O entendimento da situação econômica
brasileira é cercado de mitos e verdades que nos confundem e nos impedem de enxergar
com clareza como resolvê-la.
A verdade é que a situação econômica brasileira
ficou sujeita a crise mundial de 2008.
O mito é que iríamos superá-la graças à brilhante
gestão de Lulla e do PT.
Aquela frase de Lulla, que dizia que a
crise mundial, para nós, tratava-se de uma marolinha e que não nos atingiria
foi determinante.
Lulla passou a ser o "doutor" das melhores práticas
de gestão publica!
Zombava do caos pelo mundo e ensinava como
o Brasil superou a crise.
Agora sentimos os efeitos deletérios
daquela prepotência.
Infelizmente, escolhemos o mito.
Não foi só Lulla que enxergou com miopia o
futuro que nos reservava.
A maior parte dos governantes pensou igual.
Como vínhamos de uma bonança financeira com
ventos favoráveis, o Estado passou a arrecadar mais.
Com dinheiro sobrando em caixa, fomos todos
contaminados pelo vírus da gastança indiscriminada.
O Estado gastou o que tinha e o que não tinha
com obras desnecessárias dentro de um plano de prioridades do estado.
Obras, por sua natureza caras e que foram
superfaturadas, para poderem roubar.
Institui-se no Brasil o rouba mais faz.
Mas, se não fizer, não tem problema.
So não pode deixar é de roubar!
Sobrava dinheiro para essas aventuras.
E partiu-se para a roubalheira
generalizada.
Outra verdade.
Faz falta para o Estado o dinheiro roubado.
Outro mito.
Se não houvesse o roubo, a situação estaria
melhor.
Escolhemos o mito.
É obvio que faz falta ao estado o dinheiro
roubado.
Mas, a partir do momento que estancou a roubalheira,
pelo menos no nível que vinha, essa sangria deixou de existir.
O que de fato deixou o Brasil em situação
critica foi a Gestão Publica.
Sem um olhar critico da possibilidade
orçamentária a longo prazo, incharam o Estado com um numero imprudente de
funcionários concursados, comissionados e terceirizados.
Aumentaram os salários dos funcionários públicos,
despreocupadamente.
Além do aumento, algumas carreiras tiveram
um incremento salarial, por conta de uma equiparação salarial com categorias
que estruturalmente não eram equivalentes.
Nivelaram, por cima, os salários.
Houve um absurdo aumento no custo com
pessoal.
Prestar concurso público, que até meados da
década de 90 era desprezado, passou a fazer parte do plano de muitos
brasileiros, que enxergavam essa alternativa como a melhor opção de vida
profissional.
Ate ai era uma festa só.
Com a queda nas exportações de commodities,
com a queda no preço do barril do petróleo, cabia aos Gestores do Estado ter
tido a prudência de cortar despesas, lá atrás.
Mas, Estados como Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro e Minas, não se preocuparam com isso.
Daí que seus governantes não puseram o pé
no freio.
Ao contrario, continuaram gastando.
E, finalmente, uma verdade, que mesmo nós sabendo
que está ai, fingimos não ver.
O Estado tem seus poderes divididos em três
pernas:
Executivo, Legislativo e Judiciário.
E elas não caminham numa mesma direção.
Cada Poder tem seus objetivos e não se
conversam, fazendo com que o país tropece a cada momento.
O Executivo pode gastar desmesuradamente.
Basta apresentar ao Legislativo um
orçamento irreal.
Se o Legislativo tiver sido atendido em
seus próprios interesses, aprova o orçamento sem maiores delongas.
Não há uma preocupação em discutir o que é
e o que não é prioridade.
Mas, vá o Executivo botar o orçamento nos
trilhos.
Ai todo mundo é contra.
Contraria interesses!
Por outro lado, o Legislativo, formado por
um emaranhado de opiniões desconexas, cria Leis para gastos, como se o
orçamento publico fosse ilimitado.
Na pior das hipóteses aumentam os impostos
e fica tudo resolvido.
Já o Judiciário entende que privilégios são
direitos adquiridos.
Assim, não aceita corte de privilégios.
Se alguém se sentir prejudicado, terá o
respaldo do Judiciário para ter seu privilegio restituído.
Por força da ultima palavra pertencer ao
Poder Judiciário, nem Legislativo nem Executivo conseguem estabelecer um plano
de adequação do Estado à realidade financeira.
Mexeu em privilégios, não pode.
O Judiciário faz suas interpretações das
Leis sem se atentar que o Estado não fabrica dinheiro a deus dará.
E se o fizer cria inflação ou dividas impagáveis.
O mito.
O Presidente da Republica pode tudo.
Preferimos acreditar no mito.
Cobramos ações do presidente como se a ele
e só a ele competisse decidir tudo.
Esquece-se que o Presidente é manietado.
Igual aquela brincadeira de pega vareta.
A brincadeira é aquela que começa juntando
as varetas como se fosse colocar um espaguete na panela.
Apoiando o feixe no chão, abra a mão
deixando as varetas caírem.
Alternadamente, os jogadores tentam retirar as varetas uma a uma, sem tocar nas outras.
Alternadamente, os jogadores tentam retirar as varetas uma a uma, sem tocar nas outras.
Sempre que o feixe se movimentar ou outra
vareta for tocada, a vez passa para o próximo jogador.
Com o presidente é o mesmo.
Ele para mexer num ministério, para tomar uma
decisão mais ousada, precisa saber mexer.
Se a vareta da presidência se movimentar,
ele perde.
E hoje, com os ânimos exaltados da população,
com razão, não há duvida, parte-se para manifestação de Fora Temer!
Ou seja, é difícil agradar os mais variados
e contraditórios interesses.
Como fazer?
Precisamos alinhar, através de um consenso
coletivo e principalmente envolvendo os três Poderes, quais são os pontos básicos
que desejamos para o Brasil.
Temos que agir como adultos e não como
crianças mimadas.
Temos que abrir mão de nossos privilégios
sem mágoas.
Temos que pensar em não o que o Brasil pode
fazer por nós, mas o que cada um de nós pode fazer pelo Brasil.
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