Ainda não é possível afirmar o que causou essa falta de potencia, mas vou dar umas especuladas.
Quando voava de ultraleve, na década de 90, tive problemas de perda de potencia em 2 situações de voo e uma numa decolagem.
Durante o voo, a primeira vez aconteceu quando tinha acabado de tirar o breve de piloto desportivo, portanto com pouca experiencia para situações de emergência.
Voava sozinho nas redondezas da pista de ultraleves, que tinha na margem da represa Guarapiranga, quando o motor perdeu potencia.
Depois descobri que houve um entupimento no filtro de ar.
Sobrevivi a essa acidente porque estava sobrevoando naquele momento uma pista de avião abandonada, que pertencia ao antigo frigo Eder, em Itapecerica da Serra.
Consegui, mesmo estolando, fazer um pouso sem maiores danos à aeronave e sem me machucar.
A segunda vez, já bem treinado para fazer pouso de emergência, tinha minha mulher de passageira.
Sobrevoava a represa Billings quando, de repente, perdi a potencia no motor.
Descobri, depois que a aeronave tinha sofrido uma pane elétrica.
Como estava voando em alta altura foi possível voltar para a margem da Billings e identificar uma clareira, onde fiz um pouso de emergência perfeito.
Não houve nenhum dano tanto à aeronave, como pessoal.
Quanto a falta de potencia na decolagem aconteceu quando, anteriormente, fiz um pouso numa pista em um sitio de um amigo piloto, em São Lourenço da Serra.
Como a pista era em aclive, no pouso, acabei danificando parcialmente o trem de aterrizagem do lado direto.
Meu ultraleve tinha 2 assentos lado a lado.
Como voava sentado no assento do lado direito, para suavizar o peso na volta, resolvi sentar do lado esquerdo.
O problema aconteceu porque eu estava acostumado a usar a mão direita para manejar o manche e a mão esquerda para manusear a manete que controla o empuxo do motor.
Como inverti a posição da mãos, nessa decolagem usei a mão esquerda para segurar o manche e a direita para manusear a manete.
Como estava no processo de decolagem e estava ganhando altura, sem pensar, em movimento automático, puxei a manete para trás, para a posição neutra, como se estivesse puxando o manche para decolagem.
O ultraleve imediatamente perdeu potencia e eu, sem entender o que estava acontecendo, consegui pensar rápido e ver que havia tirado a potencia do motor.
Foi o tempo suficiente para acelerar novamente e evitar que caísse sobre as arvores à frente.
Isso me faz pensar que um dos pilotos do Air India possa ter reduzido a potencia dos motores, no caso, de forma intencional.
Mas, o outro piloto poderia reagir.
Como houve a notificação de "mayday" para a torre, acho pouco provável que um dos pilotos tenha tentado o suicídio.
Mas, por alguma razão, ainda desconhecida, o computador de bordo, em pane, poderia ter feito um comando para reduzir a potencia do motor, sem que os pilotos pudessem reverter tal situação.
Uma outra hipótese poderia ser o sugamento pelas duas turbinas de pássaros, como aconteceu com o avião em Nova Iorque, que teve as duas turbinas paralisadas por sugar pássaros, mas conseguiu pousar no rio Hudson, sobrevivendo todos a bordo.
No caso de Nova Iorque o avião estava com altura suficiente para realizar o pouso de emergência.
No caso do Air India ele estava a baixa altura e não tinha a menor chance de tentar um pouso de emergência.
Para mim, pelas imagens que assisti não da para ver nenhuma revoada de pássaros sobre a pista.
Então, em principio, esta hipótese, para mim, está descartada.
Entretanto, ha uma hipótese que considero plausível.
Problema no reversor da turbina, que é utilizado para ajudar a frear o avião, apos o pouso.
Esse problema aconteceu no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em dois aviões da TAM.
Um foi no pouso de um Airbus, quando o piloto, ciente que havia um problema no reversor da turbina, acabou não tirando a potencia da manete que acionava o motor com o problema, impedindo que o avião desacelerasse e acabou por causar o acidente em que todos a bordo e dos que estavam no local da queda morressem.
O outro acidente, que considero assemelhar-se com o caso da Air India, foi o da Fokker, que tinha um problema no reversor, que se abriu na decolagem, causando o acidente com morte de todos a bordo e dos que estavam no local da queda.
Por alguma razão, ainda desconhecida, no caso da Air India, uma, ou mesmo as duas turbinas, poderiam ter tido acionado o reversor do motor, pelo computador de bordo em pane ou pelo próprio equipamento, como aconteceu nos aviões da TAM, que não foi feita a manutenção antes dos voos fatais, mesmo sabendo-se que havia problemas.
Uma ultima hipótese, que considero remota, pode ter ocorrido com a contaminação do combustível com água.
Já ocorreu acidentes no passado, mas hoje ha um controle maior sobre a qualidade do combustível.
Mas, nada pode ser descartado.
Só saberemos o que realmente aconteceu apos a pericia que sera realizada.