Vivemos em comunidade, e não isolados, justamente porque há a confiança de que o outro não é nosso inimigo.
Você vai ao médico e segue o tratamento que ele indica, porque você tem confiança no medico e na medicina.
Você contrata um advogado e vai à Justiça, porque você tem confiança no advogado e na Justiça.
Você deposita seu dinheiro no banco, porque você tem confiança na instituição bancária!
Poderia citar inúmeras relações que só existem porque há confiança.
Mas, e quando alguém quebra a sua confiança?
Se você se depara com um médico, um advogado, um engenheiro, qualquer profissional, não importa, que cometeu um erro, uma falsidade, você ira perder a confiança no sistema como um todo?
Claro que não.
Você perderá a confiança individualmente naquele que fez por perder.
Não é porque um ou ate vários políticos perderam nossa confiança, que a política não merece nossa confiança.
Afastemos esse político e coloquemos outro que seja de nossa confiança no lugar.
Não é porque vivemos hoje no Brasil uma situação na qual conseguimos identificar, se não todos, mas uma grande parte daqueles que perderam nossa confiança, que iremos generalizar e acreditar que nada e ninguém merecem nossa confiança.
Não é verdade.
Ainda que tudo isso nos deixe aborrecidos, a vida continua.
Continuaremos a ir ao medico, ao advogado, no banco.
Precisamos ter prudência quanto a ter ou não ter confiança.
Principalmente num momento como esse que vivemos, precisamos evitar o que o filosofo político Antonio Gramsci acreditava.
A tomada do poder deve ser precedida por mudanças de mentalidade.
A hegemonia que hoje esta sendo construída contra a corrupção possibilita, como reação natural, que busquemos soluções que nos livrem desse mal.
Entretanto, são em momento como esses que possíveis “salvadores da pátria” surgem, com discursos éticos e morais, que agradam nossos ouvidos.
Mas, só nossos ouvidos.
Porque o que esta por trás é conquistar as mentes, para depois o poder.
Temos que combater a corrupção, sim.
Temos que ser inflexíveis quanto confiança, sim.
Mas, sem perdemos a noção de que os erros são humanos e não existe o mundo perfeito.
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