terça-feira, 3 de julho de 2018

Tabelamento do frete




Ouvi uma entrevista na CBN onde o deputado Osmar Terra (MDB-RS) defende entusiasticamente o frete mínimo para caminhoneiros.
Ele é o relator da matéria que tramita no Congresso sobre tabelamento de frete.
Ele argumentou entusiasticamente que sua proposta esta embasada como a solução para o prejuízo que o caminhoneiro tem ao trabalhar.
Enfatizou que esse prejuízo é decorrente de leilões espúrios praticados pelo contratante na busca do menor preço na contratação de um frete.
E que diante da necessidade do caminhoneiro ganhar algum dinheiro para sobreviver, acaba aceitando um valor vil.
Primeira questão, deputado.
Ninguém trabalha no prejuízo.
Isso é uma mentira!
De onde o caminhoneiro arruma recursos para cobrir algum prejuízo?
Dinheiro não cai do céu.
Na iniciativa privada quem amarga prejuízo, uma hora quebra.
A reserva financeira é limitada.
Não é como no estado brasileiro, que está atolado em déficit fiscal, que vai se endividando cada dia mais e não quebra!
Concordo que o caminhoneiro possa ate estar trabalhando muito e ganhando pouco.
É real.
Mas, isso não é prejuízo!
É opção de negócio.
Todo empreendedor pode um dia ver sua atividade fracassar.
Isso é usual.
E tem que tomar uma decisão.
Ou abandona a atividade com o pouco de recursos que tem.
Ou insiste em manter-se na atividade e quebra!
Conheço varias pessoas que optaram pela segunda alternativa.
E quebraram.
O funcionamento de mercado é assim mesmo.
Há um momento em que há muita demanda, pouca oferta e os preços sobem.
E há um momento que ocorre o contrario.
Hoje o mercado de frete vive o momento de pouca demanda e muita oferta.
É obvio que o preço do frete ficou baixo.
Uma coisa é certa.
Ninguém é escravo de sua atividade.
Se ela esta ruim mude de atividade.
Ah! Mas, ele só sabe fazer isso, dirão alguns solidários uteis.
Outra mentira.
O fato é que muita gente ingressou na atividade de transporte, nos últimos anos, porque em determinado momento ela era atrativa.
Havia muita demanda e pouca oferta.
O preço do frete estava num patamar que interessou muita gente.
Além disso, havia financiamentos do governo a juros subsidiados para compra de caminhões.
Vislumbrando ganhar dinheiro fácil, muita gente, que atuava em outras atividades, moveu-se para essa atividade.
Então a mobilidade de atividade é usual.
Nada mais razoável que muitos deixem essa atividade nesse momento.
Por outro lado, a mentalidade do brasileiro de levar vantagem em tudo, por acaso, vai impedir que algum fretista cobre abaixo da tabela?
Isso é impossível de controlar.
Então, se for aprovado o tabelamento do frete, trata-se de mais uma interferência demagógica e indesejada do estado na livre economia de mercado.
Não trará beneficio para os supostos beneficiados e aumentara os custos do frete, refletindo no aumento dos preços das mercadorias ao consumidor final.
Que está acostumado a pagar caro, ter um serviço de baixa qualidade e não reclamar!
E a vida segue feliz para os desavisados.

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