O crescimento da economia não acontece sem
o capitalismo.
Capitalismo, que muitos confundem com riqueza,
é o ato de se usar o capital para crescimento.
É utilizar os lucros auferidos na produção no
reinvestimento da produção.
Mais produção significa mais gente ganhando
para produzir, mais gente em condições de consumir, mais lucro e a economia não
para de crescer.
Todos saem ganhando.
Destinar o lucro para guardar ou desperdiçar
em atividades não produtivas, não é capitalismo.
É riqueza.
Daí que riqueza sem investimento produtivo
não é capitalismo!
O modelo brasileiro é de estocar riqueza.
E não gerar riqueza.
Não conseguimos entrar para valer na era do
capitalismo.
Quem aufere lucros acaba preferindo aplicar
seu lucro em aplicações financeiras.
E não em reinvestimento na produção, para aumentá-la.
Interessante que muitos saíram do nada, mas
quando atingem um determinado patamar, se acomodam e param de investir na
produção.
Muitos até venderam seus ativos produtivos
e migraram para aplicações financeiras.
Mas, foi graças a esse ímpeto capitalista
que chegaram aonde chegaram.
Sem que eu possa explicar, a partir de um
determinado momento, acomodaram-se no modelo brasileiro e passaram a estocar
riqueza, sem produção.
A porta dessa acomodação chama-se ciranda
financeira.
Que hoje, mais do que nunca, corre solta.
Muito já se falou que os juros básicos da
economia brasileira, a tal SELIC, é uma da travas da economia.
É verdade.
São os altos juros da SELIC que atraem aqueles
que têm recursos para aplicar em bancos.
Se a SELIC fosse baixa, talvez, os investidores
se interessassem em aplicar seus recursos na produção.
Ate por falta de opção!
O fato é que a renda auferida em juros não é
revertida para a produção.
Aumenta apenas a riqueza de quem aplica.
Isso não é capitalismo!
O problema se agrava ainda mais porque o
dinheiro arrecadado na ciranda financeira não vai para a produção, tampouco.
Serve apenas para custear a divida publica.
Que por sua vez, grande parte dessa divida
brasileira não foi utilizada para aumento da produção quando contraída.
Foi majoritariamente utilizada para roubos,
privilégios, desperdícios.
E essa roda continua.
O governo continua se endividando para
pagar salários de seus funcionários, aposentadorias, privilégios, roubos, desperdícios.
E aumentando sua divida.
Assim, nunca sairemos da situação de falta
de crescimento.
Em primeiro lugar o Estado precisa acertar
suas contas.
Gastar somente o que cabe dentro do seu
orçamento.
O primeiro passo foi dado com a limitação
do gasto.
A tal PEC que muitos amaldiçoam foi
aprovada no Congresso.
Tem que fazer a reforma da previdência para
também caber dentro do orçamento.
Tem que acabar com os roubos, privilégios e
desperdícios.
Difícil e demorado, não?
Entretanto, há um jeito de mudar
rapidamente essa situação.
Primeiro, os juros tem que cair.
E de outro lado é preciso confiança!
Enquanto vivermos com esse ambiente inóspito
de falta de confiança não será possível mudar.
Na medida em que as pessoas voltarem a ter
confiança no futuro e a acreditar que o futuro será melhor do que hoje, aquele
investidor que preferia aplicar na ciranda financeira, com os juros baixos, pela
ganância de ter mais lucros será impelido a investir na produção.
Ressalte-se que a ganância não é algo mal.
Sem ela, não há o fator de aumento do lucro
e conseqüente aumento do giro da roda da economia.
Isso é capitalismo!
Que recuperemos essa ganância.
Que recuperemos a confiança.
Esse é o desafio para que voltemos a
crescer.