, procuradores, etc.
Essa situação não é como o roubo que é pontual.
É continuo e tem prazo de validade ate morrerem os titulares e, depois, seus "herdeiros legais" também.
Então a reforma tem que ser "comida" pelas bordas.
Não é fácil mexer com os "poderosos" do setor publico.
Arrisco mais.
Nem uma ditadura é capaz de fazê-lo.
Sabe por quê?
Porque os tiranos precisam deles.
Veja a Venezuela.
Para manter Maduro e sua gangue no poder, alem dos privilegiados de sempre, também os militares de la ingressaram na turma dos "privilegiados" daquela maquina publica.
Poder é poder.
O fato é os argumentos contra a imediata reforma da Previdência acaba criando um arco de aliança perigoso.
De um lado, os que não querem perder privilégios e são contra qualquer reforma do estado, pois egoisticamente so pensam neles.
E de outro, mesmo aqueles que numa outra situação política seriam favoráveis, por verem Temer como um bandido, acabam não apoiando a reforma da Previdência.
O resultado é que ganham os privilegiados, como sempre, pois conseguem cegar a realidade.
Enquanto continuarmos acreditando que aparecera um "messias" impoluto, que ira resolver os problemas do Brasil, continuaremos a pagar altos impostos.
Além de ser mantida essa máquina pública corrupta.
Temos que ser favoráveis às reformas, pois se não vierem, mais impostos serão necessários.
Não há almoço grátis.

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