sábado, 6 de dezembro de 2014

Momento nacional

Estes últimos dias na política brasileira foram nada surpreendentes.
Ao contrario, demonstraram mais uma vez que o mundo político não quer se transformar.
Optaram pela mesmice de sempre.
Não se convenceram de que a população quer mudanças.
Despudoradamente aceitaram o “toma la da ca” aprovando a quebra da Lei da Responsabilidade Fiscal, na contrapartida de terem verbas a seu favor liberadas no orçamento publico.
O que comentar?
Eles fazem ouvidos moucos.
Nem a tentativa de manifestação dentro do Congresso logrou sucesso.
Renan Calheiros, presidente do Senado, autoritariamente, os despejou para fora do Congresso.
Há muita gente indignada, manifestando-se pelas redes sociais.
É um avanço.
Ate pouco tempo atrás, estavam todos mudos.
Mas, será que somos muitos?
E essa onda de revolta chegara aonde?
O fato é que nossa cultura latina tem essa característica de rebelar-se tempestivamente, mas não é obstinada.
E pior.
Na medida em que ações governamentais prometidas pelo futuro ministro da fazenda forem tomadas e atingir cada um de nós, cada um terá uma reação.
Uns, para não atrapalhar a recondução da economia para seu prumo, pensam, ou fingem que pensam:
“Agora as coisas vão se acertar.
O pais vai entrar no eixo.”
Os eternos esperançosos!
Ledo engano.
Sonhar é bom, mas ser iludido com delírios nada resolve.
Os políticos continuam la, a postos, para continuar suas roubalheiras, seus privilégios, suas negociatas.
Outros, para se safar dos efeitos deletérios, focarão suas atenções em resolver seus problemas pessoais, para não cair no buraco que se depara.
Mais impostos, mais desempregos, mais dias difíceis.
No fundo, estão certos.
Sabem que se não cuidarem de si, ninguém o fará.
E todos se acomodarão e se calarão.
Então, como quebrar esse paradigma?
Ouço muitos clamarem pela volta dos militares.
Mas, serão eles mesmos os salvadores da pátria?
Não acredito que sejam.
Não precisamos apenas de força física.
Precisamos de liderança.
Que os militares não tem.
A liderança que imagino deve ter um programa de construção de uma nação civilizada, humanizada, menos extremada economicamente, na qual todos tenham acesso facilitado a um vida digna.
Não uma liderança como foi a de Lulla.
Ele e sua turma tinham apenas como objetivo um programa de se instalar no poder e de la nunca mais sair.
Esse tipo de liderança, repugno.
Mas, tenho que concordar que para se atingir as reformas políticas necessárias, demanda certo tempo.
E para que se tenha esse tempo é necessário se chegar ao poder e se manter la.
Essa foi a estratégia petista.
Que reconheço como a única que é operativa num ambiente democrático.
Entretanto, seu objetivo final diverge de minhas convicções.
Não sou bolivariano, nem abraço idéias populistas.
Muito menos aceito o patrimonialismo do estado para roubalheiras.
Sou um liberal, que acredita em um estado voltado às ações de estado e não um estado empresarial.
Um estado que disciplina a vida dos cidadãos sem interferir nas suas decisões intimas e pessoais.
Sou favorável a um assistencialismo social do estado, como uma ação de auxilio ao cidadão em seus momentos difíceis, que alguns, eventualmente, passam.
Mas, sou frontalmente contra um assistencialismo paternalista e sem fim.
É fato que, no bojo de programa do PT, havia ações que buscavam uma melhora social de parte da população excluída.
O que parecia bom.
Entretanto, nunca se ouviu dizer quantos, por esse auxilio, conseguiram se reerguer e voltar a ser produtivo.
Porque esse não era o objetivo final.
A real motivação da aplicação dessas ações tinha como objetivo a legitimação da manutenção do PT no poder, pelo voto democrático.
Afinal, conseguiram reeleger Dilma graças a esse patrimônio político construído pelo Bolsa Família.
Tenho que concordar que uma das maneiras democrática de se chegar ao poder e se manter la, é essa.
Principalmente quando se tem um heterogeneidade sócio econômica e cultural num pais continental.
E mais, a estratégia petista foi mais abrangente.
Infiltrou-se no poder judiciário e em todas as instituições que tem o poder de decisão do pais.
Hoje, podemos afirmar que o governo petista esta consolidado no momento brasileiro.
A rigor, agradam uma parcela da população, que de alguma forma se sentem inseguros com o destino da nação, mas confortáveis com os benefícios conquistados.
De empresários, passando por servidores públicos, pela classe media que comprou seu primeiro carro, a miseráveis do Bolsa Família.
Por mais que haja uma oposição, o PT contraria poucos que tem expressão oposicionista e poder de decisão.
Nesse aspecto, a inteligência do PT saiu-se mais uma vez exitosa.
Não será fácil tira-los do poder.

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