Na noite de 30 de outubro de 1938, com a produção e direção do ator e diretor de cinema norte-americano Orson Welles, a rede de rádio CBS (Columbia Broadcasting System) interrompeu sua programação musical para noticiar uma suposta invasão de marcianos.
A notícia "em edição extraordinária", na verdade, tratava-se de uma peça de radioteatro dramatizando o livro de ficção científica A Guerra dos Mundos, do escritor inglês George Wells.
A dramatização, no formato do radiojornalismo da época, tinha reportagens externas, entrevistas com testemunhas que vivenciam o acontecimento, opiniões de peritos e autoridades, efeitos sonoros, sons ambientes, gritos, a emoção dos supostos repórteres e comentaristas.
Tudo dava impressão da chegada de centenas de marcianos à cidade de Grover's Mill, no estado de Nova Jersey, a bordo de naves extraterrestres, estar sendo transmitido ao vivo.
Em razão da maior parte dos ouvintes terem sintonizado o programa The Mercury Theatre on the Air após seu inicio, perderam a introdução na qual Wells informava tratar-se de uma encenação.
Por isso desencadeou pânico em várias cidades norte-americanas que acreditaram ser um fato real.
Muitos ouvintes tiveram certeza de que o perigo era iminente e entraram em pânico, sobrecarregando linhas telefônicas.
Uma massa de moradores apavorados, tentando fugir do perigo, aglomeraram as ruas e criaram congestionamentos.
A opinião publica americana, logo após o acontecimento, expressou indignação, julgou o programa enganoso e chegou a pedir uma regulamentação rígida para a Comissão Federal de Comunicação, a fim de evitar novos casos.
Se esse acontecimento tivesse ocorrido no Brasil de hoje, Orson Welles sofreria ação penal por divulgação de fake news?
Seria preso?
Nos Estados Unidos, em razão de Orson Welles, criador da suposta “fake news”, ter advertido, no inicio do programa, que tudo era uma encenação, ao invés de responder a um processo criminal por provocar pânico coletivo, acabou por leva-lo à fama e ser mundialmente conhecido por ter criado um programa que mais marcou a mídia no século XX.
O que diferencia Fake de Fato?
Esse é o debate que vivenciamos hoje tanto entre nós como no Congresso.
A meu ver, pelo fato de Welles ter advertido no inicio do programa que tratava-se de uma encenação, considero que em momento algum ele pretendeu prejudicar alguém.
Tratava-se de uma obra de ficção, como são as novelas que estamos acostumados a ver em nossas TVs.
E nenhum autor, diretor e ator de novelas é criminalizado por isso.
O problema é que as pessoas se desesperaram com facilidade.
A humanidade ha milênios acredita em mentiras e repudia verdades.
Quanto mais fantasiosa for a mentira, mais gente acredita.
Por isso, autoridades, influenciadores e aqueles que tem audiência na mídia tem que ter a responsabilidade e o máximo de cuidado ao tratar de determinados temas, para não induzir a grande massa a acreditar em coisas que possam prejudica-las.
Perfeito Geraldo!!!!!
ResponderExcluirÉ um assunto que tem um range de entendimento muito pequeno pois não existem meias verdades nem meias mentiras e deixar grupos à vontade para disseminar mentiras e pânico ou pensamentos não é possível deixá-los à vontade
ResponderExcluirCaramba, como a informação captada de forma parcial gerou pânico na população!
ResponderExcluirAlguns países já possuem a forma de regulamentar as mídias sem tolher a livre expressão.
Moral da historia, para os idiotas até ficção vira fake news, conclusão, não adianta tentar regulamentar, isso só vai levar a censura e a criação de um único canal da "verdade", o que devemos fazer é educar e cada um que tenha discernimento para saber oque é fato ou fake, até pq temos muitos fatos consagrados para uns, q para outros são fake.
ResponderExcluirPara dar alguns exemplos temos a ida a lua e a terra plana, tem gente que acredita em ambos enquanto outras negam ambos, o problema é se dermos poder para um desses grupos, ai o outro vira fake news, mas e a verdade ? Bom a verdade não importa o que se busca é calar o contraditório.
Acho que a solução é buscarmos as "True News", isso sim seria positivo para todos (terraplanistas e heliocentristas) e que se busque a verdade, já q a mentira é relativa as crenças de cada um.
Uma notícia que visa lesar alguém será problema mesmo que seja verdadeira. Uma notícia falsa poderá criar problema apenas para quem a veiculou. Por exemplo, Marina Silva contou para jornalistas no exterior que 120 milhões de brasileiros passavam fome. Para bolsonaristas uma notícia falsa visando atingir a imagem da direita. Para Lulistas, um simples deslize de Marina. Os danos seriam menores para Bolsonaro e para ela própria se Marina afirmasse que sua afirmativa era obra de ficção? A meu ver um povo educado deve saber que cada um é responsável pelo que propaga. Lei para isso já existe e a meu ver dispensa PL. Orson Wells era um gênio criativo e sua arte apenas serviu para mostrar o quanto pessoas comuns podem ser enganadas. Não acredito que uma pessoa desonesta divulgue notícia falsa precedida por qualquer aviso prévio. Proibir que se minta simplesmente fecharia Brasília para todo o sempre.
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