segunda-feira, 4 de maio de 2020

A encruzilhada

A Encruzilhada, o Campo-Santo e o Cruzeiro das Almas.



Ha algum tempo esta notaria a insatisfação do presidente Bolsonaro com o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
Já fez insinuações sobre a necessidade da aplicação de um AI-5 versão 2020.
Tem participado de manifestações que conclamam o exercito a fechar as instituições.
Neste domingo, dia 3 de maio, durante uma manifestação de apoio a ele em Brasilia, Bolsonaro afirmou que "chegamos no limite, não tem mais conversa".
E acrescentou ter o apoio das Forças Armadas.
Chegamos a uma encruzilhada.
Pode ser mais um balão de ensaio para testar sua força, ao mesmo tempo que faz um blefe intimidatório contra aquelas instituições?.
Nesse caso, se nada acontecer,  poderá estar queimando mais um cartucho de credibilidade.
Me faz lembrar daquela estoria daquele jovem que gritava por socorro, dizendo que havia um lobo atacando-o e quando era acudido pelos caçadores ria da brincadeira.
Ate o dia em que verdadeiramente apareceu um lobo e por mais que o jovem gritasse nenhum caçador foi socorre-lo, para não ser zombado depois.
Assim, esse passo pode ser que indique que ele mesmo chegou ao limite de manter-se no governo
Talvez por isso, como boia de salvação, tenha se aliado ao centrão.
Como Temer fez para manter-se no governo, Bolsonaro se submeterá ao centrão?
Centrão que antes Bolsonaro dizia ser endemoninhado.
Sera que, agora, o fará rasgar sua bandeira de combate a corrupção?
Dando razão a Moro, que pulou fora do barco a tempo.
Uma coisa é certa.
O centrão lhe cobrará muito caro pela sustentação politica.
Exigira cargos e benefícios.
E, aos poucos, acabará por alija-lo do poder, mantendo-o como uma rainha da Inglaterra ate o final do mandato.
Se estrebuchar, puxam-lhe o tapete e o derrubam, como fizeram com Dilma.
Ou, de fato, Bolsonaro esta realmente com apoio militar para, de alguma forma, fazer valer sua determinação de tolher o funcionamento de uma ou de ambas as instituições?
Se sim, poderemos virar uma nova Venezuela, que igualmente elegeu um militar, Chávez, que acabou dando um golpe de estado com apoio militar.
Entretanto não será tão fácil por aqui.
Chávez tinha mais apoio popular.
Bolsonaro não tem esse mesmo apoio que lhe garanta uma maioria como Chávez tinha.
Dos que votaram em Bolsonaro, muitos já desembarcaram de apoia-lo irrestritamente.
Sentem-se frustados.
Bolsonaro prometeu muito e entregou pouco.
Seus apoiadores fanáticos continuam acreditando que Bolsonaro seja bem intencionado.
Dizem que só não fez mais porque forças ocultas, que chamam de OCRIM, organizações criminosas, sabotam tudo que Bolsonaro quer fazer.
Dizem também que a OCRIM pretende nos impingir a versão de que Bolsonaro seja incompetente para desacredita-lo.
Mas, sera verdade que essa visão é correta?
Nesses meses de governo Bolsonaro mostrou-se incapaz de liderar com harmonia uma transformação na forma de fazer politica.
Disse que a nomeação de seus ministros e auxiliares eram por competência técnica e não como troca por favores políticos.
Mas, ao longo do tempo brigou com alguns desses seus aliados, afastando-os de seu governo.
Por diversas ocasiões, expressou-se de maneira destemperada.
Em algumas delas criou crises onde não havia antes.
Bolsonaro pareceu agir como inimigo de Bolsonaro.
Além de ter seus filhos atrapalhando mais do que ajudando.
Além de causar-lhe desconforto nas tentativas de ajuda-los contra as garras da Lei.
Seu visível enfraquecimento é causado por ele próprio.
Evidentemente que outros atores políticos, oportunisticamente, exploram essas atitudes  para neutraliza-lo para  a próxima eleição.
Conspiram contra ele.
E podem leva-lo a lona já.
Como reação poderão levar Bolsonaro a dar a ultima cartada com a intervenção militar.
Aguardemos o próximo capitulo!








4 comentários:

  1. Realmente, meu caro, uma situação insustentável. Só mesmo o Brasil é capaz de somar uma crise institucional a uma pandemia
    mundial.

    Achei ótima a sua analogia com a estória do menino e o lobo. Cabe como uma luva.

    Acho que você conhece a minha mania de reduzir equações para enxergar melhor em cenários complexos. Nesse caso deve haver uma síntese ainda pouco visível.

    Em toda essa neblina vejo três linhas:
    1. O papai coruja e psicótico não dorme enquanto os kids estiverem sob ameaça e insiste em dominar o reino para protegê-los custe o que custar.

    2. O presidente menino, que se projeta nos kids, fez aliança com dois diabos para se fortalecer e manter o poder no reino: Centrão por dinheiro e PT pela cabeça da Lava-jato.
    3. Como você diz, o Ministro Moro, que não tem nada de tolo, viu a loucura desse jogo e resolveu sair.

    Resta descobrir:
    1. Quem é o Lobo.
    2. O tamanho do blefe. O presidente menino diz ter apoio militar, mas sabe-se que sua base de apoio são algumas Policias Estaduais e Milícias.
    3. A loucura. Onde pode chegar esse presidente em sua sanha de proteger um sonho de integridade. O sonho virou pesadelo?

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    1. Hoje você tem manifestantes pro Bolsonaro que são recriminados pelos outros apoiadores por estarem desrespeitando a quarentena. Voce tem apoiadores de Moro que antes também apoiavam Bolsonaro e agora não apoiam mais Bolsonaro. Voce tem apoiadores do centrão que agora irão apoiar Bolsonaro. Voce tem não apoiadores de Bolsonaro que querem o impeachment de Dória. Ta um balaio de gato

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  2. a tua abordagem é muito clara
    o presidente briga consigo quando se olha no espelho
    perdeu o rumo e o encanto
    colocar militares bem intencionados só funciona nos primeiros meses.... depois eles gostam da brincadeira e procuram se perpetuar pela força
    testar o vice-presidente seria uma oportunidade de voltar às promessas de Bolsonaro no início do mandato

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  3. Talvez a saida seja por ai. Assumir Mourão!

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