quinta-feira, 12 de janeiro de 2023
O tiro pela culatra!
A candidatura e posterior eleição do atual presidente Lula só foi possível em razão da anulação dos julgamentos nos quais ele foi condenado, não apenas em uma, mas em 3 instancias.
Os reais motivos que levaram os ministros do Supremo a praticarem essa decisão inusitada nunca saberemos.
Podemos elencar uma serie de suposições.
A que acredito mais verossímil é a de que o Supremo reagiu contra as investidas contra ele, praticadas por Bolsonaro, buscando um candidato com potencial de se eleger e impedir a reeleição de Bolsonaro.
A estrategia de Bolsonaro de confronto com o Supremo foram de várias formas. Antes e durante seu governo.
Para falarmos sobre esse confronto é preciso entender como Bolsonaro decidiu adotar essa postura.
A Lava Jato, que naquela época tinha o apoio do STF, trouxe ao brasileiro a esperança de que o Brasil estava se transformando.
Sergio Moro ate virou ídolo nacional no combate a corrupção.
Moro representava a esperada justiça contra crimes, contrariando a estrutura judiciaria no Brasil, que parecia complacente com os criminosos.
O próprio STF assumiu postura duvidosa de que fazia justiça ao soltar vários criminosos condenados.
Essas ações do Poder Judiciário desagravam muitos brasileiros, inconformados com a impunidade vigente.
Foi ai que surgiu Bolsonaro postando-se como o paladino contra essas injustiças.
Chegou ate a nomear Sergio Moro como seu ministro da Justiça, depois de eleito.
Antes da eleição que o elegeu presidente, Bolsonaro acrescentou em seus argumentos de injustiças praticadas pelo Judiciário a acusação de que o TSE promovia fraudes na apuração das urnas eleitorais.
Mesmo ele tendo sido eleito presidente pelas mesmas urnas que ele dizia estarem fraudadas!
Bolsonaro continuou com esse discurso durante todo seu governo, pois percebeu que havia aderência em muita gente e isso lhe rendia votos.
A fraude realmente existiu quando o voto era em papel.
Eram mais praticadas em eleições municipais, ate porque para uma fraude nacional precisaria haver uma conspiração composta por muitas pessoas.
A opção da urna eletrônica foi um avanço no combate a essas fraudes.
Mas o imaginário popular não se convenceu de que as fraudes acabaram, porque os perdedores das eleições, em especial no âmbito federal, usavam esse argumento para justificar suas derrotas.
Mas, sempre ficou no campo da retorica e nunca foi provado que existisse.
Mas, os boatos de que a fraude existia continuava a crescer e foram se consolidando ano apos ano, como se verdade fosse.
O inicio do confronto direto ao Judiciário se deu na posse, quando foi dito que um soldado e um cabo poderiam fechar o STF e expurgar seus membros.
Bolsonaro em varias oportunidades aumentou o tom do confronto, ao invés de buscar um entendimento para melhora do sistema, de forma democrática.
Ele acreditava que só uma ruptura poderia mudar o sistema.
E muitos que o elegeram acreditavam nisso, porque estavam cansados de tanta corrupção e impunidade.
Bolsonaro contava com o apoio militar para promover essa ruptura, a ponto de dizer com orgulho: "meu exercito"!
Como se as forças armadas não fossem um instrumento de estado, mas de seu governo.
Mas, esqueceu-se do que dizia Maquiavel em seu pensamento: "Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a nova ordem".
Apesar de Bolsonaro ter tido diversos defensores de suas ideias.
Mas não foi o suficiente para ir avante com sucesso, como aconteceu depois.
Ate porque Bolsonaro nunca teve um projeto bem pensado e estruturado para reforma do estado, de foma democrática.
O STF percebendo o plano de Bolsonaro de quebra da ordem institucional decidiu reagir de forma contundente colocando Lula no tabuleiro eleitoral, pois acreditavam que ele seria o único em condições de derrotar Bolsonaro nas urnas, como disse antes.
Embora Bolsonaro, durante seu governo, tenha perdido apoio, por razões que não vem o caso nesse raciocínio, e que acabaram por levar alguns a votarem em Lula, a candidatura e eleição de Lula trouxe indignação a muitos brasileiros.
Tanto o é que a vitoria eleitoral de Lula foi com uma margem apertada de votos.
Parte dos eleitores de Bolsonaro, inconformados com a vitoria de Lula, já descontentes com a anulação dos julgamentos de Lula por decisão do STF, resolveram reagir veementemente, à maneira proposta por Bolsonaro durante seu mandato, qual seja a ruptura institucional.
Assim promoveram bloqueios de estradas logo após o resultado da eleição.
Formaram fileiras nas portas dos quarteis pleiteando que "o exercito de Bolsonaro" praticasse um golpe de estado e mantivesse Bolsonaro na cadeira de presidente.
Lula foi então empossado.
Embora de forma extemporânea, esses mesmos inconformados que permaneciam a porta dos quarteis resolveram agir por conta própria, contando com uma reação das forças armadas a seu favor, e invadiram os 3 prédios representativos da democracia, praticando um vandalismo fora de qualquer proposito.
Além do insucesso da insurreição, que acabou por levar presos alguns dos integrantes da manifestação violenta, o ato de vandalismo teve como consequência o aumento do apoio político a Lula.
Enquanto reduziu o potencial de oposição e apoio politico, que Bolsonaro poderia liderar.
O pior é que, como aconteceu desde que o PT assumiu o governo em 2003, lideranças de oposição não tem protagonismo.
Seja pela falta de capacidade intelectual, seja por conveniências que, embora suspeitemos, não podemos afirmar.
E Lula segue como presidente.
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O Bozo provou que não sabe raciocinar como político, não percebeu que só se elegeu por causa do luladrão!!! Tomô !!! E poderia ser preso se nossa justiça funcionasse !!!
ResponderExcluiragradeço seu comentário. Pena que não se identificou.
ExcluirPerfeito, Geraldo. Pode transferir o texto para um livro de História. A esquerda brasileira não forjou nada melhor que corruptos; a direita brasileira não forjou nada melhor que incompetentes. No meio do caminho sobraram vaidades. O país tem muito a aprender, mas temos que maioria é corrupta, incompetente, vaidosa e, o pior, egoista.
ResponderExcluirSeu ponto de vista está alinhado ao meu parabéns
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