sábado, 20 de dezembro de 2014

O custo de exercer seu direito - parte I

Na ultima quinta feira, pela manhã, seguia pela Rodovia dos Bandeirantes, rumo a Jundiaí.
Estava a caminho de uma chácara onde aconteceria uma festa de fim de ano, que a empresa onde trabalho organizara.
Como sai mais cedo de casa, acionei o piloto automático para 100 km por hora.
Posicionei-me na terceira faixa, deixando livre a quarta faixa para aqueles que quisessem passar em velocidade superior.
Naquele horário o trafego estava tranquilo.
Pouco movimento.
Absorto, ouvia os comentários de jornalismo da radio Jovem Pan e pensava na vida.
Percebei que passou um carro, a minha esquerda.
De repente ouvi um barulho que parecia um tiro.
Fiquei assustado.
Meu coração disparou.
Imaginei que estava ocorrendo algum assalto na rodovia.
Olhei para os lados.
Nada vi.
Olhei para frente.
Vi que o vidro do para brisas do meu carro tinha um estilhaço, na altura do meu olho.
Foi ai que me dei conta que não foi um tiro, mas que uma pedra fora arremessada contra meu carro.
Provavelmente pelo carro que me ultrapassara.
A pedra devia estar na pista.
Quando o carro passou a uns 120 km por hora, as rodas devem ter lançado a pedra.
Olhei de novo e pensei:
Se essa pedra tivesse furado o vidro, viria direto no meu rosto.
Que perigo!
Primeiro me acalmei com o acidente.
Logo em seguida vi a aproximação do pedágio.
Ao chegar na cabine e ser cobrado de R$7,70 pensei:
“Peraí!
Eles vão ter que me ressarcir do prejuízo.
Não é só faturar não.
Eles têm por obrigação fazer a manutenção da pista e deixá-la com segurança para quem trafega.
Ganham para isso.”
Relatei para a cobradora o acidente.
Solicitei que chamasse a policia rodoviária, para que fosse elaborado um Boletim de Ocorrência.
Ela pediu para estacionar o carro adiante e aguardar que em breve chegariam.
De fato, em poucos minutos chegou um carro da policia rodoviária.
Novamente relatei o fato ao sargento que me atendeu.
Ele solicitou-me a documentação do carro e minha carteira de habilitação.
Pegou o celular dele e tirou fotos do meu carro.
Em seguida respondi aos questionamentos de identificação e de residência, para que ele lavrasse o Boletim de Ocorrência de Acidente de Transito Rodoviário.
Disse que tão logo pudesse, faria o lançamento das informações no computador da base da policia.
Forneceu-me o endereço do comando da policia rodoviária em Jundiaí e orientou-me que pegasse lá o tal Boletim, ao final da tarde, quando estivesse retornando.
Agradeci as recomendações.
Já estava me preparando para ir embora, quando ele disse que deveria aguardar a presença de um represente da CCR, a concessionária da via.
Explicou-me que a mesma também precisaria fazer um registro do evento.
Perguntei o porquê.
O Boletim da policia não era suficiente?
Ele argumentou que era praxe, pois a concessionária também precisava fazer o registro dela.
Alertou-me que se não o fizesse, poderia ter dificuldade na tentativa de ressarcimento.
Aquiesci, um pouco aborrecido.
Para que tanta burocracia?
Mas, enfim, tinha tempo.
Decidi seguir a risca os tramites.
Fiquei uma hora aguardando o tal representante.
Cobrei do sargento varias vezes a presença da empresa.
Ele desconcertado, toda vez, dizia que estavam chegando. Era só aguardar mais uns minutinhos.
Mas, nada de aparecer.
Resolvi, então, apelar para a vitimização.
Brasileiro adora isso cair nessa conversa.
Fica com pena.
Deixei a vaidade de lado e disse que apesar de não parecer, era idoso.
Que estava cansado.
Argumentei, também, que me aguardavam na festa e estava atrasado.
Não estava mentindo, mas tem hora que precisamos carregar nas cores.
Ele tentou mais uma vez chamar pelo radio.
Foi informado que havia outras ocorrências e que iriam demorar a aparecer.
Ele então me liberou.
Mas recomendou-me que passasse em alguma base da CCR e fizesse a lavratura do registro do evento.
Pensei:
“So agora ele me fala isso...
Se me tivesse dito antes, já teria feito.
Quem sabe ate já estaria na festa.”
Mas, enfim, como não queria me estressar mais, agradeci a presteza do atendimento e elogiei seu trabalho.
Melhor ficar de bem.
Ao prosseguir a viagem, chegando a Jundiaí, pensei:
“Vou dar uma passada no comando, ver onde fica.”
Chegando la, encontrei dois funcionários da CCR que estavam saindo numa viatura.
Parei-os, contei-lhes o ocorrido e solicitei que fizessem a lavratura do tal registro.
Felizmente, estavam com boa vontade.
Aceitaram me atender.
Novamente, repeti todas as informações que prestara para o policial rodoviário, tiraram fotos e ao final me deram um numero do registro do evento para as tratativas junto à concessionária.
No dia seguinte, liguei para a CCR para receber orientações do que deveria proceder para ser reparado do meu prejuízo.
Forneci o numero do registro da ocorrência.
A assistente pediu que encaminhasse por e-mail copia do Boletim de Ocorrência e três cotações.
Já recebi duas cotações.
O reparo com a troca do para brisas fica por volta de R$1.500,00.

Aguarde a continuação desta novela.


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