sábado, 19 de julho de 2014

A Eleição e a Bolsa!

O governo do PT, na era Lula, apesar do tropeço inicial, quando o dólar atingiu seu maior patamar de cotação, foi bem avaliado pelo mercado financeiro.
Aliás, de uma forma geral houve um contentamento com as ações de governo, naquele momento. 
Tanto por parte do empresariado como da população, que se surpreenderam com as novas e alvissareiras maneiras do PT governar.
As explicações são conhecidas.
Lula não mexeu no programa econômico que FHC tinha construído. Deixou o barco navegar.
Por mais que as condições adversas que o custo Brasil pudesse refrear, a economia mundial soprava ventos favoráveis tão vigorosos que o barco navegou a velocidade surpreendente.
Vivemos uma época de crescimento econômico.
A população aprovava o governo do PT. 
E com isso Dilma se elegeu.
Nesse meio tempo, a economia mundial sofreu um revés.
O vento parou.
Entretanto, Dilma deitou em berço esplêndido.
Não reagiu como se esperava.
De fato, não tinha uma equipe de governo à altura das necessidades que o novo cenário se apresentava.
Seu governo Frankenstein, constituído por uma base política descompromissada com os interesses da nação, só tinha como objetivo o interesse pessoal e eleitoreiro de cada componente.
Resultado.
O crescimento da economia degringolou.
Virou Pibinho.
A inflação se descontrolou.
Só não atingiu nível mais alarmante, em razão de manobras eleitoreiras, que procrastinaram aumentos na energia elétrica, no combustível e no transporte publico.
Que inevitavelmente ocorreram após as eleições.
Mas, cujos efeitos já começaram.
A corrupção corre solta.
Todo dia aparecem mais noticias com denuncias de novas investidas.
Mas, o mercado esta atento!
Sua maior preocupação é com a inflação.
Como todos nós sabemos.
Principalmente aqueles que viveram antes do governo FHC, que arduamente derrubou a inflação e seus malefícios.
O mercado sabe que esse rumo não é bom.
Sabe que com essa inflação há o recrudescimento de altas de preços, baixas de vendas, desemprego, mais baixas de emprego, mais aumento de preços, mais desempregos e estagnação.
E ninguém ganha com isso.
Então, foi só ser publicado o resultado do DATAFOLHA, que indica um empate técnico entre Dilma e Aécio, que a Bolsa de Valores reagiu positivamente.
O mercado viu uma luz no fim do tunel!
A Bolsa de Valores chegou ao maior nivel em 16 meses!
O valor das ações de Estatais como Petrobrás, Eletrobrás, Banco do Brasil, dispararam, impulsionando uma alta no índice da Bolsa.
Sinal de que o governo Dilma não vai bem!
É hora de mudança.
Vamos fazer a nossa parte!

Barracas fantasmas!

Invadiram este terreno privado da construtora EVEN.
E construíram essas Barracas fantasmas!
Falam que atendem 4.000 famílias!Tudo encenação do MTST para fingir que ha desabrigados.
A reportagem da FOLHA foi la, fotografou e constatou que é tudo
MENTIRA!
Eu se fosse diretor da construtora mandava arrancar tudo e impedia a reentrada desses pilantras.
A verdade é que esse MTST, como o MST, que são braços politicos do PT.
Estão ai para provocar revindicações populares e dar legitimidade nas ações populistas dos governantes do PT.
Que ha carência de moradia popular, todos sabemos.
Mas, não sera desse jeito que o problema sera resolvido.
Ate porque morar em barraca não é a solução do problema.
O que de fato ocorre é que esses movimentos querem impor uma ditadura da minoria.
E conseguem graças ao nosso imobilismo.
Eles impõem suas vontades acima da Lei e da Ordem.
Não respeitam nada.
Acreditam que só eles tem direito a tudo.
E nós, que queremos seguir a Lei ficamos calados.
Isso tem que acabar.




Ocupação 'Portal do povo' localizada no bairro do  Morumbi, zona sul de São Paulo
Ocupação 'Portal do povo' localizada no bairro do  Morumbi, zona sul de São Paulo


quarta-feira, 16 de julho de 2014

O problema da violência seria resolvido com um par de tênis da Nike?

