quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

A moral em jogo



Tenho acompanhado uma onda moralista em curso.
Não só na sociedade brasileira.
Pelo mundo.
Começou com essa imposição de normas chamada politicamente correto.
Que torna todo mundo sensível com determinadas palavras, como seu significado alternativo fosse ofensivo.
O sujeito é de cor negra, mas se chama-lo de preto ele se ofende.
Tem que falar afro descendente.
Muda alguma coisa?
Ela vai deixar de ser negro?
Não, né?
O mesmo vale para viados.
Sempre significou homossexualidade.
Agora é ofensa.
Tudo ofende.
Como se não bastasse os problemas que nos cercam agora temos que medir as palavras para não ofender.
Mas, se a coisa ficasse nesse campo, é chato, mas a gente passa batido.
O problema é que agora queremos mais.
Queremos ser puritanos!
Agora os “ditadores de regras” se encastelaram na soberba de ser achar perfeitos!
Pra mim é caso de internação no Juqueri!
Ai vem a tal de tolerância zero.
Como assim?
Ninguém erra?
Por acaso quem nunca cometeu uma infração de transito?
Somos humanos!
Não fomos programados para ser perfeitos.
Se o fossemos talvez fossemos eternos.
É verdade que, de um jeito ou de outro, vínhamos aceitando nossas imperfeições.
Mas, parece-me que avançamos no campo da imperfeição.
Talvez pelas liberdades que conquistamos, mas perdemos a mão.
Denuncias de corrupção se avolumam dia a dia.
E nos preocupa.
Afinal, se procuramos agir dentro de um padrão aceitável de imperfeição, quando vemos surgir uma onda de corrupção nos sentimos lesados.
Com razão.
Talvez ate essa onda moralista seja uma resposta a essa onda de corrupção.
Entretanto, melhor do que agir sob o efeito da Lei de Newton, que fala de ação e reação, seria entendermos as causas dessa onda de corrupção.
Para combatê-la na raiz.
Veja que interessante.
Entre bandidos do crime organizado quase que não há corrupção.
Se algum entre eles quiser levar vantagem sobre os outros é sumariamente punido.
Há um autoritarismo presente, é verdade.
Daí ate que muitos invocam que as forças armadas tomem o poder político.
Acreditam que agiriam como os bandidos em suas posições autoritárias.
Mas, não é verdade.
Por mais que se queira há de se respeitar o estado de direito, coisa desconhecida entre bandidos.
Será, então, que a democracia é mais permeável à corrupção?
Parece-me que sim.
Pelo menos quando há uma heterogeneidade tanto cultural como educacional de amplo espectro.
Embora tenha sido orientado pelos meus pais para ser honesto e não ser corrupto, pelo menos no nível que nossa sociedade chegou hoje, ajo não por adestramento, mas por entender que para uma boa convivência o melhor é haver um equilíbrio entre nossos deveres e direitos.
Consegui não ser reativo a um treino, mas a compreender os fundamentos.
Pela minha experiência, penso que simplesmente impor regras sem que aja a compreensão, é uma ação de poucos resultados.
O ser humano tem uma característica genética de quebrar regras.
Aliás, foi graças a ela que evoluímos.
Se nos mantivéssemos eternamente iguais estaríamos na idade da pedra lascada.
Como conciliar isso?
Certamente não será voltando à Idade Media.
Que, diga-se de passagem, ate a religião católica que dominava o ocidente com sua moral rígida, promovia a corrupção com a venda de indulgencias.


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