Quem
poderia imaginar há seis meses atrás que Bolsonaro chegaria ao fim do primeiro
turno nas eleições com quase metade dos votos validos, a ponto de quase ganhar
no primeiro turno?
Pouca
gente.
Só
não ganhou no primeiro turno porque o adversário político utilizou todos os
recursos para conquistar seus votos, usando ate a mentira.
Por
longo tempo confundiram os eleitores de que Haddad era Lula.
Essa
candidatura foi ate apelidada de triplex, pois havia 2 vices!
Mas,
a questão é entender como Bolsonaro chegou la.
Assim
como ele, Amoedo, do partido NOVO, começou a campanha eleitoral com poucos
recursos oficiais, já que a distribuição de verbas privilegiou os grandes
partidos, inclusive o PT.
Então
como explicar que Amoedo que tinha uma proposta de governo bem elaborada,
consistente, não conseguiu conquistar o eleitorado?
É
certo que ambos souberam explorar as redes sociais com eficiência.
Mas,
Amoedo não foi avante com a mesma força que a candidatura Bolsonaro deslanchou.
Eu
particularmente fiz campanha para Amoedo.
Mas,
ao perceber o tsunami que a candidatura Bolsonaro vinha causando, alem da sensação de que Amoedo não
se viabilizaria, mudei para Bolsonaro.
Ressalto
que não foi pelo programa de governo de Bolsonaro, que comparativamente com o
de Amoedo não existe.
Não
foi deserção.
Agi
assim exclusivamente para evitar o retorno do PT, como já expliquei
anteriormente em outras publicações.
Reconheço
que na democracia o que vale são os votos dos eleitores.
E
estando Bolsonaro em condições de vencer o PT, não me restou alternativa.
Assim
como sei que a grande massa votante tem, cada um individualmente, seus próprios
objetivos na hora da decisão de seu voto.
Para
o eleitor médio, não importa se o futuro presidente vai arrumar as contas do
governo, se ele vai criar condições para o desenvolvimento e consequentemente
gerar mais renda para o trabalhador.
Isso
é futuro.
Amoedo
prendeu-se demais na eficiência de um bom governo a médio e longo prazo.
Daí
que seu discurso não sensibilizou o eleitor médio.
O
eleitor é mais imediatista.
Quer
o resultado hoje.
Amanhã
é muito tarde!
O
eleitor quer saber de emprego e renda hoje.
O
PT sabia disso.
Daí
que explorou a lembrança do bom desempenho da economia no governo Lula, quando muita
gente melhorou suas condições de vida.
E
prometia que se Lula voltasse à presidência, no dia seguinte o mundo
maravilhoso do governo Lula retornaria num passe de mágica.
Se
você questionasse a eles como essa condição aconteceu no passado, quase ninguém
sabia que o mundo vivia outra condição econômica.
E
que hoje é bem diferente e piorada.
Acreditam
ate hoje que isso aconteceu graças a capacidade divina de governar de Lula.
Daí
que Haddad, por estar intimamente associada a Lula, também conseguiu sensibilizar
grande parte do eleitorado e teve expressiva votação.
Mas,
e quanto a Bolsonaro?
Ele
não tem essa mesma boa recordação do povo de um governo de fartura econômica,
ate porque nunca governou antes.
O
fenômeno Bolsonaro se explica porque ele soube falar aquilo que realmente
muitos que votaram nele queriam ouvir.
Parte
desse eleitorado identificou em Lula a culpa pelo péssimo desempenho do governo
PTista de Dilma e que os atingiu em seus negócios ou mesmo em seus empregos.
E
escolheram Bolsonaro na expectativa de que com um bom ministro da economia
conseguiria acertar esses desarranjos.
Mas,
vai além.
Há
no mundo um movimento pendular que ora vai para a esquerda, ora vai para a
direita.
Nesse
exato momento, no mundo, esse pêndulo vai ao sentido da direita.
No
Brasil esse refluxo se explica pelas mudanças sociais impostas pelo modelo progressista
que, em alguns casos, se mostraram hostis.
Quando
na verdade são aplicadas em determinados países desenvolvidos promovendo excelente
melhora nas condições de vida de sua população.
Tivemos
avanços muito bons.
Houve
a valorização da diversidade sexual.
Houve
a valorização da mulher na sociedade.
Houve
a inclusão de negros que ainda viviam o rescaldo da escravidão.
Houve
uma preocupação em reduzir a miséria.
Mas,
aqui, outros avanços caminharam por caminhos tortuosos.
Talvez
porque não estávamos preparados para atingir este nível.
Por
exemplo, os direitos humanos, que é importante para todos nós, aqui se mostrou
equivocado.
Focou
sua defesa aos réus.
E
não às vitimas.
A
ponto de acontecer inversão de valores morais e éticos.
Que
são importantes em qualquer sociedade desenvolvida.
Assistimos
professores apanhando de alunos.
Sem
que pudessem reagir aos agressores.
Porque
a estes era dado o beneplácito de agredir.
Mas
às vitimas, nem pretender o direito a uma reparação ao crime a que foram
submetidos era possível.
Simplesmente
porque os agressores passavam de réus a vitimas.
E
a verdadeira vitima era desconsiderada.
Como
é possível que um grupo de invasores entre e destrói sua propriedade rural sem
que nada acontecesse a eles?
Se
você reagisse em defesa do seu patrimônio você passaria a ser o réu na
historia.
Essa
mesma situação permeou toda a sociedade em diversas situações da vida.
Para
completar, aos bandidos a legislação permitiu diversos privilégios, como por
exemplo, a redução da pena para quase 1/6.
Além
de poderem sair da prisão em festas comemorativas.
Isso
funciona bem numa sociedade desenvolvida onde a educação e cultura estão em estágios
mais avançados.
Aqui
só serviu para que os bandidos concluíssem que o crime compensasse.
Enquanto
para a sociedade trouxe insegurança e sensação de impunidade.
O
combate a essas extravagâncias Bolsonaro já vinha atuando no Congresso.
Com
o discurso da retomada aos valores anteriores, dito conservadores, de certa
forma, fez com que Bolsonaro ”saísse na frente” perante os demais candidatos.
Por
outro lado, a corrupção desenfreada acabou com o restava de confiança nas instituições
democráticas.
Bolsonaro
também explorou bem essa revolta dos cidadãos indignados com tanta roubalheira.
Por
representar um candidato ficha limpa, Bolsonaro galvanizou sua eleição.
Evidentemente
que um futuro governo Bolsonaro não ira mudar os bons avanços consolidados.
Mas,
certamente, esperamos que repare os caminhos tortos que a sociedade tomou ao
longo dos últimos anos.
A
conferir.
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