Anos atrás, quando assistia a um programa jornalístico na televisão, vi um sujeito sendo entrevistado, que dizia ser líder comunitário de uma favela no Rio de Janeiro.
Ele afirmou que o problema da violência seria resolvido com um par de tênis da Nike.
Soou-me estranha essa proposta. Fiquei mais atento para entender o que ele queria dizer com essa ideia.
Ele argumentava que os adolescentes das favelas e da periferia não são diferentes dos demais adolescentes que vivem nos bairros mais nobres. Eles desejam os mesmos itens de consumo.
Ele explicava que os adolescentes, de uma forma geral, são alvos constantes das propagandas nas mídias, que os impinge ao consumo. Com a diferença de que os adolescentes das favelas não têm condições de consumir.
Assim, esses adolescentes, na busca de recursos para atender suas demandas de consumo, saem às ruas da cidade para cometer pequenos delitos, que tanto incomodam a todos, e que algumas vezes pode ate culminar com uma morte de um inocente cidadão.
Concluiu dizendo que se esses adolescentes pudessem usufruir do mínimo da vida oferecida pelas mídias, de forma honesta, em sua grande maioria, não optariam pelo mundo do crime.
Pensei, num primeiro momento, que se tratava de uma idéia absurda. Que esse sujeito falava bobagens.
Refletindo melhor, revi minha posição.
Primeiro pelo fato de que ele, por viver junto à comunidade, conhecia muito mais de perto a realidade daquelas pessoas.
E, por conseguinte, sabe de suas aspirações e desejos.
Depois, porque me ocorreu um pensamento que aprendi no passado distante, que concordo: Quem tem o que perder não quer perder o que tem.
O raciocínio é simples.
Quando uma pessoa tem um bom emprego, um bom salário, uma condição de vida digna, não vai se aventurar no crime e perder sua confortável posição.
Claro, há exceções.
Mas, a grande maioria das pessoas segue esse raciocínio.
Essa maneira de pensar foi a mola propulsora da cultura americana. Que tem uma grande classe média. A grande maioria da população tem um nível digno mínimo.
Entretanto, essa filosofia tem um condicionante. Só funciona quando a pessoa tem certeza de que, cometendo um crime, há um risco iminente de perda de sua posição, através de uma punição rigorosa.    
Quando uma pessoa tem a certeza da impunidade, ou que a punição pode ser atenuada, de alguma maneira, esse raciocínio se esvai.
Na medida em que alguém comete um crime e nada lhe acontece, certamente, vai tentar cometer crimes.
O ser humano acredita que a condição mais fácil de auferir vantagens, seja de qualquer espécie, é através do crime.
Isto porque, no crime, a pessoa tem a falsa sensação de levar vantagem perante os demais. Na medida em que os demais cumprem a lei e ele não, realmente, há uma imediata vantagem individual.
E essa percepção ocorre independente do grau da educação, da formação cultural, do status social e econômico, da crença religiosa, e, ate mesmo, do nível de inteligência.
Pelo menos é o que se constata em qualquer lugar do planeta.
Aqui no Brasil, há alguns anos, ingressamos na era da impunidade, que foi a resultante de diversos posicionamentos equivocados.
Mas, como se chegou a isso?
Havia uma aversão ao rigor das ações exacerbadas durante o governo militar, que algumas vezes ultrapassavam os limites da lei.
Assim, por parte de alguns, bem intencionadas, mexeram na lei.
Para impedir a prisão de pessoas que não fossem pegas em flagrante delito, estabeleceu-se um prazo diminuto para prisão em flagrante.
Além disso, houve uma redução dos casos que tipificam a prisão preventiva, junto com um aumento das exigências a serem cumpridas para que as prisões ocorressem.
Com isso, muitos deixaram de ser presos.
Quando acontecia a prisão pela policia, muitos alcançavam a liberdade recorrendo à justiça, que privilegiando a presunção da inocência, os soltaram.
Havia uma superlotação carcerária. Os governos não construíram presídios o suficiente para atendimento dessa população.
Para resolver o problema, por parte de alguns, bem intencionadas, adotou-se a solução de reduzir a população carcerária. Assim, mexeram na lei.
Foram instituídas as progressões das penas, que visavam reduzir o tempo de permanência dos condenados nas prisões.
Com isso, muitos deixaram as prisões.
Havia um pensamento humanista, por parte de alguns, bem intencionadas, de que se o preso fosse socializado dentro das prisões, ele sairia melhor e integrado à sociedade.
Foram criadas as visitas intimas, na qual os presidiários podiam ter um relacionamento sexual dentro das cadeias.
Concomitantemente foram instituídas diversas saídas em datas comemorativas, bastando para isso que os apenados cumprissem alguns requisitos de fácil atendimento. 
Acreditava-se que o relacionamento com familiares o induziriam a ter uma convivência social mais integrada. Esqueceram, entretanto, que isso já existia lá fora e de nada adiantou para evitar que cometessem crimes e fossem presos.
Havia uma preocupação por parte de alguns, bem intencionadas, em melhorar as condições de vida dos menores.
Criou-se o estatuto da criança e dos adolescentes.
Para quem já leu, trata-se de uma peça muito boa.
Desde que aplicada na integra.
Mas, nada se fez para criar as condições de infra estrutura físicas adequadas, assim como de equipe técnica experiente, necessárias para que os adolescentes carentes pudessem mudar suas expectativas de vida.
Ao contrário, continuaram abandonados pela família, que já estavam desestruturadas, como ocorria antes. O estado, também nada fez com eficiência, deixando-os à própria sorte.
O cenário descrito não ficou despercebido pelos não bem intencionados.
O mundo do crime comemorou eufórico o alivio nas punições.
Seus agentes incrementaram suas ações, adicionando mais um componente implacável nas estruturas judiciárias e na própria policia, que já vivenciava essa experiência. A corrupção!
 As leis mais brandas, com a corrupção assolando, a impunidade atingiu seu clímax.
Assim, concluo que realmente a ideia daquele líder comunitário é boa, mas não aplicável em nosso Brasil.
Ou repensamos tudo novamente e acabamos de vez com a corrupção e com a impunidade, ou nada há para se fazer, além de continuarmos lamentando o estado de coisa que chegamos. 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Aniversario: Primeiro mês do blog

