domingo, 4 de agosto de 2024

O verdadeiro paralelo entre Brasil e Venezuela

 


Aqui no Brasil, em 2022, muita gente saiu às ruas e ficaram dias e dias nas portas dos quartéis clamando para que nossas Forças Armadas dessem um golpe de estado, objetivando impedir a posse do presidente eleito Lula.

Por trás dessa multidão, estava o então presidente Bolsonaro, que se apresentava como o “salvador da pátria”, que motivava essa turma a apoia-lo como líder de uma nova ditadura militar.

O mantra  de Bolsonaro era de que ele evitaria que, se Lula fosse empossado, trouxesse pobreza e autoritarismo, como o que já ocorria na Venezuela. 

Voltando no tempo, na Venezuela, surgiu um outro líder “salvador da pátria”, Hugo Chavez, que tentou e conseguiu dar um golpe de estado, com o apoio das Forças Armadas venezuelanas e com a maioria da população a seu favor.

Acreditavam no sonho de que Chavez tornaria a Venezuela um país maravilhoso.

Com a morte de Chavez, Maduro o sucedeu na tirania.

Apesar de não ter a mesma formação militar do seu antecessor, tinha o mesmo ímpeto de se instalar no poder para nunca mais sair.

E manteve as instituições governamentais com os mesmos privilégios, se não com mais, que Chavez outorgara a seus membros do alto escalão, para se manter no poder intocável.

Maduro vinha tendo sucesso nessa ambição utilizando uma falsa democracia, que lhe atribuía vitorias em eleições fraudulentas.

Até que nesta ultima eleição, da qual saiu perdedor, ele se superou.

Manipulando o Poder Judiciário venezuelano, proclamou-se reeleito.  

Tudo seguiria seu rumo normal se o estado venezuelano não estivesse falido.

Para a população, que não participa do régio banquete da cúpula do poder, as migalhas jogadas é o que importa.

Mas, as migalhas diminuíram a tal ponto que, essa mesma população, que vinha aceitando Maduro no poder, passou a ficar descontente.

A miséria os atingiu em cheio.

Mas, a insatisfação contra o ditador não é de hoje.

Nos últimos anos, mais de 7 milhões de venezuelanos, mais lúcidos,  cruzaram a fronteira e migraram para diversos países.

Os que ficaram chegaram ao ponto máximo de tolerância e, agora, se manifestam contra Maduro.

Mas, isso não é suficiente para impedir a manutenção de Maduro no poder.

Já dizia Maquiavel: “Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a nova ordem”.

Ou seja, todos aqueles militares, que conseguiram lograr altos salários e benefícios nos governos Chavez e Maduro, não querem arriscar a perder tudo que conseguiram, caso Maduro deixasse o poder.

Por essa razão, esses militares continuam apoiando Maduro e participando da cruel e sanguinária repressão aos opositores.

Pode o mundo inteiro estar contra Maduro.

Ele vai continuar no poder, ate que aconteça uma racha interno, como ocorreu algo similar no Brasil.

Por aqui, a turma do mensalão dava sustentação politica ao primeiro governo Lula.

Em razão de uma ambição destemperada do participe do butim, Roberto Jefferson, que sentia-se com um quinhão menor que desejava, denunciou o esquema.

Por muito pouco Lula não caiu.

Voltando a tentativa de golpe de Bolsonaro, você consegue imaginar o que seria do Brasil se ele e os militares brasileiros tivessem tido sucesso no golpe de estado que muitos queriam, clamavam e apoiariam?

Respondo: 

Iriamos para uma condição semelhante daquela que ocorreu na Venezuela.

Os militares, junto com os demais poderes, participariam da farra do orçamento publico ate matarem a galinha dos ovos de ouro, como aconteceu na Venezuela.

Ainda que, aqui, tenhamos um Congresso e a nata do Judiciário avançando como abutres no orçamento publico para, legalmente, se locupletarem com altos salários e privilégios inimagináveis, continuamos sendo uma democracia capenga, mas não vivemos uma ditadura.   

Nossas eleições, embora elejam, por obra dos eleitores, políticos de estirpe duvidosa, são confiáveis.

Não ha fraudes nas urnas.

Para nossa sorte, Bolsonaro não conseguiu conquistar a maioria dos militares para apoia-lo na aventura que se construía.

Diante disso, fica o alerta:

É fácil entrar numa ilusão de uma noite de verão.

Difícil é sair da realidade perversa.

 

4 comentários:

  1. Concordo nem extrema direita nem a extrema esquerda éa solução dos problemas nem a democracia com corrupção como a que se encontra nosso querido Brasil

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  2. Só espero que tudo isso sirva de lição aos nossos compatriotas e não caiam na mazela de eleger bolsonaristas fanaticos, já este ano nas eleições municipais. Nem petistas. Vamos tentar outras opções. Dalva.

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  3. Como eu poderia concordar com essa análise porque nunca Ouvi sequer uma maldade Física praticada por Bolsonaro . Não precisa ser ele exatamente o governante . Mas está precisando de cair à esquerda Porque não podemos viver Essa “ Democracia “ a que você se refere . Eu não consigo enxergar democracia Num governo em que Você tem que calar a boca menos o mandatário e o STF . E também acho Que se fosse dado um golpe Pela direita Seria para tornar o país Novamente capitalista e não comunista . Isso já me bastaria . O dinheiro como você afirma muitas vezes é muito importante . A economia é importantíssima . Comunismo Não cuida nem da economia e nem da moral . É bolso vazio e cabeça Vazia, ou pior ,cheia de ideologias funestas e imorais . Como diz em Portugal, com o novo partido que criaram , CHEGA!!! Maria Alice Rezende de Campos Prado.

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  4. Histórico venezuelano é isso mesmo, infelizmente. Comparar essa realidade com intenções de Bolsonaro me parece um exagero. Bolsonaro já foi excluído da política pelo mesmo STF que soltou Lula. Quem garante Maduro é a Polícia Nacional, exatamente o que pretendem Lula e seu ministro da Justiça. Como diz Lula, a democracia é relativa, mas essa excrescência não se encaixa na história. Sugiro que se preocupe com o Lula candidato a caudilho, e menos com o ex político Bolsonaro.

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