quarta-feira, 6 de junho de 2018

O preço do combustível



Como qualquer produto ou serviço o preço de venda do petróleo esta sujeito a dois fatores básicos:
1) Custo de produção.
2) Concorrência de mercado
Com relação ao custo, ninguém, em sã consciência vai vender seu produto ou serviço abaixo do custo.
A exceção é quando numa concorrência desleal alguém se submete a vendar abaixo do custo para quebrar o concorrente.
O usual é o preço ser estabelecido somando-se ao custo os impostos, despesas indiretas e a expectativa de lucro e está formado o preço.
Entretanto, há a componente concorrência de mercado, que influenciara definitivamente na expectativa de lucro e, por conseguinte, no preço final.
Havendo menos concorrente posso maximizar meu lucro.
Havendo mais concorrente, para ter competitividade, devo minimizar meu lucro.
Entretanto, quando há formação de cartel, os vendedores estabelecem seus preços, maximizando-os a seu bel prazer.
Isso acontece com o preço do petróleo.
Não há livre concorrência no preço do barril.
A OPEP estabelece o valor por vários critérios, entre eles a expectativa do potencial de reservas, que é finita.
Assim dosam a extração para uma maior vida na atividade.
Isso faz com o que o preço ora suba ora desça.
Depende da demanda.
Quando há uma retração no mercado, para incentivar o consumo a OPESP baixa o valor do barril.
Como exemplo, a expansão do uso do carro elétrico foi combatida através do preço baixo do combustível, tronando essa alternativa por longos anos não compensadora financeiramente.
Também influenciam nessa decisão as alternativas ao petróleo e que possam comprometer seu consumo.
Como exemplo, nos últimos anos houve uma crescente exploração do gás natural encontrado nas minas de xisto pelos USA, fazendo com que o preço do barril de petróleo despencasse.
Enquanto o Brasil não estava próximo da auto suficiência, como esta nos dias de hoje, não tinha jeito.
Tínhamos que nos submeter ao preço do petróleo imposto pela OPEP.
Acontece que a Petrobras é estatal.
Ainda que tenha parte de seu capital na bolsa de valores e tenha que oferecer lucro a seus acionistas.
Esse mix é um problema.
Na hora do lucro, os acionistas ganham.
Na hora do prejuízo o estado brasileiro tem que socorrer.
Isto não esta certo.
Ou a Petrobras é uma estatal pura.
Ou é uma empresa privada pura, ainda que tenha como sócio o estado brasileiro.
Se fosse uma estatal pura, a primeira coisa que deveria acontecer é a Petrobras estabelecer seu preço de barril de Petróleo.
Sem se preocupar com o preço estabelecido pela OPEP.
Com isso, por exemplo, hoje o preço de custo do barril no Brasil é de US$30.
Colocam-se os encargos e lucro que forem e estabeleceria o valor de venda do barril do petróleo, certamente, a um valor bem menor do praticado hoje e que esta na faixa de US$71.
Com um preço inferior, o preço dos combustíveis também seriam inferiores.
Por que ainda praticamos pela Petrobras o preço imposto pela OPEP, se o petróleo é nosso?
É nosso ou não é?
Pelo jeito não é.
Verdade.
Temos que praticar o preço OPEP porque o petróleo que produzimos não é o que consumimos.
O nosso petróleo é de baixa qualidade.
Assim temos que vender o nosso petróleo a preço OPEP e comprar o petróleo de melhor qualidade também pelo preço OPEP.
Então, o petróleo que consumimos não é nosso.
Mesmo assim, o que importa é a diferença entre o preço que vendemos e o preço que compramos.
Fazendo as contas, certamente, ainda deve haver um espaço para que o preço de barril final no Brasil ainda estivesse abaixo do preço OPEP.
Ou não?
So que como a Petrobras é estatal não pura, é preciso dar lucro aos acionistas e com isso o brasileiro tem que pagar a mais pelo preço do combustível.
Não seria melhor então que a Petrobras tivesse outras concorrentes e perdesse a condição de única na exploração e refinamento de petróleo?
Ou que fosse privatizada de vez, ainda que o estado continuasse a ter parte do capital, mas sem poder de interferir na gestão da empresa?
São essas as questões que temos que discutir, ao invés de impor o preço do diesel a um valor que o estado brasileiro tenha que subsidiar.
Mas, nosso políticos so pensam em manter cargos e privilégios na estatal!

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