No dia 13 de junho foi a inauguração deste blog.
Hoje comemora o 1º aniversário de um mês de existência.
Confesso que fiquei feliz com o total de 2.342 visualizações no período.
Não esperava tanta receptividade.
E surpreso em saber da internacionalidade de leitores, que estão assim distribuídos:

Estados Unidos  1181
Brasil                 941
Rússia                105
Alemanha             73
Ucrânia                17
Argentina               9
Austrália                7
Reino Unido            4
Itália                     2
Canadá                  1

Agradeço a todos que me seguiram nessa jornada. 
Sinto-me honrado pelo prestigio de sua leitura. 
Abraço a todos.

Geraldo Barbosa


domingo, 13 de julho de 2014

Sobre a guerra entre judeus e palestinos

Não quero polemizar, pois não defendo, nem me posiciono de nenhum do lados. Acredito que ambos tem responsabilidade solidaria.

Mas sinto-me provocado a me manifestar sobre o sangrento massacre provocado pela interminável guerra entre judeus e palestinos, que esta acontecendo em Israel e no Oriente Médio.

Não pelo fato em si, pois pelo menos da minha parte, não tenho a mínima chance de opinar diretamente aos contendores.

Resta-me lamentar.

Mas, a todo o momento, vejo várias manifestações de pessoas, nos sites e até mesmo na mídia, cada um apresentando sua visão das mazelas decorrentes do ataque que o adversário fez. Encontram razões para um provocar o outro e para um revidar o outro.

O assunto é polemico e complicado. Envolve paixões de toda natureza.

Todos os lados se sentem injustiçados. Mas, não aceitam a intervenção de ninguém na busca da paz. E da justiça.

Não podemos nos esquecer, entretanto, que durante toda a historia da humanidade, esse local foi palco de lutas, invasões de povos e de culturas diversas.

Então, o que acontece hoje não é novidade. Sempre essa região teve lutas bárbaras, sangrentas e cruéis.

E essa sede de posse e de vingança percorre os séculos. Se mantém viva entre os que lá habitam e descendem.

Os que não moram lá se identificam em suas origens e fazem suas escolhas para que lado se posicionarem.

Não acredito que seja pela incitação à briga que se resolverá o problema. Acirrar mais o ânimo são como jogar mais gasolina ao fogo.

Temos que ter uma atitude de paz.

Ficar querendo buscar um balanço de quem mais é cruel e sanguinário não é o caminho para a paz.

Entendo que seja revoltante, para ambas as partes. Mas, insisto, a paz se encontra pela paz.

O que deveria ser feito são as partes envolvidas, buscarem o entendimento, a compreensão, a tolerância.

Em especial nos dias de hoje.

E acima de tudo, entenderem que somos todos humanos e iguais. Entenderem o maior prejudicado, sempre, é a inocente população, que não quer briga.

Infelizmente, não é essa a visão das lideranças políticas e religiosas dos que estão lá. Que é quem deveriam ter esse pensamento de paz. 

