Após os escândalos do Mensalão e Petrolão, que culminou no julgamento e prisão de expressivo numero de políticos, encabeçados pelos do PT, passando pelos de vários outros partidos, que apoiavam o governo Lula, os brasileiros foram tomados por pensamentos positivos de que, finalmente, o Brasil encontrara o caminho certo.
Essa mudança possibilitou a eleição de Bolsonaro, que era o simbolo do anti petismo e da negação de tudo que foi feito de ruim pelo PT em seus governos.
Bolsonaro empossado nomeou Ministros capacitados, que trouxeram equipes igualmente capacitadas, entre eles Paulo Guedes, que era considerado o posto Ipiranga do governo, pois seria ele o farol do desenvolvimento tão esperado para o Brasil.
Essa configuração, que não seguia o modelo de ate então, que era a nomeação de Ministros e estrutura primária dos Ministérios apenas por indicação politica, sem aferição da capacidade dos nomeados, nos fez acreditar que Bolsonaro faria um bom governo.
Tudo ia bem.
Até que surgiu a pandemia da Covid 19.
Bolsonaro se apavorou.
Acreditava que a pandemia provocaria problemas na economia nacional, como de fato aconteceu aqui e no resto do mundo.
Decidiu mudar seu comportamento, que parecia racional, para uma irracionalidade sem igual.
Bolsonaro, tomado por um egocentrismo exacerbado, não aceitava que ninguém pudesse estar mais em evidencia do que ele e passou da demitir Ministros que se sobressaíssem.
Assim fez com o Ministro da Saúde, que agia corretamente diante da crise da Covid, tomando as medidas que, à época, acreditava ser a melhor solução, e, com isso, aparecia muito mais na mídia do que Bolsonaro.
A mídia, diante do sucesso do Ministro, o elevou à condição do salvador da situação.
Bolsonaro, tomado pelo ciume doentio, demitiu-o.
Sem conhecimento nenhum sobre a matéria, Bolsonaro postou-se ele próprio como o salvador da situação.
Como a pandemia exigia que houvesse distanciamento social para evitar maior disseminação da doença, Bolsonaro foi tomado pelo temor de que esse comportamento provocasse, como de fato aconteceu, menor atividade econômica.
Bolsonaro, inconformado com os prejuízos da menor atividade econômica, que causariam um fracasso de seu governo, postou-se contra o uso de máscaras e distanciamento social, boicotando as ações de governadores e prefeitos que acataram a realidade e restringiam a livre circulação de pessoas.
Além disso, passou a receitar remédios, sem comprovação cientifica nenhuma, que mais tarde foi confirmado que não eram adequados para o tratamento da doença.
Como se não bastasse, foi contra a vacina, chegando a difundir inverdades sobre o uso dela.
Mas, acabou por aceita-la permitindo que o Ministério da Saúde as comprasse e as distribuísse na rede publica de saúde.
Por outro lado, o Supremo fez um excelente trabalho no combate a corrupção, julgando e sentenciado a prisão os políticos envolvidos na corrupção do Mensalão.
Entretanto, o excesso de exposição midiática do Supremo no combate a corrupção, que tornou seus membros heróis nacionais, pode ter inflado seus egos, assim como dos novos, que passaram a integrar a corte pela sua renovação, culminando na atuação do Supremo além de suas prerrogativas constitucionais.
A percepção, pela população, dos excessos do Supremo encontrou eco nas falas de Bolsonaro que, desde sua campanha elegeu o TSE como seu inimigo numero um.
Como ha uma interação entre os membros do TSE e do Supremo, como consequência da inimizade de Bolsonaro, o Supremo foi incluído na lista de inimigos, a ponto de Eduardo, filho de Bolsonaro, dizer que bastava um soldado e um cabo para fechar o Supremo.
Diante das ameaças da família Bolsonaro os membros do Supremo decidiram reagir.
Como nas próximas eleições havia a expectativa de que Bolsonaro seria reeleito, mesmo tendo feito um governo medíocre, pois não havia nenhum oponente capaz de derrota-lo, e, caso isso acontecesse, Bolsonaro poderia aumentar ou ate concretizar suas ameaças contra o Supremo, seus membros, para preservar seus cargos e poderes, decidiram intervir no jogo politico.
A solução foi reabilitar Lula para enfrentar Bolsonaro na eleição.
Assim foram anulados os julgamentos que haviam condenado Lula e o mantinham preso.
Lula solto e disposto a enfrentar Bolsonaro, como revanche da batalha que foi impedido de participar em 2018, por estar preso, sabia que não seria uma vitoria fácil.
Explorando os comportamentos e ações de Bolsonaro durante seu governo, em especial na pandemia, Lula conseguiu movimentar o pendulo dos eleitores não fanatizados, tanto por Bolsonaro como por ele próprio, a elege-lo, como aconteceu.
Lula foi eleito.
Entretanto, diferente de Bolsonaro, constituiu um Ministério composto apenas por critérios políticos.
O resultado estamos assistindo agora, com um governo fraco, sem nenhum projeto de estado, focado apenas na reeleição de Lula.
2026 esta logo ai.
Talvez Bolsonaro não possa concorrer, mas o pendulo novamente vai mudar de lado e teremos um futuro governo alinhado com as ideias de Bolsonaro.
Espero que não cometa os mesmo erros dele, pois se assim for, continuaremos nesse eterno circulo vicioso de péssimos governos e com o Brasil do futuro cada vez mais distante.