Desde os tempos em que eu estava
sentando nos bancos escolares Jose Dirceu era um ícone da esquerda brasileira.
Foi presidente da UNE,
onde tentou iniciar sua carreira política.
Seu maior desejo, desde
aqueles tempos, era mandar no Brasil e impor suas idéias de esquerda.
Afinal Dirceu era um
idealista de esquerda.
Dirceu sonhava ser um dos
poucos lideres mundiais com capacidade única de ter idéias, e que os demais cidadãos
deveriam acatar e engolir goela abaixo tudo que ele acreditasse.
E que a ele estaria
destinado ser o senhor do Brasil.
Mas, ao invés de entrar na
política partidária, acabou se metendo na guerrilha armada.
Talvez por acreditar que
pela forma democrática nunca chegaria ao poder, pois havia, de fato, uma dominação
por uma oligarquia maniqueísta, que mantinha um curral eleitoral exuberante.
Talvez pela inspiração em
seu ídolo Fidel Castro, que através da luta armada conseguiu chegar com sucesso
e de forma mais rápida ao poder central em Cuba na década anterior.
O fato é que Dirceu foi
para Cuba para aprender a fazer guerrilha.
E voltou guerrilheiro.
Já nessa época ficou claro
que Dirceu, como todos os lideres esquerdistas, tinha um viés autoritário fortíssimo.
Queria chegar ao poder
pela força e não pelo convencimento democrático.
Felizmente, para nós sua
luta não logrou êxito.
Mas, Dirceu não se deu por
vencido.
De alguma forma, acabou
mudando sua tática.
Passou a acreditar que
poderia chegar ao poder pela via política.
Desta forma encontrou no
PT o abrigo partidário que precisava.
Sempre esteve a frente das
estratégias para conduzir o PT ao governo.
Talvez por observação própria,
mas Dirceu e a nata das lideranças petistas entenderam que para chegar ao poder
precisava de dinheiro.
Iniciou-se então a
campanha de doação voluntaria dos afiliados ao partido.
Conquistado cargos públicos,
surgiu a idéia da cobrança de um dizimo de parte do rendimento na função para
custear o PT.
Não satisfeitos, passaram
a corrupção exigindo comissões em obras e serviços públicos, que em grande
parte era direcionada aos cofres do PT.
Com o crescimento
financeiro do partido, a competição partidária parecia se equilibrar com os
demais partidos.
E o Dirceu vislumbrou a
possibilidade de chegar a presidente eleito do Brasil.
Mas, faltava-lhe o carisma
que Lula esbanjava.
Aproveitou-se disso e conduziu
eficientemente Lula para uma eleição vencedora.
Eleito Lula presidente ele
se aprumou como o Ministro da Casa Civil.
Acreditando poder agir como
um Cyrano de Bergerac tentou fazer de
Lula um títere sob seu comando.
Sua idéia era ser um
primeiro ministro e Lula uma rainha da Inglaterra.
Mas, Lula ganhou luz própria.
Mesmo assim Lula ainda era
útil para ajudá-lo a chegar ao poder.
Afinal, como vivíamos uma
democracia chegaria um tempo em que Lula teria que sair da presidência e a ele
estaria pavimentado o ingresso.
Assim surgiu a idéia do
Mensalão.
Para Dirceu e a elite
Petista o objetivo do assalto aos cofres públicos não era para enriquecimento próprio.
A real intenção era
financiar a manutenção no poder, com um Congresso comprado e dominado.
As contas de Dirceu para chegar
ao poder fe-lo acreditar que eram favas no mel.
O fato é que Dirceu foi
vitima de seus próprios comparsas.
E de sua arrogância em
acreditar que tinha todo mundo em sua mão.
Acabou sendo denunciado
por um deles mais ambicioso.
Nosso herói Macunaíma, Ro berto Jefferson, inconformado com seu quinhão na
partilha do butim, denunciou a pratica do Mensalão.
Foi a nossa sorte!
Pois, se esse imprevisto não
houvesse acontecido, Dirceu hoje seria a nossa Dilma.
Ou nosso Fidel Castro!
Que seria bem pior.
Mas, Dirceu mesmo
aparentemente derrotado não enterrou sua obstinação de chegar ao poder.
E articulou o Petrolão, mesmo fora da esfera governamental direta.
Como já estava na mira,
acabou retornando a cadeia.
Donde, quem sabe, poderá no
futuro querer se apresentar como nosso Mandela, que ficou muitos anos preso.
E tentar mais uma vez
chegar ao poder no papel de vitima.
Dirceu é um camaleão.
Fiquemos atentos.
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