Uma experiencia bio desagradável - Ultimo capitulo

Capitulo XXX – Volta pra casa

No dia seguinte, um enfermeiro veio me ajudar a tomar o meu primeiro banho de verdade, após quarenta e cinco dias.
Como eu estava muito fraco, ele me colocou em uma cadeira de rodas e me conduziu para o banheiro.
Ele ajustou a cadeira no vaso sanitário para que fizesse as necessidades fisiológicas, sem que tivesse que me levantar.
Depois, ele colocou a cadeira dentro do box do chuveiro.
Não conseguia me lavar sozinho. Ele me ensaboou todo.
Meu cabelo parecia um ninho de passarinho, de tão ensebado que estava. Finalmente, lavei o cabelo com xampu e voltou a ser liso e limpo.
Não tinha forças para segurar a toalha e me enxugar. Ele teve que me secar.
Fiquei feliz. Nada como um banho de verdade.  Não aguentava mais aquele banho de gato que tinha na UTI.
Antes de retornar ao quarto ele parou frente ao espelho para que eu me pentear. Queria ficar elegante.
Olhei no espelho e fiquei espantado comigo. Parecia um daqueles judeus sobreviventes do holocausto. Estava pele e osso. Todos os meus músculos nos braços e pernas sumiram. Perdera quase trinta quilos.
Inicialmente, eu comia muito pouco e lentamente. Aquela comida pastosa não era saborosa. Reclamava que aquilo não dava para comer.
Alguns dias depois, comecei a comer coisas um pouco mais sólidas.
Foi-me oferecido a possibilidade de escolher um cardápio. Isso era bom, pois escolhia o que gostava. Mas, na hora de comer, não conseguia morder nada, pois não tinha força para mastigar. Não tinha força no queixo. Mastigava lentamente e com isso me saciava rápido.
Para recuperar a musculatura perdida fazia fisioterapia de manhã e à tarde todos os dias, por quase uma hora. Eram exercícios na face, nos braços e nas pernas.
Fazia com afinco, para me recuperar rapidamente. Queria sair do hospital o quanto antes.
Aos poucos comecei a caminhar, utilizando um andador. Ficava circulando pelo andar.
Fiquei ainda hospitalizado por quinze dias.
Minha mulher Cristina dormiu no mesmo quarto comigo todos os dias e pacientemente me auxiliava nas funções, fosse à hora que fosse. Que disposição!
Em um desse dias, Dr. Fernando Mauro Filho foi me visitar no apartamento. Disse que me vira na UTI e que eu não estava nada bem. Disse que eu era um vitorioso, por ter me recuperado da maneira como me recuperei. E que tive um excelente médico que me acompanhou. O Dr. Paulo Renato.
Recebi visitas de vários amigos. Foi muito bom.
A solidariedade recebida foi importante. Deu mais animo. A presença de pessoas me visitando fez com que me sentisse querido e amparado.
Finalmente, chegou o dia de sair do hospital. A minha irmã Sarah, meu cunhado Bueno e meu sobrinho Michel foram me buscar em seu carro.
Enquanto Cristina providenciava a documentação para minha saída, um enfermeiro me conduziu de cadeira de rodas até o térreo.
Ficamos aguardando na porta do hospital, Bueno posicionar o carro próximo a essa entrada, para que eu entrasse no carro.
Nem bem eu me acomodei no banco de trás do carro, com a ajuda da minha mulher, disse para meu cunhado:
- Vai embora rápido. Antes que eles mudem de idéia e me levem de novo para o hospital..
- Agora não tem problema, Gê. Você vai para casa são e salvo. – respondeu minha irmã. – Daqui ninguém mais tira você. A gente não deixa. Pode ficar tranquilo.
- Tem outra coisa, Sarah.
- O que é, meu irmão?
- Acho que de tanto que eu tomei transfusão de sangue, eu não tenho mais sangue da família... Acho que vou ser deserdado.
Rimos todos.
Estávamos alegres e eufóricos com a minha saída do hospital.
Chegando a minha casa todos me ajudaram a ir até meu quarto e fui colocado em minha cama.
Observei que minha mulher já havia providenciado uma cadeira de rodas especial para que utilizasse o vaso sanitário sem ter que sair da cadeira. Era semelhante aquela que utilizava no hospital.
Ao deitar, quis alterar a posição de dormir. Não aguentava mais ter que dormir com a barriga para cima. Estava cansado de ficar nessa posição. Queria ficar de lado ou mesmo de bruços.
Mas, como tinha um inchaço abdominal pronunciado do lado direito, em razão de uma hérnia abdominal que surgiu devido à cirurgia, sentia dificuldade em alterar a posição. Mesmo colocando travesseiros para apoiar minha barriga, o desconforto era muito grande.  
Não sentia dores e não foi prescrito qualquer medicamento. Apenas tomava um suplemento alimentar para ganhar peso.
Nos primeiro dias sentia ainda alguma confusão mental, até porque o fígado começava a se recuperar, mas não era suficiente para filtrar toda a sorte de medicamentos que recebi durante a estada no hospital.
Durante o dia não havia manifestação dessa confusão. Mas, à noite eu experimentava sensações estranhas.
Na primeira noite, ao dormir, me vi em um SPA.  
Esse SPA estava localizado no meio de uma floresta. Escutava pássaros orquestrando uma sinfonia de piados. Havia uma clareira, rodeada por muitas árvores. O piso era feito de pedras irregulares.  No centro desse espaço havia um pergolado de vigas de concreto, apoiado em quatro pilares redondos com sulcos e cabidel grego.
Sob o pergolado, eu estava deitado em uma cama especial.  Essa cama possuía sobre ela um mecanismo com cordas finas e roldanas discretas, que possibilitavam que eu ficasse suspenso e tivesse a liberdade de me movimentar livremente.
Com esse sistema era possível eu ficar em qualquer posição, pois não havia pressão em meu abdômen. Consegui dormir de lado. Dormi relaxado.
A responsável pelo SPA era a mãe do Fernandinho, que, aliás, nunca a conheci. Mas, tinha certeza que era ela.
Além da mãe do Fernandinho, havia alguns enfermeiros que cuidavam de mim, administrando alguns remédios.
Ao acordar, o quarto estava escuro, mas havia raios de luz do sol entrando pela fresta da veneziana. Estava amanhecendo. Deitado, olhei em volta e estranhei o local.
Pensei: Onde estou?
Aos poucos fui reconhecendo que estava em meu quarto.
Pensei: Aqui é meu quarto. Mas...onde está todo aquele sistema que estava quando eu dormi? Para onde foi mãe do Fernandinho? Onde estão os enfermeiros?
Por alguns momentos não consegui entender como era possível eu estar em um local e de repente estar em outro. Perguntei para minha esposa:
- Onde estão os enfermeiros?
- Que enfermeiros, Gê? Não tem enfermeiro nenhum aqui em casa. – disse ela rindo.
- Ah! Ta bom.
- Você viu enfermeiros?
- Não... Vi, sim.
Estava um pouco confuso, mas não queria demonstrar. Continuei não entendo como poderia sumir todo aquele ambiente que eu vivi durante a noite e porque todos sumiam. Aos poucos fui percebendo que tudo deveria ter sido um sonho.
- Onde você viu os enfermeiros? – perguntou Cris.
- Não sei. Acho que sonhei. Sei lá. Eu vi a mãe do Fernandinho.
- Que legal! Conta como foi esse seu sonho.
Resolvi contar para ela.
Esse mesmo sonho e sensação perduraram por vários dias.
Depois de um tempo, não mais tive qualquer tipo de sonhos ou sensações. Passou. Voltei ao normal.
Em meados de setembro retornei para conversar com Dr. Roberto, da clinica Certo. Ele me solicitou exames de colonoscopia, endoscopia, tomografia de abdômen, tomografia de tórax.
Tendo realizado os exames voltei a seu consultório com os resultados. Após ler os relatórios, deu-me alta. Afirmou que eu estava igual a qualquer pessoa. Completou dizendo que não faria nenhuma sessão de quimioterapia, pois não via resultado prático em me submeter a um tratamento que me desgastaria sem uma certeza de que isso me protegeria no futuro.
Cinco meses depois, quando retornei a seu consultório ele me solicitou novamente os mesmos exames. Como obtive os mesmos resultados, Dr. Roberto falou que agora devia dar tempo ao tempo e periodicamente avaliar minha erradicação do câncer. Pediu para retornar depois de um ano.     
Muitos amigos me questionaram se com essa experiência havia mudado de idéia e deixado de ser ateu. Não, ao contrário, essa experiência só fortaleceu minha convicção e continuo ateu. 
E a vida, também, continua...
Este livro não tem fim!



