domingo, 5 de junho de 2022

Movimento pendular em curso

 


Há em curso uma oscilação da maneira como a sociedade enxerga sua melhora econômica.
Nos últimos anos, esse pêndulo foi conduzido a fazer com que a sociedade acreditasse que o empresariado deva investir mais na economia, ao invés do Estado.
Ideia essa que sempre defendi.
Para mim, o Estado deve ser o disciplinador e o formulador de políticas que motivem o empresário a investir com competitividade, a criar empregos e renda.
Com isso, consequentemente, e com o Estado mais enxuto, este consegue arrecadar mais impostos e retornar com mais serviços de qualidade, que cabe ao Estado prover para melhora da sociedade como um todo.
Entretanto, como consequência do combate a pandemia houve uma quebra dessa lógica, levando muitas empresas a falir ou debilitar-se a tal ponto que aumentou a taxa de desemprego e a perda de renda do trabalhador, além da queda da arrecadação e do aumento dos gastos públicos.
Em razão da ajuda emergencial, que socorreu milhões de brasileiros durante os momentos mais graves da pandemia, ressurgiu na sociedade ao velho pensamento obtuso de que cabe ao Estado ser o provedor dos pobres, ao invés de ser o trabalho deles a força que deve os conduzir para que saiam da pobreza.
Junto com esse enganoso pensamento, um novo movimento pendular se movimenta em direção à péssima ideia de que cabe ao Estado ser o grande investidor da economia.
A ideia de privatização de estatais começou a perder força e retorna a vontade de estatização da economia.
Impressionante como a memória da sociedade é curta.
Esquece-se que a estatização foi e continua sendo foco de corrupção, de cabide de empregos para abrigar apaniguados de políticos da base aliada do governo, sem que tenham mérito para ocupar os cargos que ocupam, além de altos salários para uma diretoria composta de amigos dos governantes.
Acreditar que o Estado interventor dê jeito na situação de combate a pobreza, como se o orçamento publico fosse ilimitado, é cair no mesmo erro cometido no passado que nos levou ao desastre econômico e ao retorno ao empobrecimento geral do país.
Parece que não observam e comparem a situação econômica da China com Cuba, ambas de governos politicamente totalitários, mas com visão diferente da economia.
A China entendeu que o empresariado deve investir, enquanto Cuba persiste na mesma ideia que esse movimento pendular começa a agir no Brasil.

3 comentários:

  1. Produzir é a ordem, sem isso não há economia que funcione. Infelizmente os governantes sempre interferiram no sistema, criando o sistema tributário para os manterem. Entendendo que sempre precisavam elevar seis ganhos para serem melhor reconhecidos, acabaram matando a galinha dos ovos de ouro.
    Formadores de leis e imposição ao cidadão e empresários, também criaram o ranso entre o capital e trabalho. Os sistemas capitalista e socialista que entenderam essa máxima foram EUA e China. Estamos no embate entre subir ou descer, e só escolher o que queremos. O momento sinaliza que a vontade é descer, e talvez o chão não seja o limite.

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  2. jose geraldo barbosa duarte junior5 de junho de 2022 às 09:52

    Caco, primeiro agradeço seu brilhante comentário. Concordo com voce!!!

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  3. O quadro é esse mesmo. Expressivo número de brasileiros prefere o governo paternalista ao governo de rota. Esquerda, direita, centro? Quem der mais auxílio ganha. Quem rechear de obrigações a Constituição, perde.

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