sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
A politização brasileira
Por alguns anos na década de 60, nas férias de julho, meu pai nos levava para visitar a Argentina.
Todas as vezes que estávamos lá presenciamos manifestações peronistas nas ruas de Buenos Aires.
Eu, na minha natural inocência de pré-adolescente, comentava entusiasmado que o povo argentino era politizado.
Comparando com o brasileiro, que naquela época, de uma forma geral não se envolvia com política, sentia uma frustração e inveja.
Na verdade, essa ideia do povo argentino ser politizado acabou sendo incorporada no imaginário brasileiro.
Anos mais tarde, quando ouvia esse tipo de comentário por aqui, eu concordava baseado nas minhas constatações infanto-juvenil.
Somente anos mais tarde percebi que o povo argentino não era politizado.
Mas, fanatizado.
Aquilo que parecia ser uma politização era raso.
Faltavam informações para uma analise política isenta.
Mas, sobravam doutrinamentos capazes de tornar um eleitor do peronismo em inocentes uteis para auxiliar na escalada política de lideranças.
Semelhante ao que ocorreu com o PT e Lula.
E recentemente com Bolsonaro.
Aqui no Brasil temos uma nítida divisão de fanatismo entre o lulismo e o bolsonarismo.
A maior parte de seus seguidores não tem informação isenta e profunda do que é política.
Ao invés de difundir informações verdadeiras, difundem fake news ou ate meia verdades de maneira a doutrinar com dogmas convenientemente construídos nos discursos de cada uma dessas lideranças.
Embora pareça ser um contrassenso, pois hoje dispomos de meios de informação como nunca tivemos no passado, o fato é que a mentira é mais doce que a verdade.
Como os ouvidos já estão adestrados para ouvir o que lhes interessam, essas mentiras passam a serem verdades absolutas.
Semelhantes àquelas que ocorriam na Argentina que conheci.
Desde Hitler, as lideranças dessas correntes entenderam que melhor do que uma guerra civil, o caminho da democracia é a melhor forma de se legitimarem na ascensão ao poder.
Para depois, no poder, imporem suas ideologias com o objetivo de lá nunca mais sair.
Se quisermos uma democracia perfeita, ainda que a perfeição seja uma meta, temos que repudiar a fake news.
É difícil, eu sei.
Mas, temos que pesquisar e nos aprofundar muito mais antes de aceitar e difundir qualquer informação que possa nos parecer verdadeira a primeira vista..
Assinar:
Postar comentários (Atom)
o mundo ficou digital e mudou muito o que era do passado.....vai demorar um certo tempo para nos situarmos neste meio e reagirmos.......o mundo está cada vez mais polarizado
ResponderExcluirconcordo!
Excluir