quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O que trava a economia brasileira?

O crescimento da economia não acontece sem o capitalismo.
Capitalismo, que muitos confundem com riqueza, é o ato de se usar o capital para crescimento.
É utilizar os lucros auferidos na produção no reinvestimento da produção.
Mais produção significa mais gente ganhando para produzir, mais gente em condições de consumir, mais lucro e a economia não para de crescer.
Todos saem ganhando.
Destinar o lucro para guardar ou desperdiçar em atividades não produtivas, não é capitalismo.
É riqueza.
Daí que riqueza sem investimento produtivo não é capitalismo!
O modelo brasileiro é de estocar riqueza.
E não gerar riqueza.
Não conseguimos entrar para valer na era do capitalismo.
Quem aufere lucros acaba preferindo aplicar seu lucro em aplicações financeiras.
E não em reinvestimento na produção, para aumentá-la.
Interessante que muitos saíram do nada, mas quando atingem um determinado patamar, se acomodam e param de investir na produção.
Muitos até venderam seus ativos produtivos e migraram para aplicações financeiras.
Mas, foi graças a esse ímpeto capitalista que chegaram aonde chegaram.
Sem que eu possa explicar, a partir de um determinado momento, acomodaram-se no modelo brasileiro e passaram a estocar riqueza, sem produção.
A porta dessa acomodação chama-se ciranda financeira.
Que hoje, mais do que nunca, corre solta.
Muito já se falou que os juros básicos da economia brasileira, a tal SELIC, é uma da travas da economia.
É verdade.
São os altos juros da SELIC que atraem aqueles que têm recursos para aplicar em bancos.
Se a SELIC fosse baixa, talvez, os investidores se interessassem em aplicar seus recursos na produção.
Ate por falta de opção!
O fato é que a renda auferida em juros não é revertida para a produção.
Aumenta apenas a riqueza de quem aplica.
Isso não é capitalismo!
O problema se agrava ainda mais porque o dinheiro arrecadado na ciranda financeira não vai para a produção, tampouco.
Serve apenas para custear a divida publica.
Que por sua vez, grande parte dessa divida brasileira não foi utilizada para aumento da produção quando contraída.
Foi majoritariamente utilizada para roubos, privilégios, desperdícios.
E essa roda continua.
O governo continua se endividando para pagar salários de seus funcionários, aposentadorias, privilégios, roubos, desperdícios.
E aumentando sua divida.
Assim, nunca sairemos da situação de falta de crescimento.
Em primeiro lugar o Estado precisa acertar suas contas.
Gastar somente o que cabe dentro do seu orçamento.
O primeiro passo foi dado com a limitação do gasto.
A tal PEC que muitos amaldiçoam foi aprovada no Congresso.
Tem que fazer a reforma da previdência para também caber dentro do orçamento.
Tem que acabar com os roubos, privilégios e desperdícios.
Difícil e demorado, não?
Entretanto, há um jeito de mudar rapidamente essa situação.
Primeiro, os juros tem que cair.
E de outro lado é preciso confiança!
Enquanto vivermos com esse ambiente inóspito de falta de confiança não será possível mudar.
Na medida em que as pessoas voltarem a ter confiança no futuro e a acreditar que o futuro será melhor do que hoje, aquele investidor que preferia aplicar na ciranda financeira, com os juros baixos, pela ganância de ter mais lucros será impelido a investir na produção.
Ressalte-se que a ganância não é algo mal.
Sem ela, não há o fator de aumento do lucro e conseqüente aumento do giro da roda da economia.
Isso é capitalismo!
Que recuperemos essa ganância.
Que recuperemos a confiança.
Esse é o desafio para que voltemos a crescer.

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