domingo, 22 de janeiro de 2017

Para onde vamos?

Vivemos momentos inéditos.
A dialética, que nos ajudaria e entender melhor o mundo, não existe mais.
Cada um é dono de uma intolerável e absoluta verdade.
Cuidado!
Se você pensar um pouco diferente, você pode se tornar um inimigo.
Mesmo se antes eram amigos.
Claro que há vários pontos de vista nos quais convergimos.
E outros tantos que divergimos.
É natural.
Não pensamos exatamente igual.
Ainda bem!
Viva a divergência!
Com inteligência e compreensão.
Mas, hoje, se não agirmos com hipocrisia, e fingirmos que pensamos igual a uma maioria que elegeu uma determinada verdade como absoluta, você vira inimigo desse grupo.
Pelo simples fato de pensar diferente.
Ou ate mesmo ter um olhar diferente de uma mesma coisa observada.
Afinal, dependo do ângulo que vemos, podemos ver faces diferentes de uma mesma coisa.
Não falo de uma dicotomia.
Não há um nós contra eles, único.
Há vários nós.
Há vários eles.
Que não se aglutinam entre si.
Por vezes há uma interação por conveniência, que é efêmera.
Cada grupo de nós ou cada grupo de eles, num determinado momento, poderão também se estranhar.
Por questões de divergência algumas vezes pontuais, mas o suficiente para que se tornem antagonistas.
A conciliação esta cada vez mais difícil.
A intolerância cada vez maior.
Essa divisão esta nos levando para um insuportável estado de guerra.
O ódio esta dominando nossos pensamentos.
Todos nos sentimos perfeitos, éticos, moralistas, honestos.
Deixamos de ser humanos, porque errar é humano.
Viramos deuses de um Olimpo imaginário.
O outro é humano.
Por ser humano, quando erra, deve ser castigado.
Cruelmente!
Perdemos aquele pensamento de recuperar o próximo.
Entretanto, quando erramos, não aceitamos que erramos.
Somos deuses.
Deuses não erram!
Acreditamos, sim, que ha uma conspiração contra nós.
Arrogantemente não reconhecemos nossa condição de erro.
Erro, se há, foi o de nos condenar.
E quando somos castigados, não há um arrependimento.
Mas, mais ódio nos domina.
Com volúpia de injustiçado queremos ser mais cruéis, assim que recuperamos nossa condição de deuses.
Para onde vamos?

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