quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Politicamente correto racial

Toda essa encenação promovida em função da manifestação hostil contra o goleiro Aranha, já passou do limite do tolerável.
Sou contra discriminação racial, religiosa, futebolística, profissional, sexual, enfim contra toda e qualquer discriminação. 
Mas, dai dar a dimensão que se deu ao fato, mostra quanto imbecis estamos ficando. 
Sob a minha ótica, não houve uma discriminação no sentido conceitual.
Houve, sim, um xingamento acalorado numa partida de futebol..
O que se diz no calor da emoção não é ofensa para tal dimensão.

Quando se chama o juiz de filho da puta, pode? 
Ah! Pode.
Ninguém acha que é discriminação.
Apenas um xingamento sem importância.

Argumenta-se que quando se xinga a mãe do juiz não é uma ofensa contra a mãe dele, especificamente.
É apenas uma manifestação momentânea de revolta contra algum ato praticado pelo juiz, que foi considerado errado.

Depois, quando acaba o jogo, ninguém mais lembra disso.
Ou quando todo um estadio gritava:
Dilma vai tomar no cu.
Não foi ofensa?
Se foi, porque não prenderam todos no estadio?
Veja bem...
Como todo mundo esta de saco cheio da Dilma, pode.
Ah! Tá.
Mas, espera ai.
Chamar o goleiro de macaco, não é a mesma coisa?
São expressões de xingamento que culturalmente se usa.

E isso vem de longe.
Não gostamos mais e não queremos mais ouvi-las?
OK.

Tudo bem.
Agora acreditar que se faz uma mudança cultural por decreto, isso não existe.
Decreta-se hoje e amanhã todo mundo muda seu habito?
Não é assim.
A maneira mais adequada é via educação.
Só que uma mudança cultural é um processo que leva tempo.
Muitas vezes, gerações.
Inventaram, de uns anos para hoje, a figura do politicamente correto.
Hoje não se pode mais fazer piada ou xingar de nada, que é fere as normas do politicamente correto. Tudo é ofensa.
A minha geração, por exemplo, foi educada e aculturada no molde anterior.
Até 20 anos atrás, esses xingamentos e piadas não ofendiam ninguém.
Ao contrario, era motivo de risos.
Quem não se lembra do Mussum?
E, ele mesmo, brincando com sua negritude?
Eu sinto dificuldade em me aculturar nessa nova forma.
E já que existe esse tal de politicamente correto, então quero me encaixar como discriminado intelectualmente.
Não posso mais pensar o que penso.


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