A questão levantada pelo atual ministro da educação que diz:
“Universidade deveria ser para poucos”
Essa afirmação tem diferentes ângulos para uma ampla analise.
Num primeiro momento, pode parecer um absurdo a pretensa exclusão de muitos da universidade.
Mas, é preciso acrescentar que sua fala se deu dentro do contexto em que ele afirma que a formação técnica, em detrimento da formação universitária, seria mais útil para a sociedade.
Acrescento que seria mais útil para o cidadão.
O fato é que, anos atrás, criou-se a obsessão pelo diploma universitário como a panaceia que resolveria a tão sonhada educação para todos no Brasil.
Essa ideia tinha amparo de alguns educadores de renome, que diziam no passado, que era preferível que todos tivessem um diploma universitário, pois por menos que aprendessem, teriam tido acesso a um mínimo de formação.
Entretanto, o que acabou acontecendo é que, durante o processo de formação, o ensino básico decaiu e muito em qualidade.
Hoje, muitos diplomados no ensino médio são analfabetos funcionais.
Estão aptos, formalmente, para ingressar na universidade.
Embora não atendam aos requisitos mínimos de conhecimento para cursar o nível superior!
O acesso dessas pessoas a essas faculdades fez com que o próprio ensino nelas também ficasse prejudicado, tornando-as conhecidas como fabricas de diploma.
Muito embora, em algumas dessas faculdades, houvesse bons professores.
Tinha um amigo, já falecido, professor universitário, com doutorado, que após se aposentar numa faculdade de primeira linha na área de administração de empresas, dedicou-se a lecionar numa dessas faculdades em que os alunos ingressavam por simples inscrição.
Ele comentava comigo que muitos alunos não sabiam nem a aritmética básica de adição e multiplicação!
Ao invés de se dedicar a lecionar sua matéria praticamente tinha que melhorar o desempenho deles em matérias que deveriam ter aprendido antes de ingressarem na universidade.
É verdade que o diploma serviu para alguns terem um pequeno aumento salarial.
Mas, prejudicou o mercado profissional, fazendo com que os salários médios da profissão ficassem menos valorizados.
Isso acontece porque os menos qualificados servem para empregadores apenas para cumprirem as exigências de terem profissionais com nível superior em sua empresa.
Outros acabam exercendo uma profissão diversa daquela que se formou.
Ou seja, o diploma virou enfeite de parede.
Melhor seria que se formassem técnicos.
Onde há uma carência enorme de profissionais capacitados e habilitados.
Em muitos países desenvolvidos a universidade é cursada apenas por aqueles que querem maior conhecimento.
Não por aqueles que estão em busca de um diploma.
É verdade que por lá a diferença salarial entre um técnico e um diplomado em universidade é pequena.
Dessa forma estimula muitos a pararem seus estudos como técnicos, pois não são atraídos por mais conhecimento.
O pior disso tudo é que o governo, com nossos impostos, financia as universidades que vendem diplomas.
A universidade publica fica fora disso, pois nelas há o filtro seletivo por mérito.
A verdade é que o financiamento publico a escolas privadas só atende ao lucro de seus donos.
Que no passado lutaram para que houvesse esse financiamento argumentando, junto aos políticos, o pensamento, que foi aceito, de que era preferível que todos tivessem um diploma universitário, pois por menos que aprendessem, teriam tido acesso a um mínimo de formação.
A verdade é que o financiamento publico acabou se tornando financiamento a fundo perdido.
Pois nem empregos decentes para poder quitar o financiamento muitos conseguem.
Tornando-se inadimplentes.
Minha conclusão é que, antes de se falar em universidade para todos, o governo tem que oferecer ensino básico de qualidade para todos.
Caso contrário a sociedade continuará se enganando e tendo profissionais desqualificados e diplomas figurativos.
Minha conclusão é que, antes de se falar em universidade para todos, o governo tem que oferecer ensino básico de qualidade para todos.
Caso contrário a sociedade continuará se enganando e tendo profissionais desqualificados e diplomas figurativos.