sexta-feira, 3 de junho de 2016

Estupro no RJ

O assunto do estupro de uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro continua repercutindo.
Muita indignação.
Com muitos comentários antagônicos.
Há um grupo de cidadãos que julga ser impossível uma pessoa ser seviciada por trinta homens, numa seqüência de orgia não consentida, e não ter sido machucada fisicamente o suficiente.
E acabam minimizando a importância do fato em si.
Julgam que não houve um estupro.
Mas, esquecem-se do lado psicológico.
Que pode ter sido machucado irreversivelmente.
O fato é que mesmo que ela não tenha sido submetida ao ato sexual com penetração violenta, por um ou vários homens, ela pode ter sofrido humilhações, sim.
Talvez não com ato sexual padrão e não ter realizado sexo com os trinta.
Isso pouco importa.
O que importa é que ela foi mais uma vitima da violência, sim.
O fato é que pela sua condição social e cultural nem tenha pensado que fora violentada ou estuprada.
Muito menos pensou em denunciar o crime a que foi submetida. Depois que o assunto caiu na mídia, claro, ai assumiu seu papel de vitima.
Ate porque isso lhe trouxe uma sensação de celebridade eventual.
O que é natural ocorrer entre todos nos.
Entretanto, é lamentável que em pleno século XXI tenhamos pessoas vivendo um submundo tão perverso.
Não sou utópico.
Mas, sou sonhador de que todos possam viver com um mínimo de dignidade.
O que ela certamente nunca soube e nunca saberá o que é!
A começar por onde mora.
Vivia entre criminosos.
Nesse meio, sexo e violência faz parte do universo de vida de todos que la residem.
Uns vivem sobressaltados e com medo.
Outros aderem ao modo de vida como a única opção que enxergam para sobreviver.
Nos que vivemos outra realidade não nos damos conta de quanto doloroso é viver nesse meio.
Temos uma vaga ideia, pela distancia que nos separa.
Nossa solidariedade é apenas para apaziguar nossa própria consciência.
Que fica perturbada com fatos dessa natureza.
Depois passa.
E ai, cai no esquecimento.
Nada fazemos para mudar este estado de coisas.
Que continuara como sempre foi.
Não estou cobrando nada de ninguém.
Ate porque eu mesmo não faço nada a mais do que lamentar, como todos.
E também fico a desejar que aqueles que estejam na política façam algo para melhorar essas condições.
Mas, é suficiente?
Agora que adquirimos uma condição de reflexão sobre a política, que expressamos nossos pensamentos com liberdade, que estamos cansados de tanta indignação, acredito que chegou o momento para mudarmos este tipo de situação.
Temos que ser mais generosos com nossos semelhantes.
É tempo de crescermos como cidadãos.

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