Quando
afirmamos que um determinado país vive um ambiente de democracia, entendemos
que esse determinado país tem um regime político em que a soberania é exercida
pelo povo.
De fato,
havendo eleições pode parecer que o país é democrático.
Mas, pode
não ser.
Há exemplos
de democracias como na Venezuela, Coreia do Norte e Cuba, entre outros, na qual
há eleições diretas “livres” e poderiamos afirmar, então, que são regimes democráticos,
como bem os PTistsa gostam de afirmar.
Mas, de
fato, não são democracias.
Essa falsa
democracia acontece porque as regras das eleições foram de tal forma
estruturada que é possível que o regime político dominante mantenha os donos do
poder eternamente.
A
justificativa que esses governantes apresentam é que somente dessa maneira é possível
criar-se a tal da governabilidade que permite que o regime dominante imponha
seu projeto de nação, sem contestação.
Entretanto,
isso não é democracia.
Isso é
hegemonia.
Democracia,
para valer, tem como principio a diversidade de opiniões e o consenso como
solução para os diversos vieses ideológicos.
Chegamos a acreditar
que tudo na política de “políticos honrados” é resolvido dentro de um ambiente harmônico,
justo e ético.
Não há inimigos,
mas visões, até algumas vezes antagônicas.
Que
deveriam ter como norte a construção e o desenvolvimento da nação.
Entretanto,
em nossa cultura, na política, não há esses políticos honrados.
Expressiva
parte de nosso políticos não tem ideias e projetos.
O importante,
para eles, é chegar ao poder e la chegando manter-se no poder.
É por isso
que a tal da governabilidade torna-se difícil de estabelecer, sem que outros
interesses, divergentes do norte para a nação, prevaleçam.
A
democracia brasileira sempre buscou uma saída para exercer a tal da
governabilidade dentro da chamada “democracia”.
Durante os
anos dos governos militares da nossa ditadura militar, os deputados e senadores
sempre foram eleitos.
O Congresso
sempre atuou com liberdade, ainda que seus integrantes soubessem ate onde era possível
avançar sem ofender o governo vigente, para não serem cassados.
Para estabelecer
a tal da governabilidade foram criados dois partidos: a ARENA, governista, e o
MDB, no papel de oposição.
A coisa ia
bem ate que nas eleições de 1974 e 1976, o Movimento Democrático Brasileiro
(MDB) obteve grande crescimento, o que alarmou os militares da linha dura.
Para
contornar a perda da hegemonia foi editado o Pacote de Abril, que estabeleceu o
adiamento das eleições indiretas para governadores para 1982, aumentou o
colégio eleitoral dos estados menores (onde a ARENA era predominante),
estabeleceu a campanha surda-muda (poderia ser apresentada apenas uma foto ¾ e
um resumo do currículo do candidato) e determinou que 1/3 dos senadores seriam
indicados pelo Presidente da República e eleitos pelo voto indireto.
Esses
senadores ficaram conhecidos como “senadores biônicos”, por figurarem como
“agentes do governo”, garantindo a hegemonia dos militares através do quórum
majoritário.
Na verdade,
essa figura do senador biônico existe ate hoje.
Há
senadores que não foram eleitos pelo voto popular.
Isso porque
a Constituição de 1988 (artigo 46, § 3º) define que cada senador será eleito
com dois suplentes em sua chapa.
Entretanto,
esses suplentes são desconhecidos pelos eleitores e, em caso de ausência do
representante eleito, assumirão seu lugar sem terem sido escolhidos diretamente
pela população.
Portanto,
poderiam também ser chamados de senadores biônicos.
Mais tarde,
com o retorno do poder aos civis, a tal da governabilidade apresentou-se novamente
como um problema.
Assim, para
manter a tal governabilidade, já que o sistema de dois partidos foi extinto,
com a criação de novos partidos, a tal governabilidade foi obtida fatiando o
poder entre as forças políticas dominantes.
Começou o
loteamento do estado.
A oposição
que antes cabia ao MDB passou a ter outro protagonista.
O PT.
Com o
crescimento do PT, que se opunha ao governo vigente, chegou a vez dele chegar
ao poder, democraticamente.
E, mais uma
vez, a tal da governabilidade apresentou-se como problema.
O que fez o
PT?
Decidiu
abrir os cofres públicos para serem saqueados pelos integrantes do governo que
os apoiava.
Nunca se
roubou tanto de uma nação.
Quebraram o
país.
Apesar da
queda de Dilma, que já não mais representava o poder do PT em sua essência, os
mesmos integrantes dos governos PTistas, travestiram-se de “anti esquerdistas”
e sob o comando de Temer assumiram o poder.
Entretanto,
o modelo PTista de governar era o mesmo.
Mas estava
sob nova direção.
A ponto
desses mesmos políticos, sob o manto de uma reforma política para melhorar o país,
imporem na ultima eleição democrática um regramento que possibilitou a recondução
ao Congresso de grande parte dos políticos que sempre circundaram o poder.
O sucesso só
não foi pleno, pois havia no eleitorado um descontentamento com a classe política
diante da descoberta de tanta corrupção.
É verdade
que entrou gente nova no Congresso e alguns caciques não se reelegeram.
Mas, essa
gente nova, são minorias.
O Congresso
não foi renovado para atender a expectativa que os eleitores tinham para o
futuro Congresso que será empossado em fevereiro.
Com isso, o
fantasma da tal governabilidade espreita o presidente eleito Bolsonaro.
Com ele
resolvera esse nosso eterno problema de governabilidade?
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