Original escrito no segundo semestre de 2009

sábado, 12 de julho de 2014

Reflexão politica 3

Toda hora vejo gente publicando alertas e noticias que falam que o PT quer implantar um governo ditatorial.
De outro lado, vejo os petistas afirmando que nunca se viveu uma democracia plena. Com eleições livres.
Sem querer entrar na teoria da conspiração que fala de votos comprados ou roubados, vamos partir do principio que os votos sejam honestos.
Olha, para mim, democracia não é apenas o ato de votar. 
Votar é simplesmente legitimar um governo. 
Muitas vezes para legitimar um governo que não é democrático em sua essência. 
Veja o caso de Cuba, China, Venezuela e Coréia do Norte.
La é democracia. Há eleições.Ainda que os candidatos sejam quase que eleitos por unanimidade. O que causa espanto.
Só que nesses países há só uma democracia de fachada.
Ninguém fala o que quer. Não há liberdade de expressão.
O que se está alertando tem fundamento.
O governo do PT tem essa mesma tendência "democrática" dos países citados.
Ou não?
São todos amiguinhos. 
Não estou falando de ter laços diplomáticos usuais. 
Eles se ajudam mutuamente. Para formar um bloco bolivariano. 
É só ver a inclusão despropositada da Venezuela no Mercosul.
Só pra completar, o tal governo militar, que chamam de ditadura militar, também era democrático.
Sim, isso mesmo.
Com exceção do Castelo Branco, todos, repito, todos os presidentes militares foram eleitos democraticamente, pela via indireta, com votos dos congressistas. E tinha o Ulisses Guimarães como candidato da oposição! Está vendo como é fácil chamar um governo de democrático, só porque tem eleição?

