O assunto do estupro de
uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro continua repercutindo.
Muita indignação.
Com muitos comentários antagônicos.
Há um grupo de cidadãos
que julga ser impossível uma pessoa ser seviciada por trinta homens, numa seqüência
de orgia não consentida, e não ter sido machucada fisicamente o suficiente.
E acabam minimizando a importância
do fato em si.
Julgam que não houve um
estupro.
Mas, esquecem-se do lado psicológico.
Que pode ter sido
machucado irreversivelmente.
O fato é que mesmo que ela
não tenha sido submetida ao ato sexual com penetração violenta, por um ou vários
homens, ela pode ter sofrido humilhações, sim.
Talvez não com ato sexual
padrão e não ter realizado sexo com os trinta.
Isso pouco importa.
O que importa é que ela foi
mais uma vitima da violência, sim.
O fato é que pela sua
condição social e cultural nem tenha pensado que fora violentada ou estuprada.
Muito menos pensou em
denunciar o crime a que foi submetida. Depois que o assunto caiu na mídia,
claro, ai assumiu seu papel de vitima.
Ate porque isso lhe trouxe
uma sensação de celebridade eventual.
O que é natural ocorrer entre
todos nos.
Entretanto, é lamentável que
em pleno século XXI tenhamos pessoas vivendo um submundo tão perverso.
Não sou utópico.
Mas, sou sonhador de que
todos possam viver com um mínimo de dignidade.
O que ela certamente nunca
soube e nunca saberá o que é!
A começar por onde mora.
Vivia entre criminosos.
Nesse meio, sexo e
violência faz parte do universo de vida de todos que la residem.
Uns vivem sobressaltados e
com medo.
Outros aderem ao modo de
vida como a única opção que enxergam para sobreviver.
Nos que vivemos outra
realidade não nos damos conta de quanto doloroso é viver nesse meio.
Temos uma vaga ideia, pela
distancia que nos separa.
Nossa solidariedade é
apenas para apaziguar nossa própria consciência.
Que fica perturbada com
fatos dessa natureza.
Depois passa.
E ai, cai no esquecimento.
Nada fazemos para mudar este estado de coisas.
Que continuara como sempre foi.
Não estou cobrando nada de
ninguém.
Ate porque eu mesmo não
faço nada a mais do que lamentar, como todos.
E também fico a desejar
que aqueles que estejam na política façam algo para melhorar essas condições.
Mas, é suficiente?
Agora que adquirimos uma
condição de reflexão sobre a política, que expressamos nossos pensamentos com
liberdade, que estamos cansados de tanta indignação, acredito que chegou o
momento para mudarmos este tipo de situação.
Temos que ser mais
generosos com nossos semelhantes.
É tempo de crescermos como
cidadãos.
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