Na ultima quinta feira,
pela manhã, seguia pela Rodovia dos Bandeirantes,
rumo a Jundiaí.
Estava a caminho de uma
chácara onde aconteceria uma festa de fim de ano, que a empresa onde trabalho
organizara.
Como sai mais cedo de casa,
acionei o piloto automático para 100 km por hora.
Posicionei-me na terceira
faixa, deixando livre a quarta faixa para aqueles que quisessem passar em
velocidade superior.
Naquele horário o trafego
estava tranquilo.
Pouco movimento.
Absorto, ouvia os
comentários de jornalismo da radio Jovem Pan e pensava na vida.
Percebei que passou um
carro, a minha esquerda.
De repente ouvi um barulho
que parecia um tiro.
Fiquei assustado.
Meu coração disparou.
Imaginei que estava
ocorrendo algum assalto na rodovia.
Olhei para os lados.
Nada vi.
Olhei para frente.
Vi que o vidro do para
brisas do meu carro tinha um estilhaço, na altura do meu olho.
Foi ai que me dei conta
que não foi um tiro, mas que uma pedra fora arremessada contra meu carro.
Provavelmente pelo carro
que me ultrapassara.
A pedra devia estar na
pista.
Quando o carro passou a
uns 120 km
por hora, as rodas devem ter lançado a pedra.
Olhei de novo e pensei:
Se essa pedra tivesse
furado o vidro, viria direto no meu rosto.
Que perigo!
Primeiro me acalmei com o
acidente.
Logo em seguida vi a
aproximação do pedágio.
Ao chegar na cabine e ser
cobrado de R$7,70 pensei:
“Peraí!
Eles vão ter que me
ressarcir do prejuízo.
Não é só faturar não.
Eles têm por obrigação
fazer a manutenção da pista e deixá-la com segurança para quem trafega.
Ganham para isso.”
Relatei para a cobradora o
acidente.
Solicitei que chamasse a
policia rodoviária, para que fosse elaborado um Boletim de Ocorrência.
Ela pediu para estacionar o
carro adiante e aguardar que em breve chegariam.
De fato, em poucos minutos
chegou um carro da policia rodoviária.
Novamente relatei o fato
ao sargento que me atendeu.
Ele solicitou-me a
documentação do carro e minha carteira de habilitação.
Pegou o celular dele e
tirou fotos do meu carro.
Em seguida respondi aos
questionamentos de identificação e de residência, para que ele lavrasse o
Boletim de Ocorrência de Acidente de Transito Rodoviário.
Disse que tão logo
pudesse, faria o lançamento das informações no computador da base da policia.
Forneceu-me o endereço do
comando da policia rodoviária em Jundiaí e orientou-me que pegasse lá o tal
Boletim, ao final da tarde, quando estivesse retornando.
Agradeci as recomendações.
Já estava me preparando
para ir embora, quando ele disse que deveria aguardar a presença de um
represente da CCR, a concessionária da via.
Explicou-me que a mesma
também precisaria fazer um registro do evento.
Perguntei o porquê.
O Boletim da policia não
era suficiente?
Ele argumentou que era
praxe, pois a concessionária também precisava fazer o registro dela.
Alertou-me que se não o
fizesse, poderia ter dificuldade na tentativa de ressarcimento.
Aquiesci, um pouco aborrecido.
Para que tanta burocracia?
Mas, enfim, tinha tempo.
Decidi seguir a risca os
tramites.
Fiquei uma hora aguardando
o tal representante.
Cobrei do sargento varias
vezes a presença da empresa.
Ele desconcertado, toda
vez, dizia que estavam chegando. Era só aguardar mais uns minutinhos.
Mas, nada de aparecer.
Resolvi, então, apelar
para a vitimização.
Brasileiro adora isso cair
nessa conversa.
Fica com pena.
Deixei a vaidade de lado e
disse que apesar de não parecer, era idoso.
Que estava cansado.
Argumentei, também, que me
aguardavam na festa e estava atrasado.
Não estava mentindo, mas
tem hora que precisamos carregar nas cores.
Ele tentou mais uma vez
chamar pelo radio.
Foi informado que havia
outras ocorrências e que iriam demorar a aparecer.
Ele então me liberou.
Mas recomendou-me que
passasse em alguma base da CCR e fizesse a lavratura do registro do evento.
Pensei:
“So agora ele me fala
isso...
Se me tivesse dito antes,
já teria feito.
Quem sabe ate já estaria
na festa.”
Mas, enfim, como não
queria me estressar mais, agradeci a presteza do atendimento e elogiei seu
trabalho.
Melhor ficar de bem.
Ao prosseguir a viagem,
chegando a Jundiaí, pensei:
“Vou dar uma passada no
comando, ver onde fica.”
Chegando la, encontrei
dois funcionários da CCR que estavam saindo numa viatura.
Parei-os, contei-lhes o
ocorrido e solicitei que fizessem a lavratura do tal registro.
Felizmente, estavam com
boa vontade.
Aceitaram me atender.
Novamente, repeti todas as
informações que prestara para o policial rodoviário, tiraram fotos e ao final
me deram um numero do registro do evento para as tratativas junto à
concessionária.
No dia seguinte, liguei
para a CCR para receber orientações do que deveria proceder para ser reparado
do meu prejuízo.
Forneci o numero do
registro da ocorrência.
A assistente pediu que
encaminhasse por e-mail copia do Boletim de Ocorrência e três cotações.
Já recebi duas cotações.
O reparo com a troca do
para brisas fica por volta de R$1.500,00.
Aguarde a continuação desta novela.