Uma experiencia bio desagradavel - capitulo XXIX

Capitulo XXIX – A saída definitiva da UTI

Naquela noite sonhei que estava numa praia.
Era um lugar conhecido. Achei que era o Guarujá. Mas estava diferente.
Eu dirigia um carro por uma estrada na parte alta de uma montanha, que beirava a costa do mar.
Vi uma placa indicando acesso para uma praia.
Parei o carro no acostamento e desci. Fui caminhando ate um local onde era possível ver a paisagem lá embaixo.
Observei que havia baias e enseadas, que nunca observara antes.
Resolvi caminhar por uma trilha na montanha que acessava uma dessas baias.
Entrei no mar. Fui caminhando pelo mar, que era raso, até a outra borda. A água ficava na altura do meu joelho.  
Estava um sol forte. Fazia muito calor.
Voltei para o carro. Entrei nele e percebei que estava diferente.
Tinha dificuldade em dirigir.
Segui por uma estrada e vi uma estação de embarque para uma balsa.
A balsa ligava aquele local, que era uma ilha, ao continente. Dava para ver o outro lado. Parecia um canal. A distancia era curta. O mar estava tranquilo. Entrei na balsa a pé e imediatamente estava do outro lado.
Na outra margem, quando desci, entrei num outro carro.
Segui dirigindo por algumas ruas estreitas, que me pareceram ser a cidade de Santos, na parte velha.
De repente estava na estrada Anchieta que liga São Paulo a Santos.
Subi a serra. Chegando ao planalto resolvi voltar. Fiz o retorno em uma praça de manobras. Desci a serra novamente. Tinha muita curva.
Chegando a Santos, resolvi fazer a travessia até Guarujá, por barco. A distancia parecia maior.
Entrei em um barco de popa. O mar estava muito agitado. As ondas estavam muito altas e quando quebravam no barco e espalhavam espuma pelo ar.
Fiquei com medo que o barco afundasse e eu morresse afogado.
Chegando ao porto do Guarujá, subi pelo píer. Era uma passarela de madeira.
Vi um veleiro ancorado próximo ao porto. Resolvi ir ate ele. Voando.
Dei um salto, abri os braços, como se fosse uma asa, estiquei as pernas para trás e comecei a voar.
Essa técnica de voar eu já tenho há muito tempo. Às vezes preciso subir em uma escada e saltar. Desta vez não foi preciso. Havia um pouco de vento e isso me ajudou.
Voei até o veleiro. Circulei em torno do veleiro, mas um marinheiro disse que não poderia entrar.
Como precisava me impulsionar, novamente, para o voo, utilizei o vento que vinha em minha direção para planar. Fui levado até uma praia e pousei em pé, na areia.
Comecei a caminhar. Procurava por minha mulher, mas não a encontrava.
A praia estava com muita gente.
Entrei no mar, que estava agitado e com correnteza. A correnteza me levou para distante de onde estava.
Sai do mar e na areia caminhei até um prédio na orla. Entrei.
La dentro havia uma agitação de pessoas andando de um lado para o outro, havia garçons carregando comida. Escutava muito barulho de pratos batendo um contra o outro.
Acordei.
Vi que alguns enfermeiros estavam iniciando a higienização. Outros serviam comida para alguns pacientes.
- E o meu café da manhã? - perguntei a uma enfermeira que estava próxima de mim.
- Não tem café da manhã para o senhor.
- Como não?
- O senhor não pode.
- Posso sim. A médica me liberou ontem à noite.
- Não estou sabendo. O senhor tem certeza?
- Sim. Claro que tenho.
- Eu não estou sabendo.
Fiquei aborrecido com o fato de não me incluírem entre os pacientes que receberiam refeição.
- Não é possível! Faz o seguinte. Por favor. Você poderia chamar a enfermeira chefe? Ela deve saber. Por favor, chame ela. – disse 
Ela aquiesceu e saiu em direção a sala da enfermeira chefe. Depois de um tempo voltou acompanhada pela enfermeira chefe de plantão.
- Então, senhor José, tudo bem com o senhor?
- Sim.
-  Ela me contou - disse apontando para a enfermeira -  que o senhor disse que já está liberado para comer. 
- Sim, é verdade.
- Que bom, não é? Deixa eu dar uma olhada em  seu prontuário.
Ela pegou uma prancheta que ficava na cabeceira da cama e olhou.
- Olha, senhor José, o senhor está liberado, sim. Mas, para comida pastosa.
- Pastosa. Liquida. Para mim o que vier está ótimo. Comida é tudo a mesma coisa,
- Não, não é. O senhor está liberado apenas para comida pastosa.
- E suco? Posso beber? Quero um suco de laranja.
- Não. O senhor não pode beber suco. Se o senhor beber liquido pode engasgar.
- Eu engulo saliva e não engasgo. Quer ver?
E engoli a saliva.
- Eu sei, mas é diferente. Vou ver o que encontro para o senhor. A cozinha não mandou nada.
- Estou morrendo de fome.
- Calma. Eu vou ver e já volto.
- Enquanto isso, posso beber água?
- Pode. Mas, só um copo. Devagar para não engasgar.
A enfermeira chefe virou-se para a auxiliar de enfermagem e disse:
- Por favor, pegue um copo de água para o senhor José.
A enfermeira chefe saiu. Depois de algum tempo voltou trazendo um mingau. Colocou com em uma bandeja de cama e pôs sobre minhas pernas. Experimentei. Achei o gosto horrível.
- E ai, senhor José, está bom?
- Não! Não gostei. – disse fazendo careta de repugnância.
