terça-feira, 5 de abril de 2016

O Brasil e seu feudalismo patrimonialista

O mundo conheceu o capitalismo.
E, em alguns recantos, o comunismo.
Nós, aqui, não.
Vivemos ainda uma era feudalista.
Criamos a ilusão de que somos um pais capitalista.
Na medida em que alguns se aventuram como empresários e tiveram sucesso financeiro, pode-se ate acreditar nisso.
Mas, não somos efetivamente um pais capitalista.
Pela simples razão de que a grande massa trabalhadora vive com um salário de miséria.
Nesse sentido, estamos mais próximos a um comunismo do que a um capitalismo.
O grosso da população vive em condições de sub habitação.
Falta saneamento básico.
Falta alimentação com nutrientes adequados, em especial na fase de crescimento.
Que os coloca em uma condição de microcefalia alimentar!
O feudalismo que vivemos hoje tem uma característica adicional de patrimonialismo de estado.
Na medida em que determinadas carreiras de servidor publico tem um salário em media 40 vezes o salário mínimo.
Ou o salário mínimo é extremamente baixo, no que concordo, ou esses funcionários estão recebem salários desproporcionalmente altos.
No que também concordo.
Enquanto no Poder Judiciário chegam ate 80 vezes o salário mínimo, ou mais, há professores do ensino fundamental com salários que correspondem a no maximo 5 salários mínimos!
Por que essa imensa variação dentro do funcionalismo publico?
Explico.
Isso acontece porque essa casta privilegiada se encontra próxima do poder.
Praticam o patrimonialismo de estado.
Conseguiram exercer influencia para terem seus salários com crescimento superior a media salarial de outros tantos funcionários públicos, que não estão assim tão próximas do poder.
O fato é que essa casta privilegiada de funcionários públicos, no passado, não tinha salários tão valorizados.
Lembro que em 1976, formado em engenharia civil, tive varias oportunidades para me tornar funcionário publico efetivo.
Era relativamente fácil ingressar na carreira publica.
Mas recusei.
Recusei porque os salários da iniciativa privada eram bem melhores.
Com isso, havia pouca procura para se ingressar no funcionalismo publico!
No meu caso, vislumbrei ser mais promissor tornar-me um empresário.
Foi por esse caminho que segui.
Ainda que os salários da população que vivia nas cidades fossem baixos, a miséria do povo brasileiro estava afastada das cidades.
Se escondia no campo.
Com a forte migração do campo para as cidades, a miséria ficou exposta.
Houve uma acentuada deteriorização das condições de vida.
Os hospitais congestionaram.
As escolas ficaram insuficientes e a qualidade decaiu.
Eu estudei em escola publica.
No caso, para ingressar no ginásio tive que prestar um exame semelhante a um vestibular.
Tamanha era a qualidade do ensino!
Hoje não se privilegia a qualidade.
O que importa é a quantidade!
Mas, aqueles que dominavam a política e a própria sociedade não deram o devido olhar à situação.
O feudalismo falava mais alto.
Estávamos cegos ao capitalismo.
Não enxergávamos que os salários maiores são um forte fator de consumo e gerador de riqueza para todos.
Continuávamos acreditando que o trabalhador deveria ser explorado com baixos salários.
Uma das formas para que os mantivéssemos quietos era sonegar-lhes educação.
Enquanto continuassem ignorantes, nada reclamariam.
Entretanto, um fato novo mudou esse conceito.
A televisão.
Com o acesso fácil, foi permitido ao povo conhecer um mundo distante que se aproximava dele pela tela da TV.
E a propaganda os impingia a consumir.
Mas, faltavam-lhes recursos.
Isso contribuiu, entre outras causas, para que houvesse um aumento na criminalidade.
E a gestação de partidos ditos de esquerda, que prometiam o acesso ao maravilhoso mundo da TV.
Por outro lado, implantamos uma Constituição demasiadamente minuciosa.
Cheia de direitos e poucas obrigações.
Com inúmeros benefícios sociais que engessaram o orçamento publico.
O resultado é que todos querem mamar nas tetas do governo.
Do empresário que se aproveita de financiamentos do BNDES.
Que se aproveita com reduções de impostos de sua produção.
Que se aproveita contratando obras superfaturadas.
Mas, nada acrescentam para o desenvolvimento do pais.
Nada acrescentam para uma melhora salarial de seus empregados.
Não que seja contra o financiamento empresarial para estimular a economia.
Sou a favor.
Não que seja contra a redução de impostos, que são excessivamente tanto em porcentagem como em variedade, aplicados às empresas.
Sou a favor.
Mas, com um planejamento adequado e não setorizado como foi.
Ate porque, tanto os financiamentos como a redução de impostos, não foram disponibilizados com os propósitos que apoio.
Foram para que políticos e funcionários públicos envolvidos roubassem!
De outro lado, mama também o trabalhador que esta mais próximo do poder ou mesmo aqueles distantes, mas que servem para manobras eleitorais.
Não que seja contra a bolsa família e congêneres
Acho que o estado tem que assistir aos mais vulneráveis, sim.
Mas, ao mesmo tempo tem que dar-lhes condições para que se ergam sozinhos num breve espaço de tempo.
O caminho é a educação para que possam se capacitar.
E capacitados possam acessar melhores empregos.
Porque o emprego é o único caminho de ascensão sócio econômica.
Mas, as bolsas não focam na melhora da capacitação do beneficiário.
Foram usadas para manter um curral eleitoral.
Ainda na educação, houve um equivoco.
Inundaram o pais com faculdades de péssima qualidade de ensino.
E financiaram os estudantes com bolsas educação.
O resultado é que houve uma inundação de vários profissionais com diplomas universitários, que ganham menos do que um técnico de nível médio, especializado.
E não sabem fazer nada!
O correto seria disponibilizar uma maior quantidade de escolas técnicas de nível médio.
Escolas com qualidade.
Porque é ai que há maior carência de trabalhadores qualificados.
O fato é que o PT não conseguiu cumprir uma agenda de crescimento do trabalhador.
Os avanços conquistados nesses últimos 13 anos de poder foram mal conduzidos.
O que fizeram com maior êxito foi dar uma dimensão explosiva à corrupção!
E o trabalhador?
A eles foi dado migalhas.
Uma ilusória e passageira sensação de melhora social.
Que hoje acabou.
Há um desemprego em massa.
Há o achatamento salarial.
As pequenas empresas fecham.
O fato é que o próximo governo, quando houver um, precisa entender que para se ter o mínimo de condições de cidadania tem que haver emprego.
Mais.
Com salário suficiente para cobrir as necessidades básicas do trabalhador.
A classe media tem que ser a fatia maior da pirâmide social.
Que inclusive deve deixar de ser uma pirâmide!
E ser um losango social!
Precisamos entender que o Brasil precisa sair do feudalismo e entrar na era do capitalismo.
E que não é com um estado paternalista, populista que se entra.
Nem com um Plano de se manter no poder.
Temos que parar com essa formula de distribuir migalhas para o povo.
Temos que criar condições para que empresários tenham suas empresas.
Que gerem impostos e empregos.
Sem privilégios.

Tanto para empresários como para empregados.

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