domingo, 12 de dezembro de 2021

A revolução da qualidade de vida



Nos Estados Unidos há uma enorme onda de pedido de demissão.
Os pedidos feitos lembram a famosa frase:
- Você esta demitido!
Só que agora é:
- Eu me demito!
Essa ação tomou tamanha dimensão, que determinados pedidos de demissão não ficam restritos a uma conversa dentro das quatro paredes do RH da empresa.
Estão sendo feitas ao vivo no ambiente de trabalho.
Em geral com discursos enfatizando as péssimas condições do trabalho e com reclamações das atitudes dos chefes imediatos.
Mas, não fica restrito aos clientes que presenciam o manifesto.
Há lives e gravações de vídeos que circulam nas redes sociais, que acabaram viralizando.
Tal fato, contudo, não está restrito aos USA.
No norte europeu há muita vaga em aberto, pelo mesmo fenômeno.
Os europeus, mais retraídos, não fazem a publicitação que ganhou corpo no caso americano.
Mas, por que isso esta acontecendo?
Há duas razões importantes:
A primeira financeira.
Com a criação dos auxílios governamentais por conta da pandemia do covid-19, muita gente esta preferindo sobreviver apenas com essa ajuda, enquanto ela durar.
E ai entra a segunda razão, a qualidade de vida.
Hoje os profissionais que vivenciam esse momento preferem focar menos na carreira e ter um estilo de vida menos estressante.
A busca por outro emprego, ou montar seu próprio negocio, agora é focada na qualidade de vida.
A falta de gente disposta a trabalhar em empregos com menor qualidade de vida esta causando preocupação aos governos e empresários que estavam confiantes numa retomada da economia no pós-pandemia.
Será uma revolução em curso que, finalmente, busca a valorização da qualidade de vida?

5 comentários:

  1. Minha filha Michelle esta up to date. Ha 2 anos deu tchau pra VIVO, onde era diariamente drenada toda sua energia não por produção excessiva, mas por questão de rigidez no horário. Hoje trabalha com yoga dentro do seu tempo! Tudo por mais qualidade de vida.

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  2. Eu em 2019 fui contratado pelo SESI apos passar em concurso publico.
    Em 3 meses pedi demissão.
    O motivo?
    Rigidez no horário
    Certo dia conclui um trabalho meia hora antes do horário da saída.
    Não havia mais nada pra fazer.
    Fui embora, pois o ponto era uma vez por dia.
    No dia seguinte o gerente me chamou pra perguntar porque tinha ido embora antes.
    Relatei o ocorrido.
    Ele disse que me pagavam para cumprir um horário.
    So me restaram 2 alternativas.
    Fazer corpo mole e produzir no modo sem pressa ou pedir demissão.
    Como não sou enrolador, pedi demissão!!!

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  3. O tema relação de trabalho é multifacetado.
    Basicamente há a visão do empresário e a visão do funcionário.
    Tanto uma visão como a outra há a relação sadia e a predatória.
    O ideal é o ganha ganha.
    Nessa situação, tanto sob o ponto de vista do empresário como do funcionário a relação é sadia.
    Entretanto, infelizmente, há poucas situações em que isso ocorre.
    Poucas empresas se adaptaram para essa situação.
    Tradicionalmente, a relação ganha perde ou predatoria é a que prevalece.
    Seja do lado do empresário, seja do lado do funcionário.
    Isso ocorre porque tanto um como outro não enxergam a relação com ética e dignidade.
    Há o empregador que exerce uma relação quase escravagista, olhando seu funcionário não como pessoa, mas como uma ferramenta descartável de trabalho.
    Só ele ganha.
    Não entende que seu funcionário precisa ter sua vida própria, que precisa crescer para que toda a sociedade ganhe com isso.
    Quando o funcionário se submete sem contestar é visto como funcionário ideal.
    Muitas vezes isso ocorre porque a motivação do precisar do emprego para que tenha renda para sobreviver faz com que o funcionário se submeta quieto.
    Quando se rebela, pode ser de forma ética, pleiteando melhoras nas condições de trabalho.
    Raramente o empregador agira eticamente da mesma forma.
    O resultado é que nada muda.
    Há uma grande maioria que se rebela a seu jeito.
    Fazem corpo mole, agem com desleixo, não querem apreender para subir na carreira.
    Estão lá para cumprir seu tempo de serviço, esperando a aposentadoria.
    Em geral estes são funcionários públicos.
    No caso só ele ganha e o empregador que seria o publico atendido pelo serviço publico perde.

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  4. Eu sou mais um caso desses.
    Em 2012, por inúmeras razões, eu decidi me afastar de funções executivas mesmo ainda tendo algumas oportunidades. Iniciei uma carreira de assessor e consultor em regime de PJ.
    Se hoje eu tiver que eleger o principal motivo dessa decisão penso que foi, justamente, a busca de melhor qualidade de vida. Ou seja, síndrome do saco cheio.
    Troquei uma pretensa garantia de capital financeiro (ou temor da falta?) pelo investimento em um capital mais nobre, que é o capital pessoal. Aprendi que ele é composto de tempo e momento. Hoje eu controlo a minha agenda. Meus contratos já previam o regime de HO desde 2014. Aboli o expediente em favor do timesheet.
    Ganho a mesma coisa financeiramente? Não. Mas o ganho de autonomia a vale a pena.
    Não me arrependo. Notei que eu trabalhava mais do que precisava. Eu acumulava mais ideias, coisas e pessoas do que eu precisava. Hoje meu foco está no que pode se tornar uma utilidade, sejam objetos mentais ou materiais.
    Talvez eu tenha sido parte de uma minoria que não sentiu um baque no regime imposto na pandemia. Ao contrário, tem sido um aprendizado de utilidade, foco e qualidade de vida.

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