- Tome. Está gostoso.
- Não! Não quero.
- Senhor José, o senhor só pode tomar mingau, que é pastoso. Tome. Está gostoso.
- Deixa eu dizer uma coisa para você.  – disse irritado. - Eu não estou mais em idade de tomar mingau. Isso eu tomava quando era bebe. Eu não vou tomar essa porcaria. Pode tirar daqui. Está horrível.
- Senhor José, o senhor não pode comer qualquer coisa. O senhor está em recuperação.
- Eu quero uma fruta. Não posso comer uma fruta? Uma banana..uma banana amassada. É pastosa. Uma maçã raspada. Mamão papaia batido. Sei lá. É pastoso. Qualquer coisa. Mingau... eu não tomo. Está muito ruim.
- Está bem, senhor José, vou ver se acho uma fruta para o senhor.
Ela novamente saiu e algum tempo depois voltou trazendo duas porções de mamão papaia cortado em pedaços pequenos, embaladas em uma caixinha de plástico para viagem.
- Senhor José. – disse ela. - Coma bem devagar. Mastigue muito bem antes de engolir. Engula um pouquinho de cada vez. Sem pressa.
- Está bem.
Peguei uma colher e comecei a comer o mamão. Como estava maduro, derretia na minha boca. Comi tudo com muito prazer.
Pensei: Que delicia!
- Quero mais. – pedi.
- Olha, senhor José, acabou. Na hora do almoço o senhor come mais.
- Eu acho que estou com hipoglicemia. Estou um pouco tonto. Preciso comer mais.
- Senhor José – disse a Dr.a Kátia intervindo – se o senhor estiver com hipoglicemia eu vou ter que mandar aplicar uma injeção de glicose no senhor.
- Não! Não precisa. Um pouco mais de mamão basta. Só mais uma porção.
- Enfermeira, faça o destro agora, no senhor José, por favor.
- Destro? O que é isso. – perguntei.
- É teste de glicemia. – respondeu ela.
- Então faz o canhoto. – brinquei dando a mão esquerda para que ela colhesse sangue de meu dedo.
A enfermeira fez o teste e mostrou o resultado para a Dra. Kátia. Eu estava com o nível de glicose em oitenta e quatro.
- Olha, senhor José, o senhor não está com hipoglicemia, não. Está é com manha. 
Aquele final de semana passou tranquilo.
Na segunda feira estava ansioso para sair. 
Aguardava a chegada da Dra. Kátia para me liberar. 
Um pouco antes disso, apareceu uma enfermeira toda sorridente, um tanto espantada, disse para mim:
- O senhor por aqui?  
- Sim.
- Como eu estou contente em ver o senhor tão bem. O senhor não vai acreditar, mas é verdade. Quando sai de férias, há quinze dias atrás, o senhor estava tão mal. Tão mal. Eu achei que o senhor não sobreviveria. Verdade. O senhor estava mal mesmo Que bom em ver o senhor tão bem. Puxa vida, que alegria. Estou tão feliz!
Ela, realmente, demonstrava estar feliz por me ver.
Pensei: De que essa doida está falando?  Nunca fiquei mal.  Mal, assim a ponto de quase morrer. Estava só me recuperando. Ela é doida. Ou deve estar me confundindo com outra pessoa. Sei lá.
O fato é que ninguém havia me contado, até então, que eu passara pelo que eu passei. Eu não sabia de nada. Para mim, eu estava internado na UTI sem entender exatamente o por que. Ora achava que era em razão da demora da minha convalescência. Ora achava que era porque a Dra. Kátia ganhava uma porcentagem do custo da minha permanência na UTI. Estava confuso sobre as razões. Mas, nunca achei que estivesse mal. 
Finalmente, a Dra. Kátia chegou.
Imediatamente perguntei sobre a minha saída. Ela respondeu que ainda não era a hora, pois ela queria ter certeza de que não havia mais problemas em meu pulmão.
Disse que solicitara um ultrasom do meu pulmão e que somente após o resultado ela decidiria.
Passou o dia inteiro, mas nada de aparecer o ultrasom.
Chegou a noite.
Dra. Kátia estava saindo para ir embora, quando perguntei:
- Doutora Kátia. Oi doutora Kátia.
Ela parou sua caminhada, virou-se para mim e disse:
- Sim, o que é?
- Então, doutora Kátia... eu não ia embora hoje?
- Hoje não.
- Como assim?
- Eu já falei para o senhor que enquanto eu não tiver o resultado do seu ultrasom, o senhor não sai. O senhor vai ter que esperar mais um pouquinho... Tenha paciência, senhor José. O senhor já esperou tanto.
- Quero sair logo.
- Eu sei. Todo mundo quer. Tenha calma. 
- Mas, por que a demora?
- Eu não sei. Não sei o que aconteceu para que eles não tenham vindo até agora.
- Mas, eles não tinham que vir?Então?
- O senhor viu quantas vezes eu pedi para eles virem. Devem estar cheios de serviço. Aguarde até amanhã. Tenha calma. Boa noite.
Ela virou-se e foi-se embora.
Fiquei transtornado. Contava com a saída da UTI naquele dia. 
Chamei a enfermeira várias vezes durante a noite para cobrar a vinda da equipe que realizaria o exame do ultrasom no meu pulmão. A resposta era sempre: daqui a pouco eles vem. 
Finalmente, às três horas da manhã, apareceu uma médica com o aparelho. 
Estava cochilando. Com a movimentação acordei. 
Ela perguntou se queria fazer o exame naquele momento. Respondi que sim. Que a aguardava ansioso há muito tempo.
Ela, então realizou os exames. 
Ao final perguntei:
- E então? Está tudo bem?
- Sim, tem um pouco de água no pulmão, mas nada grave. Dá para o senhor sair.
