sábado, 19 de novembro de 2016

A justiça injusta!

Vivendo e me surpreendendo com a capacidade criativa do atores do poder judiciário nacional.
No caso, refiro-me ao julgamento dos acusados de crime do desabamento da cratera da linha amarela de São Paulo do Metro.
O fato ocorreu em 2007 e causou mortes de pessoas que estavam na imediações do local na hora errada, no lugar errado, sem que tivessem a chance de saber disso.
Concordo que os acusados não cometeram crime doloso.
Não houve intenção em matar de ninguém.
Mas, houve culpa sim.
Deveriam ter sido condenados por crime culposo e não inocentados.
As razões intimas, que fizeram a juíza decidir por essa sentença, não posso avalia-as.  
Mas, os argumentos utilizados tanto pela juíza como pelo advogado dos réus, são perolas inacreditáveis.
O advogado afirmou, durante a sessão de julgamento, que nem todas as tragédias têm culpados.
Como assim?
As coisas acontecem do nada?
Para justificar essa tese diz ele:
"Se é obra de Deus, se é obra do destino, se é o azar, não se sabe. Mas nem sempre, quando há uma fatalidade, quando há morte, quando há um desastre, quando há uma tragédia, é preciso que haja culpados. O imponderável está presente nas nossas vidas."
Então o culpado foi deus!!!
Conversa fiada!
Acidentes naturais ele tem razão.
Acontecem por obra da fatalidade.
Mas, acidente em obra, não acontece por acaso. 
Toda obra tem pelo menos um responsável técnico.
Seu papel não é apenas assinar uma planta, recolher uma ART para o CREA e esta cumprida a formalidade legal.
Não!
Sua obrigação, como o próprio nome diz é ter responsabilidade técnica na execução da obra.
Trocando em miúdos, ele e sua equipe, por dever de oficio, devem fazer todos os estudos necessários para que as ações tomadas estejam conforme o conhecimento que se tem sobre o assunto.
Se faltava conhecimento sobre o assunto, mais cuidados deveriam ter em realizá-los.
Ou simplesmente não fazê-los, ate que adquirissem conhecimento suficiente.
Se há risco de morte, esse risco deve estar circunscrito a quem participa da experiência.
E não envolver terceiros inocentes, que em nada participam da ação e so lhes resta a conseqüência.
Se fossem os próprios que morressem, tudo bem.
Concordo que foi o imponderável.
Afinal estavam testando.
Mas, estes estão vivinhos da Silva.
Tanto o é que estavam sob julgamento.
E agora livres, leves e soltos.
Se houve falhas, e houve, como foi a conclusão do IPT e do Instituto de Criminalística da Policia Técnica Cientifica, então a culpa não é de deus.
É do responsável técnico e toda sua equipe!
Para finalizar a cereja do bolo veio da juíza que disse:
“Ora, os acusados não tinham como prever o acidente, em razão de todas as circunstâncias apuradas. A execução do projeto de obra estava dentro da normalidade, todas as equipes acompanhavam cuidadosamente cada passo da execução e não apontaram qualquer situação que indicasse a possibilidade de um acidente”.
Como assim?
Prever realmente ninguém tem essa capacidade.
Mas, conhecer os riscos tem sim como saber.
Seria como alguém que pega um revolver carregado, aponta para um amigo e na brincadeira atira sem querer matar, mas acaba matando.
Essa pessoa não sabe que um revolver carregado se acionado, mesmo que acidentalmente, pode matar?
Que imbecil é esse?
Da mesma forma, os responsáveis técnicos pela obra estavam trabalhando em uma zona de risco e tinham conhecimento sim que o local oferecia risco.
Já houvera problema antes!
Não havia adivinhação.
Houve imprudência, imperícia, falha humana e técnica, como disse a promotora que representou a denúncia.
Se não foram cautelosos, e não foram, são responsáveis, sim.
Ate quando a Justiça continuara a ser injusta?

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