quinta-feira, 13 de junho de 2019

O tempo da conciliação



A notícia de que a proposta de Paulo Guedes para reforma da previdência foi desidratada pela Comissão Especial da Câmara pode nos levar a uma reflexão.
Não teria sido melhor, então, que ao invés de ter enviado esse projeto fosse colocado em votação na Câmara o projeto que Temer havia enviado, uma vez que já tinha sido aprovado pela mesma comissão?
A primeira vista parece ter sido um desperdício de tempo, pois o projeto poderia já estar aprovado.
A reforma, ainda que não nos moldes da proposta de Guedes, estaria vigente.
E o esperado recrudescimento da economia teria acontecido.
Entretanto no mundo real as coisas não acontecem com o mesmo dinamismo que gostaríamos.
É bom lembrar que embora Bolsonaro estivesse cacifado para tal empreitada, em decorrência de sua eleição, a aprovação dependia, como continua dependendo, dos votos no Congresso.
Talvez nem tivesse sido aprovada.
Faltava coordenação política no Congresso, como de fato ficou demonstrado nos últimos meses.
Por outro lado os congressistas estavam habituados ao toma lá da cá, pratica que Bolsonaro deixou bem claro desde o primeiro momento.
Por outro lado, a oposição, e mesmo alguns governadores, estavam contra a reforma, porque não queriam prestigiar a iniciativa de Bolsonaro.
O deputado Paulinho, da Força Sindical, chegou ate a afirmar: “Precisamos de uma reforma da Previdência que não garanta a reeleição do Bolsonaro”.
O fato é que o Congresso não estava preparado para aprovar a reforma de Temer ou qualquer reforma.
Não havia o entendimento consolidado de que a situação econômica era critica.
Precisavam de um tempo para refletir.
Precisavam de argumentos para convencimento. 
Que acabou acontecendo através de Paulo Guedes, que se prontificou pessoalmente a debater o assunto com os congressistas.
Esses debates foram importantes para construir o entendimento dos congressistas da necessidade de se fazer a reforma.
Passados seis meses de governo, ainda que desidratando partes não essenciais da proposta de Guedes, parece que agora chegou o momento da conciliação.
Entretanto, a questão de vincular a reforma nos estados e municípios não constara do relatório do relator da Comissão.
Os congressistas querem, e estão certos, que os governadores assumam seu papel como participes da reforma.
Que não fiquem apenas com as benesses, mas tenham os ônus políticos dividido entre todos.
A política na democracia parece difícil.
Mas, pense bem, em nossa família, não temos muitas vezes que esperar um tempo para encontramos a conciliação?

2 comentários:

  1. é bem por aí
    mas se Bolsonaro tivesse dado algum anel no início já estaria com todos os dedos e estaríamos a caminho de iutras reformas
    o fisiologismo nos senadores e deputados não vai terminar nunca e muito menos radicalmente como Bolsonaro e equipe espera

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