Paulo
Guedes mais uma vez mostrou desprendimento pelo cargo de ministro de estado
afirmando, desta vez, que se a reforma da previdência não tiver a dimensão esperada,
ele renuncia.
Mas,
por que ele faria isso?
Antes
é preciso entender o que efetivamente a reforma da previdência representa no
contexto econômico.
Primeiro
a reforma não trará nenhum alivio financeiro direto ao orçamento publico.
Pelo
simples fato de que aqueles que estão na situação de aposentados ou
pensionistas continuarão recebendo exatamente aquilo que vem recebendo até
morrerem.
Não
sofrerão nenhuma perda.
Ou
seja, as despesas, que hoje trazem um déficit fiscal ao orçamento publico, continuarão
vigentes.
Não haverá dinheiro sobrando, como muitos acreditam.
Então
por que Guedes afirma que a reforma trará uma economia de R$1 trilhão?
Guedes afirma isso baseado nos cálculos de uma perspectiva futura de menos gastos com a previdência.
Basicamente porque aqueles que ingressariam no tempo previsto atualmente vão ingressar no sistema mais
tarde, aliviando o orçamento público nos próximos anos nesse valor.
Então, se não haverá recurso sobrando por que Guedes afirma que com a reforma aprovada haverá uma retomada da
economia, saindo da estagnação que se encontra e diminuição do desemprego?
Porque
a reforma da previdência tem uma importância na economia como um símbolo.
Mostra
que o governo age com responsabilidade fiscal.
E
isso gera confiança nos investidores.
Ninguém
quer investir num pais cujo estado esteja quebrado.
Uma
vez aprovada a reforma os investidores voltarão investir.
Esses
investimentos é que irão movimentar a economia e trazer mais empregos.
Melhorando
a economia do país, o estado pode arrecadar mais.
Podendo-se ate a vislumbrar um equilíbrio fiscal.
Que
ainda assim pode levar anos para acontecer.
Pois
há ainda o componente da conjuntura mundial.
Então,
se a reforma da previdência não acontecer dentro da expectativa de Guedes por
que a situação do Brasil pode piorar?
O
orçamento público está ha 6 anos com déficit orçamentário.
O
estado não consegue nem pagar os juros da divida.
Para
honrar o pagamento dos beneficiários da Previdência o governo é obrigado a tomar mais empréstimos.
Com
isso, cada ano que passa o governo está mais endividado.
Se
não entendemos essa mecânica e buscarmos a solução pelo possível, continuaremos
nessa situação ate virar o caos.
Se
não for feita a reforma da previdência terá que ser adotada uma solução pior
ainda.
O
governo terá que aumentar ainda mais os impostos, que será terrível.
Talvez por esse caminho enfrente muita resistência, já que a carga tributaria é excessivamente alta.
Não ha espaço para mais aumento de impostos.
Ah! Dirão outros.
Então porque não se cobra os devedores da previdência.
Isso esta sendo feito, mas a cobrança não é imediata.
Ha muitas empresas quebradas e aquelas que poderiam pagar ou discutem na justiça o valor cobrado ou alongam o pagamento por anos.
O resultado é que não é suficiente para cobrir o deficit da previdência.
Resta então o caminho da inflação.
Com
essa medida as despesas terão um corte inflacionário.
Porque
havendo inflação quando o governo for pagar seus compromissos pagara menos,
pois houve a corrosão da moeda.
Por
outro lado, as receitas terão uma aparência de aumento, pois serão atualizadas
ate o efetivo pagamento pelo contribuinte e quando forem pagos terão um valor
maior.
Com
isso seria tentado um equilíbrio orçamentário perverso.
Todos
seremos prejudicados.
Principalmente
os assalariados, aposentados, pensionistas.
Quem
viveu o Brasil da hiperinflação sabe muito bem do que estou falando.
Será
um retrocesso a um passado que foi custoso para sairmos.
Muitos
planos de estabilização foram tentados ate chegarmos ao plano real, que de fato
acabou com a inflação e trouxe uma nova vida para aqueles que eram tão
prejudicados com a inflação.
É
disso que Paulo Guedes não quer participar.
Geraldo, não vejo a hora de ver todas estas reformas aprovadas. Torço demais para que tudo dê certo, e que os adeptos cdo toma lá da cá, sejam um pouco mais patriotas, e que a esquerda acabe de vez. Tenho 70, mas torço muito para que a coisa comece a andar o quanto antes. Já chega de tanto atraso.
ResponderExcluirConcordo com você.
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