terça-feira, 25 de abril de 2017

A corrupção no Brasil

Ficamos todos indignados, perplexos e reflexivos sobre o tamanho da roubalheira feita pelos partidos políticos capitaneados pelo chefe Lulla.
Claro que todos partícipes tinham seus esquemas tradicionalmente operantes, que lhes permitia roubar dentro do padrão aceitável pelo uso e costumes da sociedade brasileira, que é tolerante a isso.
Por outro lado, sempre houve uma, digamos assim, certa complacência entre os políticos e os agentes públicos responsáveis pela sua área de atuação.
O agente publico vendo a roubalheira ou entra, se for convidado, ou espia quieto.
Ele sabe que se abrir a boca perde o emprego ou no mínimo é afastado ou deslocado para um local desprezível.
Ou seja, o preço dele na conivência quieta é o emprego.
Cobra pouco pelo tanto que é roubado.
Mas, sabe que nunca será pego!
É a velha lei de mercado.
Quanto maior o risco, maior o lucro.
Quanto menor o risco menos chance de ser pego.
Para impedir o roubo individual, foi criada toda uma estrutura de pesos e contrapesos formada por Leis e regulamentos que exigem uma vasta lista de ações nos negócios públicos.
O pensamento era de que quando um só rouba, é pego.
Acreditando que esse sistema impedia o roubo individualizado essa estrutura se acomodou.
Ou seja, foi estabelecida a confiança no sistema.
Essa confiança determinou que todos são honestos, ate prova em contrario.
Quando o pensamento deveria ser o oposto.
Há uma premissa que faltou a esses estruturadores:
Nunca subestime a capacidade do outro.
Principalmente a capacidade de criar mecanismos para roubar!
O fato é que essa estrutura habilmente arquitetada não se atentou pelo roubo em quadrilha.
Até porque é impossível evitar isso.
Quando parte de uma sociedade é corrupta, não há leis que impeçam que esta banda podre aja com sucesso.
O problema se agrava quando são pegos e ficam impunes.
Mas, a pergunta que não quer calar é como todo esse sistema de controle não detectou o volume de dinheiro sendo desviado.
Não detectou porque essa estrutura é compartimentada.
Não permite uma visão sistêmica.
Cada parte é como um feudo.
O responsável por determinado feudo nunca se preocupa com o que acontece no outro feudo.
É a lei do eu cuido do meu e você cuida do seu.
Não há o pensamento de que o todo só é saudável se as partes forem saudáveis.
Não há pensamento sistêmico.
Essa falta de comunicação entre os feudos permitiu a dimensão que tomou a roubalheira.
Apesar de que cada feudo tenha todo um arsenal de combate ao roubo, na pratica, o feudo so se atenta ao formalismo.
Estando o roubo formalmente legal, o roubo é aceito.
Mas, como isso é possível?
É possível porque os responsáveis não pensam.
Não se interessam em fazer contas comparativas para entender porque algo custou mais caro que outro algo semelhante.
Em situações únicas, então, nem se atrevem a faze-lo.
Dá trabalho.
E a lei do mínimo esforço sempre fala mais alto.
Os responsáveis não se interessam em conhecer com detalhes e com senso critico o que esta sendo feito.
Enquanto isso, alguns dos seus subordinados vão comendo pelas bordas as migalhas da roubalheira que suas bocas podem alcançar.
É fato que quando alguém se interessa, toma um cala boca e se submete ao dito no enunciado no inicio desta reflexão.
A corrupção é estrutural.
Finalmente, arrisco a dizer que essa roubalheira toda so aconteceu nessa dimensão, pela audácia da liderança da quadrilha.
Como essa liderança é irresponsável, não conseguiu enxergar a verdadeira extensão do roubo.
Pela "má gestão" da roubalheira foram pegos.
Mataram a galinha dos ovos de ouro!

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