segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A busca pelo fim da impunidade



Como sempre afirmo, o mesmo advogado que defende, veemente, um réu, quando muda de lado e vira juiz, por exemplo, pode condenar um outro réu, esquecendo-se de todos os argumentos que utilizou, quando era defensor.
O que o faz mudar radicalmente de posição?
É verdade que, quando um advogado defende, utiliza-se de todos os meios legais para buscar a impunidade do réu, muitas vezes sabendo que o réu cometeu os crimes, que responde, mas sua função é essa mesmo.
Embora, particularmente, acredite que o ideal seria o advogado, nessa circunstancia nunca negar o crime do cliente, mas procurar abrandar sua pena.
Sei que é uma utopia, mas faz parte de minha ideologia.
No caso do julgamento por crime de corrupção do então ex-presidente Lula, seu advogado Cristiano Zanin, conseguiu seu objetivo obcecado de torna-lo impune e o conseguiu graças ao cancelamento, no Supremo, do processo que o condenou em três instancias.
Será que o advogado Zanin acreditava que Lula era inocente, com todas as provas e todas as instancias que o condenou? 
É verdade também que, no papel de juiz, em tese, este mesmo advogado deve buscar a justiça, de forma isenta, entre os argumentos da acusação e da defesa.
E quando o juiz se vê no julgamento de um réu, que é inimigo politico do réu que, no passado, defendia?
Com o agravante de que o réu, que no passado defendeu, na condição de presidente da republica, foi quem o nomeou para ser ministro do Supremo.
Ainda que os crimes tenham sido diferentes, fica a suspeita de que não fará justiça com imparcialidade.
Será que a sentença do juiz Cristiano Zanin foi imparcial?
Espero que sim.
Mas, me sentiria mais confortável se ele tivesse se declarado suspeito de julgar o crime de golpe de estado, que Bolsonaro era réu, e não participasse da sua condenação.
Não pode restar nenhuma duvida de que o julgamento do crime de Bolsonaro foi legitimo.
Mas, assim como Lula conseguiu sua inocência provisoria, que acabará sendo definitiva, não espero que Bolsonaro, com seus advogados não tente o mesmo.
Aliás, já esta tentando, com seus aliados políticos, obter uma anistia e ficar livre da condenação.
Tudo isso mostra que, infelizmente, no Brasil, por mais que a Justiça queira mostrar-se eficiente, ha uma intensa vontade de impunidade.
Minha proposta é a de que não se tolere impunidade, com uma anistia, a  Bolsonaro, ainda que ele diga: Justo na minha vez!
E que, também, façamos o impossível para que Lula não se reeleja, como resposta, ainda que tardia, à impunidade que alcançou.

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