domingo, 24 de outubro de 2021

Fura teto

 


A volatilidade no cambio e na Bolsa de Valores experimentada nessa semana por conta do anuncio do "fura teto" no orçamento federal só cria noticias negativas desnecessárias.
Era sabido que o presidente Bolsonaro estava em busca de ações populistas visando sua reeleição.
E encontrou respaldo nos congressistas.
Não que a justificativa em si de ajudar os mais desassistidos não seja um ato correto.
É necessário sim e deve ser feito.
Mas, com responsabilidade fiscal.
Entretanto, esperar que ajam com responsabilidade é pueril, para dizer o mínimo.
Parece que vivemos num constante clima apreensivo de que tanto o presidente como os congressistas vão se redimir de seus projetos mesquinhos de se perpetuar no poder e nos frustamos novamente.
Os candidatos às eleições sempre tiveram essa característica de jogar migalhas  aos mais pobres, que representam expressiva maioria eleitoral, a troco
de se eleger e se reeleger. 
A vida seguira normalmente como sempre aconteceu no passado.
Não haverá impeachment do presidente Bolsonaro.
Ate porque os congressistas que la estão o querem ate o final do mandato para que sejam atendidas suas necessidades pessoais.
O fato é que estamos nesse barco e não adianta entorna-lo mais que a tempestade já o faz.
Temos é que nos acalmar e esperar a nova eleição em 22.
Pagaremos mais uma vez o preço pelas escolhas erradas que foram feitas democraticamente, tanto do presidente como da maioria dos congressistas.
Querendo ou não a minoria frusta-se a cada governo eleito, pois de sua utopia acredita que um dia elegeremos políticos minimamente decentes.
Os poucos congressistas que chegaram ao poder, eleitos por essa minoria, acabam não encontrando espaço politico para anular os atos da maioria eleita e reeleita ha anos, que não tem capacidade nem vontade de construir uma nação promissora.
O fato é que a sociedade que os elegeu é a mesma sociedade de onde eles vieram.
Trata-se de uma sociedade que corrompeu seus valores ao longo dos últimos 40 anos.
Pior, diante da desinformação reinante, das mentiras tornadas verdades absolutas por quem as divulga e que encontra ouvidos ávidos a acolhe-la, acho difícil que consigamos, um dia, eleger numero suficiente de congressistas que mudem esse rumo e encontrar um candidato a presidente que tenha liderança para uma mudança.
Querer esperar uma coisa boa de uma coisa ruim não é crível.
Diante disso estamos fadados a permanecer nesse lodo para o resto de nossas vidas?
Também acho que não.
Para mudarmos isso temos que começar por nós mesmos.
Se cada um de nós restabelecermos a ética e a moral, não essa falsa moral que vigora, mas a dignidade, a humanidade, a boa vontade para com o próximo, é possível que atinjamos uma reação em cadeia que mitigue a parte corrupta da sociedade e a torne em sua maioria mais próxima da evolução que abandonamos la atras.  
Se nada fizermos continuaremos errando e merecemos pagar as contas futuras, que se apresentarão, de um pais desgraçado.

5 comentários:

  1. Minha percepção sempre foi essa. Apenas 30% dos políticos q estão lá estão pelo voto,ou seja,as coisas se dão como eles querem. Felizmente os movimentos sociais bem como os ambientais estão despertando a consciência dos jovens. Isso aliado à tecnologia já está provocando uma indignação e um interesse por mudança. Pode ser q eu seja uma sonhadora incorrigível mas estes políticos q se cuidem,o gigante já acordou e logo menos começa a se mexer !! Quem viver verá

    ResponderExcluir
  2. Também tenho expectativa que acordemos mesmo.

    ResponderExcluir
  3. Sim, os políticos saem da sociedade!

    ResponderExcluir
  4. Eu não vejo saída em curto prazo. As próximas gerações que se incumbam de mudar esta sociedade contaminada.
    Que se livrem de ativismos inúteis e apontem ofoco na evolução de verdade.

    Nossa geração experimentou muitos regimes: militar ditatorial, democracia coronelista, social democracia tupinambá, socialismo tupiniquim populista e agora esse nacionalismo populista seilaoquê.
    Este Capitão de Brancaleone é degradação extrema do poder na República. Todos os políticos trabalham para desviar dinheiro público para benefício próprio.

    O desastrado Capitão Brancaleone tentou até derrubar a República *democraticamente*, com uma Intentona trumpista. É insano.

    Nossa geração pagou impostos e sustentou todos esses regimes na ingenuidade de um dia ter, ao menos, direitos fundamentais de saúde, educação, aposentadoria decente e segurança. Nada aconteceu.

    Desde que comecei a trabalhar em 1973, o estado brasileiro teve tempo de sobra para ser construído. Mas não saímos do nível alcançado em 1960.

    A única classe que conquistou direitos reais, e muito mais, foi a execrável classe política.

    Hoje eles têm mais que direitos, eles têm privilégios fundamentais estabelecidos no topo e pagos pelo povo (seguro saúde sem limite, salários elevados, estabilidade de emprego sem produzir, aposentadoria integral, moradia funcional, guardas costas, transporte aéreo e terrestre, férias dobradas, custeios etc etc.).

    Adicionalmente, garantiram um meio de manter tudo isso para sempre.

    A classe política construiu a partir da Constituição de 1988, sua indecente imunidade jurídica, um status que lhes dá o poder de "não sair do poder".
    Não podem ser julgados pela mesma justiça que nos julga.

    Toda a classe política está emaranhada em uma nova teia monárquica. Criou-se uma casta de uns 500 mil indivíduos no Brasil.
    Fingem que trabalham, mas no seu inconsciente dominante tudo que fazem é para manter os privilégios conquistados em meio século.

    O comunismo era parecido com isso na estrutura de poder, mas com outra configuração. Ele nem existe mais, mas bolsonaristas acreditam nele por causa da mula sem cabeça que ocupa o poder atual e usa o comunismo como argumento e manipulação. Falar em comunismo hoje é como falar em Caipora e Boitatá.

    Politicamente parece que o Brasil tem uma estrutura de monarquia reformada.Em vez da sucessão ser familiar e consanguínea, é partidária.

    O país é explirado pela classe política dominante, que é ignorante, gananciosa e amoral. Comandam um baile em que trocam as máscaras conforme a conveniência de ativismos ideológicos que devoram dinheiro público.

    Para manter o poder wles usam um truque simples e repetido: falar e falar em Educação, mas nunca executar.

    A classe política nunca elaborou um plano nacional de educação pública qualificada para atender a base que precisa "aprender a viver e estudar", mesmo com todos os credos democráticos tendo passado pelo poder desde o regime militar.

    Espero que depois de experimentar todos os sabores de dominação dos últimos 50 anos, chegue uma hora do povo despertar. Não acho que isso ocorrerá na próxima eleição. Por ora, o único aprendizado que fica é que nossas instituições sobreviveram ao fascismo do século 21. Isso é bom, a República ficou em pé.

    Mas se nas eleições a gente se deparar outra vez com algo velho do tipo Lula x Bolsonaro, é melhor enfiar a viola no saco e aprender de novo a falar Tupinambá.

    Nossa geração já fez a sua parte. A bola está com as gerações que vem aí. Se estiverem mais atentos ao trabalho do que na busca por culpados no dia a dia, poderão avançar.
    Cada um de nós é o único herdeiro do seu presente.

    ResponderExcluir

Seu comentário é bem vindo!
Agradeço sua participação.