sábado, 18 de março de 2017

O poder do dinheiro

Vivemos hoje uma sociedade de consumo intensivo.
É inegável.
Para tanto, quanto mais dinheiro tivermos, mais poderemos consumir.
Mesmo que não precisemos de vários objetos que compramos, se não o fizermos não seremos felizes.
Essa angustia nos leva a um problema.
Como ganhar dinheiro?
E rápido!
Aquele que nunca teve em abundancia, se antes se conformava com os parcos recursos que tinha, pouco importa, mesmo assim era feliz.
Hoje, graças a forte cobrança de consumo imposta pela mídia, o faz sentir compulsão para ganhar mais.
Sua percepção de que ganha pouco para fazer frente ao consumo que lhe é imposto foi aguçada.
Entretanto, há limitações de toda ordem que o impedem a ganhar mais com seu trabalho.
Além de que a compulsão para ganhar mais é imediatista.
Isso o leva a conclusão de que mesmo que tenha que transgredir com sua moral e ética, ganhar mais vale a pena.
Quantas crianças e adolescentes acabaram ingressando no mundo do crime e da prostituição.
O ganho aparentemente fácil, entretanto cobra seu preço.
A violência aumentou e o aparato de segurança também.
Mesmo assim, a ousadia de ganhar via caminho do crime não se intimidou e cresce cada dia mais.
Hoje os bandidos não temem a policia.
Não temem a Justiça.
Por outro lado, aquele que sempre teve certa abundancia, também acabaram aderindo ao consumo exacerbado.
Alguns, e hoje não são poucos, acabaram também ingressando no mundo do crime.
Mas naquele crime cuja violência é opaca.
Quem o comete não o faz diretamente contra outro individuo.
Nem com uma arma na mão para intimidar.
Age de forma indireta e imperceptível no curtíssimo prazo.
O prejuízo a um ou vários indivíduos só será visível a médio e longo prazo, quando o causador não estará mais no flagrante delito.
É a corrupção!
Outros, temendo serem pegos em atos de corrupção, preferiram seguir pela legalidade, mas sem perder o foco de ganhar mais pela via ordinária de seu trabalho.
Foram criativos, sem duvida.
Seguiram a trilha da busca de privilégios.
Embora legais, pois foram obtidos por força de lei, entendo serem imorais e antiéticos.
Sei que a simplicidade desse raciocínio não abrange a complexidade da mente humana na busca do que leva o ser humano a agir contra os princípios de moralidade e ética que fomos educados.
Há vários outros fatores.
Mas, dentre eles quero destacar um que contribuiu com a perda das referencias.
Que alguns outros ainda tentam preservar.
Trata-se da quebra do ordenamento dos valores relativos ao ganho profissional.
Hoje determinadas profissões tiveram uma supervalorização.
Embora dignas de mérito, pois quem as recebe tiveram o mérito de sobressair-se sobre os demais, ainda assim acabou por distorcer o ordenamento e provocar uma inquietação naquele mediano que também tem seu mérito, mas cuja profissão não é entendida como tendo valor.
Essa situação acabou causando outro crime, se podemos classificar assim.
Trata-se da falta de comprometimento com seu trabalho.
A falta de dedicação ao recebedor de seu serviço.
A falta de produtividade.
O poder que o dinheiro hoje exerce nas pessoas, ao invés de trazer mais conforto, mais felicidade, acabou por fazer com que as pessoas sejam mais angustiadas, a sociedade menos justa e fraternal.

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