terça-feira, 22 de outubro de 2024

Por que votamos em tiranos?




Gostei da leitura de um artigo de Vera Iaconelli, que li hoje na FOLHA, sobre o tema "por que votamos em tiranos?"
Vou procurar resumir o texto, pois considero o tema de importante leitura.
Vera começa com as seguintes perguntas:
Por que galinha vota em raposa?
Por que mulheres votam em agressores?
Por que contribuintes entregam seus impostos a corruptos?
Por que seguimos lideres que nos prejudicam e nos fazem seguir em direção ao pior?
Baseado na analise psicanalítica, ela entende que o que rege esse comportamento esta na tese de Freud de que, quando eramos crianças pequenas, vivemos a experiencia de nos considerarmos "sua majestade, o bebe".
E que ha um momento no qual a criança acredita ser o centro do universo.
Durante o processo de reconhecimento de que somos desamparados e finitos, apelamos à imagem de um salvador.
Ai surgem os políticos autoritários, que desejam aspirações megalomaníacas, que ocupam o lugar de majestade, que todos fantasiamos um dia dia ter vivido.
E são esses que nos servem de modelo com a miragem de um dia  podermos ocupar o trono de majestade e reinarmos absolutos sobre os demais.
Assim, mantendo alguém ocupando o trono de exceção é manter o próprio lugar acessível para que um dia possamos ocupa-lo.
As redes sociais vieram para potencializar nossa megalomania infantil criando efeitos ate então inéditos.    
Essa analise de Vera sintetiza o que sempre acreditei.
Aceitamos o tirano porque aspiramos um dia chegar la.


segunda-feira, 21 de outubro de 2024

O emburrecimento humano

 




A incongruência que h
a na informação nos dias atuais está no fato de que sabemos bem menos do que quando a quantidade de informação era menor!
Isso acontece pelo fato de que a enorme quantidade de informação que se recebe não tem o minimo de qualidade desejável.
Circulam muitas informações eivadas de mentiras, desinformações e ate de alucinações com propósitos de manipulação de massas.
A situação é pior, pois os que a recebem acreditam nelas, como se fossem verdades absolutas.
E as repassam formando uma cadeia de divulgação de péssima qualidade.
É preciso entender que inundar as pessoas com informações sem conteúdo emburrece as pessoas.
Talvez seja essa a intenção dominadora dos que detêm o inicio das transmissões de informações sem qualidade.

sábado, 12 de outubro de 2024

A falsa democracia brasileira!




Quando Pelé, anos atrás disse que o brasileiro não sabe votar, muita gente não entendeu o que ele quis dizer com isso e criticou-o.
Mas, ele estava certo.
Ao refletirmos raso sobre o assunto, ficamos limitados a simples má escolha do candidato pelo eleitor em seu voto.
A visão de Pelé, embora estivesse oculta, era mais profunda.
O cardápio de candidatos é que é ruim.
E esta cada dia pior!
Como esperar que o eleitor vote bem?
Com isso a democracia, que tanto defendemos, na verdade, é uma ilusão de tolos.
A democracia não é apenas o ato de votar.
A democracia tem como fundamento a vontade do povo de ser bem representado.
Para isso é preciso que haja um cardápio de candidatos de qualidade.
Não é admissível que candidatos totalmente despreparados se candidatem e ganhem eleições.
Nos representarão mal!
Acabam com a democracia.
Então, porque nossos políticos que, em tese, estariam "mais bem preparados", não criam uma legislação que exija que, para se habilitar como candidato, este tenha feito um curso, a ser criado, que desse uma visão global do papel do politico como representante do povo?
Ainda mais, quem não fizesse ou não fosse aprovado nesse curso, estaria impedido de se candidatar.
O fato é que não criam essa legislação porque é de interesse deles que aja cada vez mais candidatos despreparados.
Assim, quanto mais candidatos despreparados houver, mais força politica esses políticos "mais bem preparados" terão.
Com isso, manobrarão os novos políticos como quiserem, para atingir seus objetivos pessoais ou de grupos que efetivamente representam.
Quem são esse políticos "mais bem preparados"?
São aqueles políticos que estão na carreira há muito tempo.
São também aqueles que pertencem a famílias, que estão na politica por gerações.
O que esses políticos "mais bem preparados" fazem é convocar para ingressar na politica celebridades, pessoas carismáticas, que puxam votos.
Não querem gente boa!
Vai atrapalhar seus planos. 
Ai, realmente, resta ao eleitor um cardápio de candidatos ruins.
Por mais que o eleitor queira votar em um bom candidato não terá essa opção. 
E de eleição em eleição, acabamos votando no menos pior e o circulo vicioso do não saber votar continua para sempre.
Esta na hora de deixarmos de nos iludir com essa falsa democracia que vivemos.
Ou estaremos condenados a um Brasil cada vez pior.    














