O sapiens que não sabe nada

Enquanto a humanidade ocidental estava submetida ao freio da igreja católica, poucos tinham direito a expressar seu pensamento.
Foi assim ao longo da Idade Media.
A partir da Renascença a contestação aos dogmas religiosos permitiu o retorno aos conhecimentos da Antiguidade e uma crescente evolução tecnológica.
Junto com essa abertura iniciou-se um processo de liberdade de expressão.
No inicio estava restrito aqueles que tinham acesso ao conhecimento e aos poucos que se atreviam a buscar um pouco de conhecimento.
Entre essa restrita elite de privilegiados havia alguns que enxergaram a possibilidade de que o resto da humanidade poderia crescer intelectualmente por osmose.
Bastava um catalisador simples.
A liberdade!
Foi assim que o escravismo foi extinto.
Foi assim que os direitos dos trabalhadores foram estabelecidos.
Foi assim que o direito da mulher votar foi delegado.
Foi assim que o direito ao voto universal foi determinado.
Todos, analfabetos ou não, podiam votar.
Ate menores, com pelo 16 anos, passaram a poder votar.
Todos os que vivem em países democráticos podiam se expressar.
Entretanto, a população cresceu intelectualmente?
Não!
Apesar do desenvolvimento tecnológico nos permitir acesso a informação quase que instantaneamente a tudo que acontece pelo mundo.
Muitos hoje se expressam como se fossem catedráticos no assunto.
Usando o melhor da tecnologia, através de redes sociais, espalhou-se “o sapiens que não sabe nada”.
Fazem afirmações contundentes.
Sobre ciência, política, cultura, entre outros vários temas.
Falam sobre vários assuntos no dia a dia.
Todos, indistintamente, argumentam veementemente.
Mas, sem o menor embasamento.
São castelos de areia na beira da praia.
Qualquer onda destrói.
Errar o ponto de vista, a opinião, é humano.
Podemos ver com distorções determinados assuntos.
Eu mesmo sou acometido por erros.
Mas, tenho a dignidade de reconhecer o erro e corrigi-lo.
O problema esta nos que se recusam a enxergar a realidade.
Insistem que estão certos, apesar das evidencias mostrar o contrario.
Faltou o dever de estudar!
Algumas vezes, mesmo com conhecimento universitário, falta a alguns o raciocínio.
Não falo de brilhantismo.
Apenas de raciociocinio básico.
Igualmente ao Google que tudo sabe, mas cujo conhecimento é apenas conhecimento, esses falsos intelectuais podem ate ter conhecimento.
Mas não conseguem estabelecer um filtro das informações para separar o que é verdadeiro do falso.
Por outro lado, a deficiência de inteligência os faz concluir diferentemente do que seria razoável concluir.
E por ultimo, olhando o próprio umbigo, sentem-se atingidos por uma mudança que seria boa a todos.