Tenho acompanhado algumas
discussões sobre a questão econômica do Brasil.
Vários economistas e
cientistas políticos de renome, em seus diagnósticos, apontam para a necessidade de que sejam
solucionados: a inflação acima da meta, crescimento do PIB baixo e
desequilíbrio fiscal, com gastos bem maiores do que se arrecada.
Este desequilíbrio foi de
tal monta que acabou culminando com o descumprimento da lei de responsabilidade
fiscal.
Coisa ate então inimaginável.
E deveria ser punido ate com a cassação de mandato.
Ouço falar que o modelo
consumista das pessoas está esgotado.
As pessoas chegaram no limiar do consumo.
Neste ponto tenho
ressalvas.
O capitalismo pressupõe o
consumo.
Quanto maior e mais rápido
for o giro, todos ganham mais e arrecada-se mais.
Nesse quesito o governo
Dilma acertou quando abaixou o IPI de automóveis e da linha branca de equipamentos
domésticos.
Ensinou que mesmo
reduzindo o imposto a arrecadação final não decresceu.
E mais, pela primeira vez conseguiu quebrar o pensamento empresarial feudal, que acredita ser melhor ganhar na unidade do que na quantidade.
O mundo todo sabe que é o contrario.
Como decorrência, os empresários que acreditaram na quebra
desse paradigma saíram-se muito bem.
Por outro lado, ouço
sugestões de que o governo deveria priorizar os investimentos.
O que concordo plenamente.
Ate porque investimentos
são necessários para que as obras como as de infra estrutura possam permitir a continuidade do desenvolvimento.
Nisso o governo Dilma
patinou.
E muito!
Demorou em aceitar as
privatizações, ou o nome que se queira dar.
Hoje já há gargalos não só
na área de mobilização, tanto de pessoas como de cargas.
Não há portos, aeroportos, ferrovias, hidrovias, rodovias suficientes para atender a demanda existente.
Mas, é na área de energia que a coisa esta mais grave.
Para se ter uma idéia, se
hoje o Brasil deslanchasse, não haveria energia elétrica disponível.
Quanto a solução na economia, de uma
forma recorrente, ouço propostas com soluções ortodoxas como juros altos e
aumento da carga tributaria, que já é elevada.
Eu não concordo com essas
soluções.
De fato, juros altos
inibem o consumo.
Acredita-se que com isso
esfrie a inflação.
Mas, o consumo é uma das
fontes de arrecadação!
Será arrecadado menos!
Por outro lado, inibe
também os investimentos.
Quem tem recursos, ao
invés de aplicá-los em negócios, corre para os bancos, na busca de altos ganhos
em aplicações financeiras, sem fazer esforço.
É o retorno da tal ciranda
financeira.
Como o governo não
consegue cortar as despesas o suficiente, a solução imediata é aumentar os
impostos para equilibrar as contas publicas.
Já se fala nisso como
certo.
Ate em recriar a maldita
da CPMF já tem vários políticos apoiando a idéia!
Entretanto, assim agindo
haverá também uma redução de consumo.
Os salários dos
trabalhadores não suportarão os aumentos de preços dos produtos de consumo,
pela elevação da carga tributaria.
Teremos que gastar menos.
Enfim, essa alternativa é
um remédio duro, questionável, e leva anos para fazer efeito.
Eu mesmo fui um dos
pequenos empresários que sucumbiram com essas medidas na época do FHC.
Atuava no mercado
imobiliário com incorporações de imóveis.
Durante a década de 90 os
negócios imobiliários reduziram a tal ponto que apenas poucas incorporadoras,
com produtos bem localizados, conseguiam realizar vendas.
Meu ponto de vista é que
para incentivar os investimentos, gerar empregos e promover o desenvolvimento
tem-se que enxergar a questão de impostos de uma forma abrangente.
E ao contrario do que
taxar mais se deve taxar menos.
Interessante nessas
discussões é que os economistas e cientistas políticos não abordam a questão do
ICMS!
Talvez por ser imposto
estadual e estar fora dos holofotes da mídia.
Se você conferir a sua
conta de energia elétrica vai se surpreender com a taxação de ICMS.
E isso vale para tudo.
Da feira, ao supermercado,
à farmácia, tudo o que consumimos.
Você não imagina quanto de ICMS você paga.
E a situação desse imposto
piorou ao longo dos anos.
No passado, a indústria
recolhia o ICMS, que depois era compensado pelo comerciante, cabendo ao
consumidor final o pagamento do imposto embutido no preço do produto consumido.
Hoje essa metodologia
mudou.
Não há mais compensação.
Assim, um produto que
transita por varias empresas numa cadeia de produção, vai chegar à ponta super
indexado de ICMS.
Sim, o imposto estadual é que
é de fato perverso e inibe o desenvolvimento industrial.
Mas, disso não ouço
comentários.
E a sanha dos governos estaduais em arrecadar, obscurece a visão dos governantes de que com a redução do ICMS haveria mais consumo, mais desenvolvimento, mais arrecadação.
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