terça-feira, 22 de novembro de 2016

O perdão

Se observarmos a natureza, vamos ver que não há espaço para erros.
Quem erra sempre se da mal.
Por exemplo, se no afã de beber agua, na margem de um rio, o animal age sem prudência, pode ser capturado por um crocodilo e morrer.
Ele pode ate escapar da morte.
Mas, não houve um perdão.
O predador sempre agirá com a eficiência que foi programada.
As circunstancias é que não foram favoráveis a ele, naquele momento.
Pode parecer-nos cruel.
Mas esse sistema de não ter uma segunda chance é da natureza.
Não há o perdão pelo erro.
Essa questão de errar e ser perdoado são uma criação do homem.
Que denominamos de humanismo.
A natureza não é humanista.
Por alguma razão, a consciência humana criou esse mecanismo de humanismo.
Ao longo da historia da humanidade, o humanismo foi tomando forma.
Primeiro para os que compunham a elite.
E depois, com variações conforme a cultura de cada região, o humanismo foi se adaptando ate chegar ao perdão como conhecemos e convivemos hoje.
Mesmo que, em algumas circunstancias, aflore nossos instintos e nos faça agir com a mesma atitude que a natureza nos impôs.
Como, por exemplo, numa guerra em que o inimigo não é tratado com humanidade.
Muitos dirão, o animal mata para comer.
E o homem mata por matar.
Será mesmo?
E quando um animal da mesma espécie resolver invadir o território de outro e tem que lutar ate a sua morte?
Não é uma guerra?
E quando um pássaro joga seu irmão do ninho, fazendo com que morra, para que só ele receba a alimentação de seus pais?
É uma atitude de sobrevivência, é claro.
Mas, não podia conviver em harmonia e os dois serem alimentados e ficarem prontos para a vida?
Parece que a natureza não é humanista mesmo.
Mas, se assim pensarmos, o que diferencia um animal do ser humano é o como fazer.
Porque assim como o humanismo é criação do homem, formar patrimônio também é criação do homem.
Dai que aquele que pratica crimes, num primeiro momento age como um animal que quer saciar sua fome, mas sem perder a perspectiva do ser humano de formar patrimônio.
E nós, humanisticamente, o perdoamos!
Mas, isso é certo?
Pela nossa ação humanística quem erra tem uma segunda, uma terceira chance.
Quanta chance puder ter!
Por exemplo, na politica.
José Dirceu foi preso uma vez pelo Mensalão.
Não obstante continuou sua pratica de crimes no Petrolão e foi preso novamente.
Se tivesse feito acordo de delação premiada nesse segundo caso, certamente estaria solto de novo, como outros o fizeram e estão livres.
O que resulta para a humanidade esse perdão?
Nada!
O criminoso se regenera?
Não!
Quantos criminosos são presos e soltos e continuam a repetir seus crimes?
Milhares!
E o sistema Judiciário continua sua missão de julgar e prender, enquanto a legislação leniente solta.
Um processo de enxugar gelo no deserto todos os dias.
Em países como os da religião islã, o sujeito que pratica crimes está sujeito a Lei de Talião.
Assaltantes tem sua mão decepada.
Outros são açoitados em praça publica.
O crime por lá é menor?
Sim é.
Lamentavelmente é.
Talvez pelo receio do rigor da punição que lhe trará sequelas para o resto da vida.
Mas, uma prisão também não é terrível e não traz sequelas psicológicas e físicas?
Não arrasa a moral de qualquer pessoa?
Eu, sem conhecer um dia de prisão, acredito que sim.
Não conseguiria ficar um dia.
Mas, então porque a prisão não intimida tanto quanto as penas com sequelas físicas?
Lembrando que o rigor da prisão também ocorre em países como nos USA.
Que prevê a prisão perpétua.
E mesmo quando havia a pena de morte, o crime nunca arrefeceu.
Será que o efeito religião islã não é, na verdade, o que o intimida mais?
Eu pouco conheço essa religião, mas me parece que ela tem um poder de dominação maior sobre as massas.
Tanto o é que, em nome dessa religião, terroristas fanáticos fazem com que incautos sejam recrutados, matem inocentes e se matem em nome de um perdão superior em outra dimensão, que ate hoje ninguém voltou para confirmar.
O fato é que a religião cristã tem esse lado de perdoar qualquer erro, por pior que seja, por aqui.
É conhecido que ela própria cometeu crimes, no passado, como a inquisição, e ela própria e seus seguidores a perdoaram.
Como continuaram fazendo com ligações com ditadores sanguinários e bandidos como mafiosos.
A percepção que tenho disso tudo é que a humanidade esta em diversos estágios de desenvolvimento.
Há aqueles que conseguem viver como humanistas e, sem medo, não praticam crimes.
E outros que se utilizam do humanismo apenas para pleitear que ajam com humanismo quando após cometerem crimes são presos.
Mas, eles próprios não agiram humanisticamente quando os praticavam!
Esqueceram-se!
Mas, há uma grande maioria que precisa de uma religião dominadora e com práticas que consideramos desumanas para se intimidar.
Como vivermos num mundo tão heterogêneo?
Sim, porque cada vez que vejo aqui um politico ser preso por assaltar os cofres públicos e continuar livre, leve e solto, tenho uma sensação desagradável.
Não sinto inveja de não ter feito o mesmo.
Não!
Como disse, não preciso do medo para seguir as regras.
Mas, sinto-me não igual perante as leis.
Afinal, se há leis, é para serem cumpridas.
Se não, que as revogue todas.
Como querem fazer com a extinção da criminalização do caixa dois dos políticos.
Vamos aceitar passivamente isso?
O fato é que agir com humanismo contra os criminosos os fez reduzir seus crimes ou deixo-os mais a vontade para pratica-los, contando com o perdão?
Temos que refletir sobre isso.

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