Diante dos fatos de vermos surgir no Brasil indivíduos com
sucesso em sua área de atuação, mas de forma desleal, resignamo-nos a lamentar
dizendo que houve a falta de meritocracia no processo.
Ou quando alguém através de processo de cotas consegue
estudar em uma instituição de qualidade, ou ser alçado a empregos públicos cuja
seleção difícil o impediria de competir em condição de igualdade, também
lamentamos dizendo que houve a falta de meritocracia no processo.
Como se a meritocracia fosse uma condição para distinguir, entre
os iguais, aqueles com melhor aptidão para atuar em determinada área.
O fato é que nos confundimos quando uma determinada pessoa se
deu bem na vida, simplesmente dizendo que ela tem talento e trabalhou duro.
Como se muitos entre nos não fizéssemos o mesmo, embora não
tenhamos logrado o mesmo êxito.
O fato é que inteligência e disposição para trabalhar duro são
características genéticas das quais não escolhemos.
Nascemos com ela.
E mais, depende de onde nascemos.
Por exemplo, quem nasce na America tem maiores chances de ter
uma renda media muito maior do que quem nasce em um pais miserável da África.
Não estou falando de sucesso grandioso.
Falo de ter um padrão de vida mais digno.
Qual o mérito nisso?
Assim como, aquela pessoa que estava na hora certa, no lugar
certo, com a pessoa certa pode ser conduzida para uma oportunidade que nunca
teria aquela pessoa que não estivesse na mesma situação.
E depois, essa pessoa tivesse um estrondoso sucesso.
Nos, que só assistimos o sucesso, diríamos simplesmente que
foi graças à meritocracia.
Digo tudo isso não por pretender desqualificar a seleção por
mérito.
Acredito que ela é um fator que deva existir, sim.
Mas, para que tenhamos cuidado quando qualificarmos um indivíduo
de perdedor.
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