terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Na corda bamba

 


Nós brasileiros temos uma característica marcante.
Vamos do 8 ao 80 com uma rapidez inacreditável.
Esse nosso voluntarismo, na politica, mostrou-nos que num momento idolatramos um mito, outra característica nossa, de criar mitos, e depois o defenestramos.
Como fizemos com Lula.
Votamos nele por duas vezes, elegemos sua sucessora Dilma, por duas vezes, ate atingirmos repugnância contra Lula, Dilma e ao PT, pela descoberta de mensalão e petrolão.
Ai, graças a Lava Jato, Lula foi processado, julgado e preso, como aconteceu com vários corruptos políticos e empresários.
Sentimos uma satisfação por isso, com exceção dos petistas e aliados ao PT.
Ate o momento em que Lula foi reabilitado pelo Supremo.
Ai, como num passe de magica, esquecemos tudo que ele fez e elegemos Lula presidente.
Agora acontece o mesmo com Bolsonaro, semelhante ao que aconteceu com Lula na Lava-Jato.
Tudo começou pelo fato de que Bolsonaro fez um governo cheio de desacertos, que demonstraram um certo amadorismo.
Isso, para alguns, era esperado.
Afinal Bolsonaro nunca teve uma carreira idealizada para ser presidente, como aconteceu com Lula, que desde 1989 tentou se eleger presidente, conseguindo só em 2002.
Além do fato de Lula ter um partido politico leal a ele desde sempre.
Já Bolsonaro, para começar, nunca teve um partido que o apoiasse e servisse para o eleger.
Ele que se servia do partido para poder se eleger como deputado. 
Depois descartava e trocava de partido.
Bolsonaro vivia no limbo da politica nacional. 
De repente, graças a repugnância que adquirimos contra Lula e o PT, ele surgiu como a alternativa contra Lula e o PT e conseguiu se eleger presidente.
Na presidência, Bolsonaro mostrou-se mais interessado em se manter no poder do que governar.
Afinal, Bolsonaro nunca teve um programa de governo.
Usava a imagem de Paulo Guedes, que vendia como o resolvedor de todos os problemas do governo. 
O resultado é que não conseguiu ser reeleito.
Parte dos eleitores que votaram nele contra o PT na eleição que o elegeu, agora estavam contra ele.
Ainda que a margem de diferença entre ele e Lula tenha sido pequena, foi o suficiente para eleger Lula.
Com Bolsonaro fora do poder, começaram a surgir indícios de uma trama que envolvia Bolsonaro numa tentativa de um golpe de estado.
Houve a invasão dos vândalos, que depredaram as instituições em Brasilia, que pretendiam dar suporte a um golpe de estado pelos militares.
O Supremo assumiu a defesa da democracia e agiu rapidamente contra os vândalos, prendendo um grande numero de adeptos.
Na sequencia começou o cerco a Bolsonaro, começando com a descoberta de posses de bens, que pertenciam a união, que estavam na posse dele.
Além de um suposto uso de documento falso, relativo a atestado de vacinação.
Em seguida, o TSE julgou Bolsonaro inelegível por cometer abuso de poder politico e uso indevido dos meios de comunicação.
Com a
 delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, o processo de investigação, pelo Supremo, contra Bolsonaro, a cada dia, foi descobrindo fatos que procuram caracterizar que ele tenha cometido o crime de abolição violenta do Estado democrático de direito e tentativa de golpe de Estado.
Muitos simpatizantes de Bolsonaro entendem que se trata de mais uma perseguição contra o ex-presidente.
Os que ficaram contra Bolsonaro estão sentindo uma satisfação com tudo isso.
Ai surge uma reação contra o Supremo, que ate então, agradava por sua determinação de defender a democracia.
Independentemente de ser a favor ou contra Bolsonaro, as pessoas passaram a ter a percepção de que o Supremo esta agindo além do que determina a Constituição para aquela instituição.  
Muitos congressistas, que se elegeram na esteira do bolsonarismo, começam a se movimentar na tentativa de frear as investidas do Supremo.
Podem não conseguir nada, pois o comando da Senado, no final, é quem decidira que medidas tomar.
O Supremo esta numa corda bamba.
Se prender Bolsonaro, confirmará, para muitos, um abuso de poder.
Se não prender, poderá demonstrar, como no caso da extinção dos processos contra Lula, uma remissão.











5 comentários:

  1. O STF extrapolou seus limites deveria ser a justiça que não o STF a decidir porém tudo é feito monocraticamente o que é um absurdo ..... pobre Brasil

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  2. Desculpe o texto do blog não está claro está uma mistura de Dilma com Lula com Bolsonaro mas não traduz com clareza o que tudo isso significa e encobre o papel de Temer nisso tudo assim como não explica de que forma Alexandre de Moraes chegou A comandar o país ,mas deixando parecer que seu protegido Lula é presidente. Para mim entendo que foi Alexandre de Moraes e seus comparsas do Supremo Tribunal que comanda .Você é tão bom em explicar mas dessa vez você enrolou muita coisa mas não
    Esclareceu nada para O leitor tirar uma conclusão apropriada. Você é melhor do que esse texto. Maria Alice Rezende de Campos Prado

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  3. Muito bom, me ajudou a entender varias coisas que estavam perdidas. O povo brasileiro perde a memoria mto facil

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  4. Perfeito seu comentário Geraldo, parabéns.

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  5. O meu pequeno conhecimento do assunto, me faz crer que o STF não irá cutucar a cobra de medo de uma reação popular.
    Eles também estão com medo!!!

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