Jandira dos Santos é uma carioca trabalhadora.
Gente do povo.
Tem 27 anos, é mãe de 2 filhos e ficou novamente
grávida, sem desejar.
Resolveu, então, fazer o procedimento de aborto em
uma clínica clandestina.
Arrecadou, com muito esforço, o valor que seria
cobrado.
Não foi pouco.
Custa caro.
Com o dinheiro na mão, entrou em um carro que a
conduziria a uma clinica.
Só que sumiu.
Esta desaparecida há duas semanas.
Não se sabe exatamente o que aconteceu.
Pode ter sido alvo de um latrocínio.
Pode ter morrido durante a cirurgia, como outras
tantas morrem.
Esse é mais um dos casos em que mulheres sem uma
condição financeira, optam em interromper a gravidez, mas tem que recorrer a métodos
não convencionais, pois fazer aborto no Brasil é considerado crime.
Mulheres, como pode ser o caso de Jandira, ou
morrem durante a cirurgia ou em conseqüência dela, por falta de cuidados
adequados no procedimento.
Ate quando veremos cenas deprimentes como essa e
continuaremos com nosso moralismo inconseqüente e hipocrita?
Abortar não é método para evitar gravidez?
Não, não é.
Mas, não adianta botar uma peneira contra o sol
achando que vai tapa-lo.
Temos obrigação, como seres pensantes, dar uma
solução para um fato que ocorre todos os dias.
Temos que descriminalizar o aborto.
Temos que oferecer esse serviço no SUS para
aqueles que demandarem.
Ninguém é obrigado a fazer aborto.
Mas, nem por isso podemos impedir quem o deseje
faze-lo.
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