- Que bom! Por favor, passe o relatório assim que a senhora puder, pois estou dependendo disso para sair da UTI.
- Pode deixar. Eu tenho alguns exames ainda hoje para fazer, mas logo cedo o relatório estará aqui para seu médico avaliar.
- Muito obrigado, doutora.
Após ela sair, pedi para um auxiliar de enfermagem chamar a enfermeira chefe, pois precisa falar com ela urgentemente.
Pensei: Eu tenho que tomar uma atitude. Preciso acabar com essa embromação.
A enfermeira nem bem chegou e fui falando com voz baixa, pois não tinha forças para falar com a voz alta e firme, como gostaria.:
- Deixa eu falar uma coisa para você...  
- Primeiro boa noite, senhor José. – disse ela, interrompendo minha fala , com educação. - O senhor quer falar comigo?
- Quero sim. Ah! Boa noite para você também.
- Pode falar. O que é que aconteceu?
– Não aconteceu nada. Ou melhor, aconteceu, sim. É o seguinte. Eu estou aqui na UTI há muitos dias... Você sabe disso.
- É verdade.
- Então, não vejo a hora de sair daqui.
- Todo mundo que esta aqui quer sair. – disse ela sorrindo.
- Eu sei. Eu sei. Mas, comigo é diferente. A doutora Kátia me prometeu na semana passada que eu sairia daqui ontem. Ela prometeu. E eu não sai... Entendeu?
Ela respondeu com um movimento de cabeça, concordando.
- Isso me deixou frustrado. Confesso. Eu não sei lidar com frustração. Eu me conheço bem... Ela disse que aguardava um exame que acabei de fazer. A médica fez o exame em mim agora há pouco. Ela disse que está tudo certo. Não tem mais desculpas. Quero sair daqui amanhã. Não importa a hora que for. Quero sair daqui amanhã. 
- Não é bem assim, senhor José.
- É sim. Eu me conheço. Já disse. Eu não sei lidar com frustração. Você me acompanha desde o inicio. Viu o que eu passei. Estou bem agora.
- O senhor está bem.
- Eu sei. Você sabe disso. Acontece que se eu não sair amanhã eu vou piorar... Eu me conheço.
- Não é assim, senhor José.
- É sim.
- Senhor José as coisas seguem um protocolo. Se o senhor puder, o senhor sai. Se não, o senhor vai ter que aguardar mais uns dias. O senhor precisa ficar totalmente bom para ir embora.
- Eu estou bem. Você é que não está entendo. Presta atenção. Eu estou afirmando para você que se eu não sair daqui amanhã, eu vou piorar. Eu preciso sair. Toda essa minha recuperação foi em função da meta que eu tinha de eu sair daqui ontem. A doutora Kátia me prometeu uma data. A data era ontem. Ela não cumpriu.
- Não foi culpa dela... O senhor viu o quanto demorou para vir o ultrasom.
- Olha, eu não quero saber de culpa. Não estou falando de culpa. Não quero buscar culpado. A questão é a seguinte. Ou eu saio daqui amanhã ou entro em depressão...Não depende de mim. Fala isso para ela. Eu me conheço. Você está falando com uma pessoa que sabe das coisas, que se conhece. Fala para a doutora Kátia que eu tenho que sair daqui amanhã, de qualquer jeito. Ela prometeu. Ela que cumpra. Eu fiz a lição de casa certinha, como ela mandou. Agora quero sair.
A enfermeira disse que falaria no dia seguinte com a Dra. Kátia.
Percebi que ela ficou impressionada com o meu argumento. 
No dia seguinte, às oito da manhã, eu estava acordado, aguardando a chegada da Dra. Kátia.
Vi quando ela entrou na sala da UTI. Ela nem me olhou, foi direto para seu lugar. Deu uma lida em alguns papéis. Em seguida disse para os enfermeiros que a rodeavam:
- Quero que o senhor José saia da UTI hoje. Liga para a menina da reserva de quartos. Peça para arrumar um quarto para o senhor José. Ele sai daqui hoje.
Pensei: Não acredito. Finalmente vou sair daqui. Acho que valeu aquela apertada que dei na enfermeira, durante a madrugada.
Enquanto a Dra. Kátia lia o relatório do exame de ultrasom e outros de sangue, que foram colhidos também na madrugada, começou a movimentação para a minha saída, que acabou só acontecendo no final da tarde.
 Um pouco antes de sair, chamei a Dra. Kátia, entreguei-lhe uma caixa de chocolate fechada. Dei-lhe um beijo na mão e disse:
- Muito obrigado. Desculpa qualquer coisa que tenha feito errado.
- Não tem nada errado, senhor José.
 - Agradeço muito à senhora. Minha vida foi salva graças a seu esforço e dedicação comigo, aqui na UTI. Muito obrigado, mesmo.
- Não tem nada que agradecer. É nossa obrigação. Se tiver que agradecer, agradeça o trabalho de toda a nossa equipe.
- A equipe que a senhora lidera. A senhora é a chefe daqui. Fico muito grato a todos, mesmo. Agradeço a todos, através da senhora. Muitíssimo obrigado. Vocês foram maravilhosos, muito pacientes comigo.
- Agradeça seu médico, doutor Paulo. Ele lutou muito por você, viu. De vez em quando a gente tinha até umas briguinhas aqui, por sua causa. Ele defendeu muito você aqui.
- Eu sei disso. Não tenho nem palavras para agradecer o doutor Paulo. É um amigão. Nunca mais vou esquece-lo.
Ao chegar ao quarto estava radiante. A minha saída da UTI foi uma vitória.
Dormi aquela noite, satisfeito. 

                                      continua no próximo capitulo
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