Vivemos momentos inéditos.
A dialética, que nos ajudaria e entender melhor
o mundo, não existe mais.
Cada um é dono de uma intolerável e absoluta verdade.
Cuidado!
Se você pensar um pouco diferente, você pode se
tornar um inimigo.
Mesmo se antes eram amigos.
Claro que há vários pontos de vista nos quais
convergimos.
E outros tantos que divergimos.
É natural.
Não pensamos exatamente igual.
Ainda bem!
Viva a divergência!
Com inteligência e compreensão.
Mas, hoje, se não agirmos com hipocrisia, e
fingirmos que pensamos igual a uma maioria que elegeu uma determinada verdade
como absoluta, você vira inimigo desse grupo.
Pelo simples fato de pensar diferente.
Ou ate mesmo ter um olhar diferente de uma
mesma coisa observada.
Afinal, dependo do ângulo que vemos, podemos
ver faces diferentes de uma mesma coisa.
Não falo de uma dicotomia.
Não há um nós contra eles, único.
Há vários nós.
Há vários eles.
Que não se aglutinam entre si.
Por vezes há uma interação por conveniência,
que é efêmera.
Cada grupo de nós ou cada grupo de eles, num determinado
momento, poderão também se estranhar.
Por questões de divergência algumas vezes pontuais,
mas o suficiente para que se tornem antagonistas.
A conciliação esta cada vez mais difícil.
A intolerância cada vez maior.
Essa divisão esta nos levando para um insuportável
estado de guerra.
O ódio esta dominando nossos pensamentos.
Todos nos sentimos perfeitos, éticos,
moralistas, honestos.
Deixamos de ser humanos, porque errar é humano.
Viramos deuses de um Olimpo imaginário.
O outro é humano.
Por ser humano, quando erra, deve ser
castigado.
Cruelmente!
Perdemos aquele pensamento de recuperar o próximo.
Entretanto, quando erramos, não aceitamos que
erramos.
Somos deuses.
Deuses não erram!
Acreditamos, sim, que ha uma conspiração contra
nós.
Arrogantemente não reconhecemos nossa condição
de erro.
Erro, se há, foi o de nos condenar.
E quando somos castigados, não há um
arrependimento.
Mas, mais ódio nos domina.
Com volúpia de injustiçado queremos ser mais
cruéis, assim que recuperamos nossa condição de deuses.
Para onde vamos?
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