A candidatura Jair
Bolsonaro acabou cristalizando-se como a antítese do voto ao PT.
Por um longo período
de tempo eram os candidatos do PSDB que ocupavam esse espaço.
Talvez pela
fraca demonstração de oposição nos governos PTistas, além das derrotas nas
eleições para presidente, seja uma das causas desse vácuo politico preenchido por
Bolsonaro.
Também o fator Aécio,
que apesar de ter enfrentado Dilma na ultima eleição com expressiva votação,
por seu suposto envolvimento em atos de corrupção tenham contribuído para o
desencanto ao PSDB e a perda do lugar como o partido que faria oposição ao PT
nestas eleições.
Mesmo Alckmin, apesar
de não haver nada diretamente contra ele, surgiu uma nuvem de suspeita e
desconfiança, pelo fato de supostos envolvimentos em atos de corrupção
promovidos por seus auxiliares.
O fato é que a
Lava Jato dizimou os partidos políticos de mais expressão nacional, pois em cada
um deles surgiu alguma denuncia contra seus integrantes.
Entretanto
vivemos uma democracia.
Mesmo com a
situação vexatória de nossos representantes políticos, não nos resta alternativa
que não seja votar nos mesmos que estão ai.
É verdade que
surgiu o Partido Novo como uma opção.
Entretanto, em
razão da maneira como está as regras para eleger um candidato a presidente, as
chances de eleger João Amoedo são muito remotas.
Ele mesmo sabe
disso.
Sua permanência como
candidato é para firmar uma posição e conseguir alavancar alguma exposição para
no futuro estar mais bem posicionado.
Entretanto, o
partido Novo precisaria também eleger uma bancada no Congresso.
O que também será
difícil.
Os Congressistas
atuais, para que possam ser reeleitos, montaram um esquema infalível.
Com a criação do fundo eleitoral a maior parcela da distribuição dessa verba cabera aos maiores partidos.
A falta de recursos financeiros praticamente aniquila os
pequenos partidos, em especial o Partido Novo.
Usando a mesma
formula de partição dos recursos financeiros para a campanha, há a exposição
nas rádios e TVs.
Ou seja, os
mesmos atingirão o publico votante com mais ênfase.
Além, é claro,
da capilaridade partidária que todos os grandes partidos têm.
Ou seja, estão
mais próximos dos eleitores.
A mesma
dificuldade de Amoedo vale para Bolsonaro.
A diferença é
que Bolsonaro conseguiu dentro da Camara Federal, da qual João Amoedo não participava,
se destacar como aquele que enfrentava o PT com coragem e falando aquilo que
muitos queriam falar, mas não conseguiam.
Como havia por
parte do PT uma tentativa de resgatar o saudosismo do governo Lula, que
realmente foi bem avaliado em sua época, surgiu em contraponto o saudosismo ao
governo militar de 64, que também teve seus anos dourados, em especial no
governo Médici, que realizou as grandes obras de infraestrutura que o Brasil
precisava.
Além disso, pelo
fato de ter sido Capitão do exercito, Bolsonaro conseguiu conquistar uma
associação com o militarismo de 64, apesar de nunca ter participado daquele
governo, além de ser um mero servidor publico na carreira militar.
Estavam prontas
as condições necessárias para Bolsonaro ser o candidato ideal.
É inegável os potenciais
votos que reuniu.
Apesar das
tentativas frustradas de tentar dizima-lo em entrevistas, como uma massa de
pão, quanto mais se bate nele, mais ele cresce.
Pelo fato de que
os entusiastas da candidatura Bolsonaro passaram a trata-lo exatamente igual aos
militantes PTistas, Bolsonaro virou
outro mito.
Tente falar mal
de Bolsonaro para aqueles que o admiram.
Reagirão igual aos PTistas, quando se fala mal de Lula.
Talvez a
explicação para esse fato esteja na mesma raiz da religiosidade que as pessoas
tem.
Sempre em
momentos de dificuldade apelam para atos religiosos como se isso fosse
resolver.
Não resolvem!
Pode ate causar uma sensação de
satisfação e tranquilidade.
Por exemplo, não adianta rezar, fazer promessas para passar
no vestibular e não estudar.
Não vai passar em primeiro lugar!
Nem em ultimo!
Simples assim.
Da mesma forma, acreditar que Bolsonaro seja a
solução para conduzir o Brasil como presidente é a mesma falácia.
Domar esse Congresso que se reelegera maciçamente não é
tarefa para qualquer um.
Pessoalmente,
não tenho nada contra Bolsonaro.
Gosto ate de
muitas coisas que ele fala.
Também não
questiono seu preparo.
Se ele tiver uma
notável equipe assessorando-o, é mais do que suficiente para fazer um bom
governo.
Entretanto,
sinto falta nele de uma das inteligências entre tantas outras que o ser humano
tem, que é a capacidade para conseguir conciliar os mais variados interesses
entre os diversos atores de uma negociação.
Isso se chama
habilidade política.
Ele não as tem.
Bravatas não são
o suficiente para governar.
É preciso ter o
apoio do Congresso.
Esse mesmo que
apoiou Geraldo Alckmin.
O Centrão.
Querendo ou não Alckmin
saiu com um hand cup.
Pelo fato de ter
conseguido trazê-los para apoia-lo agora nas eleições, significa que estabeleceu
com sucesso um dialogo com o futuro Congresso.
Bolsonaro tentou
atrair esse mesmo grupo, mas não foi bem sucedido.
Por outro lado, diferente
da outra vez que Alckmim saiu candidato, desta vez ele não terá pela frente um
PT fortalecido.
Some-se a
coligação com o Centrão que disponibilizará para sua candidatura maior tempo de
radio e TV, além de palanque eleitoral que esses partido tem Brasil afora, esta
aberto o caminho que possibilitara sua vitoria.
Os apoiadores de
Bolsonaro acreditam que as mídias sociais ajudarão eleger Bolsonaro, como supostamente
ajudou Trump a se eleger.
Elas, realmente,
tiveram um papel importante.
Principalmente
para detratar sua opositora.
Mas, o grande
diferencial foi a força do partido Republicano.
Sem esse partido
Trump nunca se elegeria.
Pode parecer
pouco, mas com a maquina eleitoral na mão pode ser o diferencial para Alckmin se
eleger.