domingo, 6 de outubro de 2024

O candidato anti sistema



Já ha algum tempo surgem candidatos a cargos eleitorais que tem como plataforma ser antissistema. 
É verdade que o sistema que vivemos hoje precisa de reformas estruturais urgentes, num primeiro momento, e constantes, para aperfeiçoar aquilo conquistado.
Quando o sistema atual foi idealizado saímos de um mundo feudal para entrarmos num sistema capitalista da era industrial.
Primeiro surgiu a burguesia que dominava a atividade comercial e substituiu a nobreza feudal nas funções publicas.
Em geral participavam da diminuta classe rica.
Com a revolução industrial, tanto no continente europeu quanto americano, os brancos que exerciam atividades rurais ou de artesanato foram absorvidos pela atividade industrial.
No continente americano, que saia do predomínio de atividades rurais, com escravos de origem africana, alguns países, como os Estados Unidos da America, embarcaram na industrialização.
Nos demais, era incipiente e ficou muito tempo para crescer.
Mas, os trabalhadores, tanto do comercio quanto da industria  trabalhavam assemelhados a escravos.
Tinham uma jornada de trabalho com muitas horas de trabalho e salários baixos.
Esses trabalhadores constituíam a grande classe dos pobres. 
Quem obteve vantagem com a atividade industrial foram os donos das industrias, que ingressaram na classe rica. 
Não havia classe media.
Ou se era rico ou se era pobre.
Ao longo do tempo alguns países foram disciplinando a relação de trabalho e houve uma conquista de salários melhores, criando a classe media.
Na atividade politica, com a saída do mundo feudal as dinastias reais e suas cortes foram substituídas pela Republica, onde os comandantes da nação e todo sistema local passaram a ser eleitos.
Surgiu a democracia.  
Ainda que apenas para parte da população.
Os políticos, em sua maioria, pertenciam a classe rica e os eleitores eram restritos.
O Brasil, diferente de outros países do Ocidente que desenvolveram um parque industrial forte, continuou predominantemente rural.
A estrutura das instituições políticas, administrativas, judiciais, educativas e militares necessárias para o desempenho da nação, que sucedeu o Brasil imperial para o Brasil republicano, tomou novo rumo a partir da mudança.
Tanto a união quanto os estados, que cobravam impostos, basicamente, sobre a importação e exportação, começaram a cobrar outros impostos.
Mas, eram bem inferiores do que a arrecadação cobrada hoje
Na medida que essa arrecadação foi aumentando a estrutura do funcionalismo publico cresceu junto.
Não só quanto ao numero de servidores, mas também 
quanto a remuneração.
Que no inicio era tão baixa, que estabeleceu-se como consolação a estabilidade eterna no cargo e a aposentadoria integral.
Hoje o Brasil tem uma estrutura administrativa monstruosa, com falta de servidores em determinadas atividades e excesso em outras.
Além de custosa, comparativamente ao resto do mundo civilizado.
Por outro lado é injusta com seus servidores, pois oferece salários baixos, para uma grande maioria, que os deixa  desmotivados, e altos salários, com benefícios exuberantes, para uma elite privilegiada.
O resultado é que a produtividade desses  servidores é baixa, com honrosas exceções, pois, alem de tudo, na pratica, são inadmissíveis.
A ponto de um juiz ou mesmo um militar, quando comete irregularidades, ser aposentado, ao invés de ser demitido a bem do serviço publico!  
Os candidatos anti sistema se apresentam como aqueles que farão a reforma na administração publica.
Como prometeu Collor, quando dizia que iria extinguir os marajás e nada fez.
Como Bolsonaro que prometeu colocar o Brasil dentro da realidade mundial, mas se perdeu pelo caminho e terminou seu mandato tentando dar um golpe de estado.
Uma ala da população anseia essas reformas estruturantes, por isso acaba caindo no canto de sereia desses "salvadores da pátria".
Depois fica frustada.
Não obstante continua acreditando que o próximo candidato
será o "salvador da pátria", como acontece na eleição municipal com a candidatura de Marçal.
Enquanto não houver entendimento que a reforma, que tanto ansiamos, não acontecera por obra de um super herói, mas, sim, pela eleição, tanto no executivo como no legislativo, de um forte e coeso grupo de políticos capacitados, bem intencionados, alem de um judiciário comprometido com o bem comum, e sem ideologias equivocadas, essa reforma nunca acontecerá.
Para isso também é preciso que deixemos de eleger celebridades e famosos sem conteúdo de ideias abrangentes.
Deixemos de eleger personagens carismaticos, que limitam-se a ajudar uma comunidade capaz de elege-lo, mas não vai alem disso.
Deixemos de eleger aventureiros que comunicam-se bem com seus seguidores, mas, também, não tem uma visão sistêmica da politica e economia.  
Nos como sociedade, deixamos chegar ao ponto que esta.
Temos que fazer uma boa reflexão.